Júlio Lázaro Torma*
" Fazei o que ele vos
disser"
( Jo 2,5)
Vamos em nossas
comunidades cristãs, neste segundo final de semana do Tempo Comum; ler,
meditar e rezar sobre as Bodas de Caná.
Onde as comunidades joaninas nos apresentam o Primeiro Milagre de Jesus em nosso meio.
O primeiro relato do " Livrinho dos Sinais"(
Jo 1,1-12,50), em que revelam Jesus aos homens e mulheres,não acontece
num ambiente sagrado, fechado no meio dos puros e considerados
santificados.
Não é na capital
Jerusalém, no meio da elite,dos chamados formadores de opinião, no
templo o local sagrado,onde morava o Senhor ( Sl 121).
O Templo era o local sagrado, símbolo da unidade nacional e da religião oficial,com as suas normas e ritos.
O primeiro
sinal de Jesus inicia as margens do poder o que simboliza a sua vida pública e a sua redenção.
Estamos em Caná da Galiléia, uma pequena aldeia á 10 km de Nazaré,
rodeada de verdejantes olivais, um ambiente poético e romântico para uma
festa de casamento e para Jesus realizar o seu primeiro sinal.
Entre rústicos, pobres camponeses, numa aldeia Jesus, Maria e os
discípulos estão presentes.As bodas durava dias e reunia parentes,
amigos dos noivos, parava a aldeia, era regada com muita comida, música,
dança e vinho.
Faltar vinho era sinal de mau agouro ou desrespeito aos convidados da festa, seriá uma grande decepção dos recém casados.
Jesus convida os primeiros discípulos a ir a " bebedeira",
a festa de casamento.Alguns deles estão decepcionados com Jesus, ele
destruiu as sua expectativas. Eles eram membros do movimento batista,
João era rígido e severo( Mt 3,1-12) e Jesus não era assim o que leva a
deixa de João Batista " És tu o que há de vir ou devemos esperar outro"(
Lc 7,19) e Jesus " come e bebe"( Lc 7,34).
No meio da Festa falta vinho, a alegria; decepção e tristeza para o
jovem casal e seus familiares.Maria pede a Jesus que faça alguma
coisa,ele fala que não chegou a sua hora.
A hora de se revelar ao mundo,da sua glória que acontecerá o grande mistério pascal da sua morte e ressurreição.
Ele não desrespeita e nem despreza o pedido de sua mãe amada, ao
contrário escuta e atende o seu pedido e alegra aquela multidão com o
melhor vinho de bom sabor e agradável ao paladar.
Segundo o Pe. Marcel Domergue ( S.J); " Caná é a
maneira pela qual João prefigura a glória do Cristo, todo dedicado as
suas bodas pascais com a humanidade,está cena revela o que Jesus é e o
que ira cumprir".
Se na festa de
matrimônio na casa ,Jesus mostrou seu amor e compaixão para com o jovem
casal e santificou o amor entre homem e mulher, dois seres que se amam.
No alto da cruz, onde de seu corpo jorrou sangue e água ( Jo 19,34) e
no terceiro dia após a sua morte ressuscitou,selou o seu Amor com toda a
humanidade,onde ele próprio se entregou na cruz por amor e nos redimiu
de toda a culpa e pecado.Onde no ambiente profano do Calvário ele faz
uma aliança com todos nós.
Ele usa
os locais de rituais de purificação do povo, onde eles se
purificavam.Para mostrar que a verdadeira religião não tem medo do
pecado.O importante é receber o Espírito. Este vinho novo faz
com que a gente rompa com o velho homem, com o passado.
Com as normas, regras que nos aprisionam e nos afastam de DEUS e dos irmãos mais sofridos.
Ao receber o Espírito somos impulsionados a ir ao encontro do outro,
ver no outro um irmão, outro " eu" e que ele é também Filho e Filha de
Deus e romper com a minha mesquinhez e arrogância da minha vã sabedoria.
O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer
através de toda a atividade de Jesus: com a sua palavra e ação, Jesus
transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si.
E toda ação de Jesus acontece e se realiza as margens dos poderes
oficiais e constituídos, acontece no absurdo onde ninguém quer ver.
Estão todos/as convidados/as e bom final de semana e boas meditações Jo 2, 1-11.
* Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/
RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário