16 de nov. de 2011

MENTIR NA MISSA


                                   Júlio Lázaro Torma
membro  da pastoral operaria de Pelotas RS
                                  " Alegre vamos na casa do Pai e na alegria cantar o seu louvor.
                                    Em sua casa somos felizes participando da ceia do amor".

   Eis, que as vezes creio que estou me tornando um pelágiano, partidário do monge Pelágio da Bretanha( 360-431), quando vou a Santa Missa. Escuto certos pregadores, fazendo lindos discursos, nas celebrações, nos grupos de orações, de léctio divina e nos programas radiofônicos e televisivos.
  Como falava o humilde Frei Egidio de Assis (+ 1262), um dos três primeiros companheiros de São Francisco de Assis:" Bla, bla, bla, dico molto poco i fare" ou " blá, blá, blá digo, muito e pouco faço".
  Vemos muitos cantando os cantos da Missa e falam que gostam do canto tal, e cantam:"Juntos como irmãos membros da Igreja, vamos caminhando ao encontro do Senhor"; ' Irmão é bom se encontrar".
  mas, vemos que os que cantam, são os mesmos que promovem a divisão no seio da Igreja, por diversos motivos e se consideram, os melhores, os bons, os puros, os " santos" e que estão em comunhão com o magistério Petrino e que os outros não.
  Provocam brigas e divisões no seio da comunidade, muitas vezes por questões banais e secundarias, como por causa de siglas partidárias, visões teologicas ou por um pequeno mal entendido.Já é motivos para criar atritos, ficar de mal,além de usar outros meios ilícitos como a fofoca, calúnia, mentira para desacreditar e manchar a honra e reputação de outra pessoa, que compartilha a mesma fé.
   Falam em Paz, União, mas promovem a discórdia no seio da comunidade, acolhida mas afastam quem se aproxima da comunidade.
  Cantam a " Oração da Familia" do Pe. Zezinho, " Ninguém te ama como eu " de Martin Valverde, louvam de mãos abertas, mas fecham a mão ao próximo.Mas nas suas familias práticam o inverso, falam em " Familia FELIZ",defesa da familia, mas praticam a violência física e verbal, desamor em relação a esposa, filhos, esposo e outras pessoas do seio familiar.Pois o que acontece entre quatro paredes, nunca é revelado.
  Olhando os que vão a MISSA MENTIR,quando falam em amor, solidariedade ao próximo, mas desprezam o próximo que sofre e padece.Muitas vezes nos comportamos como aquele pregador que num culto falou;" Na minha casa servimos ao Senhor e não assistimos a televisão".E logo foi censurado pelo pastor responsável por aquela congregação.
  Falamos em dar testemunho, mas não vivemos de fato, a nossa fé no nosso cotidiano, na familia,trabalho, sindicato, partido político,associação, local de estudo e lazer.Queremos ver as nossas capelas lotadas, mas não damos e nem vivemos o testemunho de nossa fé, num mundo em que quer mais ações e menos discursos.
  Eis que Jesus e o Profeta Isaías, nos puxam as orelhas:"Hipócritas! é bem de vós que fala o profeta Isaías:" Este povo somente me honra com os lábios;seu coração, porém, está longe de mim. Vão é o culto que me prestam, porque ensinam preceitos que só vem dos homens" ( Mt 15,7-9;Is 29,13).
  O canto litúrgico,música sacra, " tem que surgir do povo", fala Juan Antonio Espinosa e é " um modo muito peculiar, nasce da fé e é capaz de comunicar e expressar a fé" ,fala o Papa Bento XVI.
  Participamos da Mesa da Eucaristia e cantemos os cantos, mas não praticamos a fé e nem a Palavra de DEUS que escutemos.Demostramos para com os outros e para com Deus um Sacrilégio, ao mesmo tempo em que desonramos o corpo de Cristo, que está no irmão.Devemos " viver aquilo que nós acreditamos, pois vai gerar testemunho".
  Pois  do caso contrario, não estamos adorando a Deus e nem celebrando o Sacrifício Salvífico de Cristo, a Vida de Cristo.Estamos sim ao mentir na Missa, fazendo um sacrilégio, profanando o corpo e sangue do Senhor, pois pecamos contra aquele que é o Caminho, Verdade e Vida.
  No último dia corremos o risco de ouvirmos do Senhor quando gritarmos. " Senhor, Senhor," a resposta " desde quando vós conheço".

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