25 de jan. de 2013

A Missão de Jesus


                                             Júlio Lázaro Torma*
                                         " Hoje se cumpriu está passagem da Escritura"
                                                                                      ( Lc 4,21)
   Estamos no Terceiro Domingo do Tempo Comum e dentro do Ano da Fé proclamada pelo Papa Bento XVI na Carta Apostólica Porta Fidei ( At 14,27), que " Terá inicio a 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo,a 24 de novembro de 2013"( Bento XVI,Porta Fidei nº 4).
  Em nossas comunidades cristãs vamos ler, meditar e rezar, nas Celebrações Eucarística e da Palavra, sobre o inicio da missão de Jesus em nosso meio na sinagoga de Nazaré.
  Aqui acontece a  Teofania, agora no ambiente religioso, sagrado na sinagoga,as outras na gruta de Belém aos pastores e magos ( Lc 2,1-20: Mt 2,1-12), rio Jordão ( Lc 3,21-22), nas bodás de Caná ( Jo 2,1-11), ambientes profanos periféricos e as margens do sagrado onde Jesus se manifesta o seu amor e missão.
  As comunidades lucanas endereçam e fazem a dedicatória a Teófilo ( Lc 1,3; At 1,1), extranho personagem. Teo= Deus. Filo= Amigo( Amigo de Deus).Teófilo é cada um de nós,é todo o cristão e toda a humanidade que é chamada a ser amigo de Deus e que a sua mensagem de Libertação se destiná a todos de todas as épocas sem distinções.
  Jesus se manifesta públicamente em Nazaré na Galiléia no meio de seu povo, numa aldeia humilde,perdida de 20 casas, que não há nenhuma referência no Primeiro Testamento.
  Ele na sinagoga apresenta o seu programa de vida, tirado do livro do Profeta Isaías 61,1ss.Passagem escrito no período da Reconstrução de Israel no período pós exílio babilônico 538-175 a.C pelo Terceiro Isaías ( 470 a.C), nos capítulos 56-66.
  Onde ele anuncia a sua missão o inicio dos comprimentos das profecias anunciadas pelos profetas que desejavam ver e não puderam ter está oportunidade.
  Jesus apresenta o resumo de toda a sua prática ( Lc 4,14-15).Ele vive no meio do povo,participando da vida e da fé do povo.Ensinando nas sinagogas da Galiléia da periferia da Palestina.Para as comunidades lucanas o Espírito que age a vida e a missão de Jesus e o seu espírito profético.
  O Espírito Santo impulsiona Jesus a anunciar a sua missão e opção preferencial pelos pobres.Que faz com que os seus críticos tentam mata-lo jogando do penhasco abaixo( Lc4,29).
  Ele é enviado a anunciar aos pobres a boa nova da noticia, não por serem bons mas por serem abertos a mensagem libertadora e diferente dos ricos e poderosos que são fechados em sua ganância,aos bens e acreditam que já estão salvos por serem ricos.
  Ao proclamar um ano de Graça do Senhor ( Lc 4,19) e declarar a sua realização, Jesus retoma a tradição bíblica do Jubileu ( Lv 25,10-17), que se realiza na sua vida,paixão e ressurreição.
  No contexto bíblico No Ano da graça exige a recuperação da propriedade( terra, casa), não desonestidade na venda e compra,anulação das dividas, liberdade aos escravos e oprimidos.
  Neste Ano da Fé somos chamados anunciar a boa noticia, proclamar um ano de graças do Senhor e viver o seguimento de Jesus e de seu reino que também é nosso, onde somos seus cidadãos.
  O programa de Jesus exige uma opção radical e preferencial pelos pobres e excluidos que são cidadãos do Reino e seus principais destinatários.Como batizados movidos pela ação do Espírito Santo devemos profeticamente denunciar as estruturas injustas e opressoras que geram morte, que fazem ricos cada vez mais ricos a custa de pobres cada vez mais pobres.Como batizados devemos anunciar e construir um mundo novo mais justo,solidário e fraterno.
  Como Igreja somos agentes da esperança, partilha, da reconciliação da humanidade para consigo mesma e com toda a criação, pois só assim haverá a igualdade, fraternidade, liberdade e a comunhão e podemos ser de fato seguidores discípulos de Jesus de Nazaré. Bom final de semana e boas meditações
                                 Lc 1,1-4;4,14-21
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  * Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/RS

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