30 de out. de 2012

A renovação permanente

Marcelo Barros
Monge beneditino e escritor

"A Igreja reformada deve se reformar permanentemente”. Esta palavra de Lutero é recordada em todo o  mundo nesses dias em que a Reforma Protestante completa mais um aniversário (31 de outubro) e prepara a  celebração dos seus 500 anos (2017). Neste ano do cinquentenário da abertura do Concílio Leia mais:



26 de out. de 2012

Irmã Morte

“Vocês conhecem São Francisco de Assis. Morreu à tardinha do dia 3 de outubro de 1226. Conhecido como o santo dos passarinhos. Amigo dos animais. Da natureza toda. Padroeiro da ecologia. O santo da paz. O santo fraterno. Da fraternidade universal, humana e cósmica. Reconciliado com tudo e com todos, até mesmo com a morte, à qual ele chama de Irmã”.
São Francisco de Assis, segundo texto de Tomas de Celano, chegava a convidar para louvor até a própria morte, que todos temem e abominam.
O mistério da vida e da morte é um mistério de pobreza. A vida é de graça. Nada fiz para viver. Os que me deram a vida, com toda sua consciência e bondade, nada sabiam da vida. Não puderam controlar o que deram.
Não puderam segurar a vida terrena deles mesmos.
Nada entendemos da morte, com todo o nosso progresso. Quanto mais o homem progride mais sabe que a morte, como a vida, é um mistério.
Só podemos agradecer. Agradecer pela vida de cada momento, pelo dom de cada momento, e pelos dons da vida dos outros, dos outros seres que a vida nos traz. Só podemos agradecer pelo mistério da vida, que é tão grande que ultrapassa a morte.
Agradecer é viver cada momento intensamente. Agradecer é viver.
Não precisamos ter medo da morte se o Senhor da Vida é Amor e nos prova isso a cada momento. Mas só os agradecidos entendem que Ele é Amor.
É claro que a gente tem um pouco de medo, aquele medo que a gente sempre sente como parte da excitação das experiências muito grandes ou muito novas. É um medo vital, pelo qual também podemos agradecer.
Não somos nada, não temos nada, não levamos nada.
Mas tudo está ao nosso alcance e tudo pode ser vivido por nós intensamente, a cada momento.
O momento anterior já passou. Teve uma oportunidade única de ser vivido e já se fez passado. Mais assustadora que essa morte que dá a impressão de nos interromper o fluxo da vida é essa outra em que perdemos oportunidades de vida, em que algo passa e não é integrado nem aproveitado.
leia mais: http://www.franciscanos.org.br


Os sinais de Deus no tempo que corre


Efésios 4,1-6; Lucas 12, 54-59

Jesus  convida seus discípulos a descobrirem os sinais de Deus nas coisas que passam, na história concreta que as pessoas vivem. Deus nos fala também através dos acontecimentos, das novidades que nos interpelam, nos desafios que a vida nos apresenta. Através daquilo que nos vai acontecendo, o Senhor pede que demos um passo adiante e que não venhamos a nos fixar no passado. Os judeus estavam acostumados a escutar a voz de Deus através da Bíblia e as pessoas habituadas a interpretar os sinais da natureza anunciando mudança de clima. Da mesma forma, Jesus pede que  estejam atentos ao que Deus quer dizer através dos novos acontecimentos  leia mais:

Mensagem do Sínodo: converter-se para evangelizar

Cidade do Vaticano (RV) – Momentos finais do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, que se encerra no sábado, 27, no Vaticano.Este penúltimo dia é de intenso trabalho para os padres sinodais, na presença do Santo Padre. Pela manhã, os participantes aprovaram a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o Povo de Deus, na conclusão da 13ª Assembleia Geral. O texto foi apresentado ao público na Sala de Imprensa da Santa Sé, em coletiva de imprensa.

Participaram da coletiva o Presidente da Comissão para a Mensagem, Card. Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre Marie Carré, o Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, e mais dois membros da Comissão.

No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização. Não se trata de recomeçar do zero, mas de inserir-se num longo caminho de proclamação do Evangelho que, desde os primeiros séculos da era cristã até hoje, percorreu a História e edificou comunidades de fiéis em todas as partes do mundo, fruto da dedicação de missionários e de mártires.

Caminho que começa com o encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais, ou seja, o convite a evangelizar se traduz num apelo à conversão, a começar por nós mesmos.

Os Bispos apontam como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel fundamental para a transmissão da fé. Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental da sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos.

Os jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo difícil, mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.

Os horizontes da nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as comunicações sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave violação dos Direitos Humanos.

Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja em cada região do mundo: às Igrejas no Oriente, faz votos de que possa praticar a fé em condições de paz e de liberdade religiosa; à Igreja na África pede que desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo aos governos que acabem com conflitos e violências.

Os cristãos na América do Norte, que vivem numa cultura com muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados.

Os Padres Sinodais se dirigem à América Latina com sentimento de gratidão. “Impressiona de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho.”

Já a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé. A Europa, marcada por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas enfrentá-las como um desafio. À Oceania, por fim, se pede que continue pregando o Evangelho.

A Mensagem se conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.

(BF)

22 de out. de 2012

Oração do Pai Nosso

Fr. José Edison Biazio, OFMCap

fonte: http://www.centrofranciscano.org.br 

 
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nosso; venha nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dais hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal. Amém

O Pai-nosso aparece duas vezes no NT, em Mateus e em Lucas, com algumas diferenças: leia mais:

Vocação e a formação franciscana



Por frei Mauro Alves da Rosa, ofmcap

A formação franciscana é baseada no encontro pessoal com o Senhor e começa com o chamado de Deus e a decisão de responder a este chamado nos passos de São Francisco de Assis. Caminhar sobre as pegadas do Cristo, pobre e crucificado, como discípulo sob a ação do Espírito Santo. leia mais: 

14 de out. de 2012

A vida com sabedoria

Paulo Mendes Peixoto *
Alguns valores são fundamentais para a história de nossa vida. Entre eles citamos o dom da sabedoria, que vem do alto, de Deus. A sabedoria divina, para ser praticada, exige de nós renúncias, que a cultura atual, muito marcada pelo modelo consumista e capitalista, não está disposta a assumir. Isto supõe coragem e desprendimento da pessoa.
Ser sábio é contrapor à ideologia de dominação, de perseguição e de oportunismo para conseguir poder e prazer, podendo desfrutar dos bens gananciosamente, perseguindo as práticas do justo. As atitudes de autossuficiência excluem o valor da sabedoria divina, colocando toda sua força naquilo que é realização sem a presença de Deus.
A vida assumida com sabedoria faz a pessoa ser justa e a reconhecer a Deus como Pai. Sabe que sua existência não está resumida apenas no gozo do momento, mas tem uma dimensão de eternidade, de felicidade duradoura no seio do Criador. Esta foi a sabedoria pedida por Salomão, rei de grande sabedoria, mas que conseguir reconhecer sua humanidade, submissa aos princípios divinos.
A sabedoria está acima do poder e da riqueza. Ela é mãe e mestra das coisas, capaz de proporcionar equilíbrio no nosso agir e no valor que damos às realidades. Seu brilho faz com que reconheçamos, com mais precisão, o que é valor absoluto e o que é relativo, trazendo serenidade no agir. Sábio é quem consegue enxergar no mudo prático a presença das forças divinas e as valoriza.
Para o profeta Isaías, a verdadeira sabedoria é dom de Deus, acompanhada por outros dons que a fortalecem. Destacamos a inteligência, o conselho, a fortaleza, a capacidade de conhecimento, o temor do Senhor e o espírito com que tudo isto é colocado em prática (Is 11, 2). Toda esta riqueza supõe um coração sensível, simples, autêntico e aberto para essas realidades.
O acúmulo nunca é bênção de Deus, portanto não é expressão de sabedoria. Ele tira a condição de liberdade, sabedoria e justiça. Não passa de atitude egoísta, contrária à relação de justiça e fraternidade. Temos que vencer o empecilho, o apego aos bens materiais.
* Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).
Fonte: www.cnbb.org.br

Começa em Brasília o Seminário Nacional de Irmãos


 
Teve início na noite desta quinta, 11, na Casa de Retiros Assunção, na cidade de Brasília-DF, o 2º Seminário Nacional de Irmãos. O objetivo é aprofundar a análise da identidade e missão do religioso leigo para que sejam melhor conhecidos e mais valorizados tanto entre os Religiosos quanto pela própria Igreja; promover maior intercâmbio entre os religiosos leigos para o conhecimento recíproco e mútua animação. O Seminário tem como tema a masculinidade, a mística e a missão do irmão.

O frade franciscano capuchinho, Irmão Thiago Santos da Silva, Recife, 27 falou sobre as suas perspectivas em relação ao encontro. “A perspectiva de dar continuidade a reflexão e de poder participar de um momento tão significativo da vida religiosa e perceber que há um interesse de fato dos Irmãos das mais diversas congregações de continuar a reflexão sobre a identidade do irmão, a vocação especifica do irmão”, afirmou..


Para o assessor da CRB Nacional, Frei Rubens Nunes da Mota, o encontro conta com representantes de diversas congregações e todas as regiões do Brasil. “A representatividade é muito boa com a presença de Irmãos de todo o Brasil, o que ajuda a manter a expectativa no sentido da intercultural idade. A dimensão da masculinidade diz respeito à identidade, que tem a ver com a questão da afetividade, a mística, o jeito de ser do irmão e a dimensão missionária que nos fala do testemunho, que tipo de presença somos”, disse .


“A minha expectativa éque seja um encontro onde a nossa vida religiosa de irmãos possa ser reavivada Ser irmão é ter a consciência de que seguir Jesus Cristo é o principal, é graça. No seguimento e no testemunho de vida é que está o sentido da vida do Irmão”, relatou o Irmão Antônio Barbosa Soares, da Congregação dos Oblatos de São José, de Aipuanâ-MT.


A presidente da CRB Nacional, Irmã Márian Ambrósio além de apresentar ao grupo o plano trienal da CRB, acolheu o grupo relacionando a flor do serrado com o significado que a vida do Irmão consagrado tem para a Igreja e a sociedade nos dias atuais. “Elas são flores naturais, não tem nada de artificial, cada pétala foi folha de uma árvore, para se tornar pétala elas tiveram que dar a própria vida, por serem desidratadas: Isso tem a ver com a vida religiosa que deve ser um sinal que brilha, o que exige uma entrega intensa e coerente, falou.


A realização dos seminários nacionais de Irmãos se justifica como proposta de dar continuidade às reflexões sobre a vida e missão dos irmãos leigos. Os seminários tiveram seu inicio em 1987, de 04 a 09 de outubro em Mendes-RJ, Fazenda São José das paineiras dos Irmãos Maristas e teve como tema “Identidade e missão do Religioso leigo na Igreja, hoje”.



O Segundo Seminário reúne Religiosos irmãos na Capaital Federal para refletir sobre identidade, mística e missão

fonte: www.capuchinhosrs.org.br
Autor: Frei João Carlos Romanini, ofmcap