Júlio Lázaro Torma*
" Levante a cabeça,meu parceiro.
Não deixe o granfino te pisar
Exija o respeito
companheiro
Daqueles que vêm para te enganar".
( Antonio Gringo)
O Dia 25 de Julho é um dia especial,o dia em que celebramos o Agricultor e a Agricultora,o Camponês e a camponesa.
Homens e Mulheres que alimentam o nosso país,que produzem a maior parte da comida do povo brasileiro.
Há 12.000 anos existe a profissão do agricultor e ela continua mais
importante do que nunca como ela foi no
passado.Principalmente numa epoca de ' alimentos" industrializados e
processos artificiais tem tomado conta da mesa do consumidor.
Onde cada vez mais os alimentos contaminados por
agrotóxicos,anabolizantes tem causados sérios danos a saúde do
trabalhador rural como do consumidor.Ao mesmo tempo em que cresce a
transgênia no campo brasileiro que afeta a saúde das pessoas e do
ambiente.
A agricultura ecológica e diversificada tem sido produzida pelos
pequenos agricultores.Para isso é precisos termos uma agricultura
familiar forte e fortalecer a economia familiar e sabermos de sua
importância.
A agricultura familiar brasileira é muito diversificado com
características múltiplas de acordo com cada região e cultura.Mas na
essência se caracterizam por trabalhar na terra e produzir
alimentos.Além do trabalho,a terra é um espaço onde se produz e reproduz
a vida camponesa em todas as suas dimensões:a
humana,comunitária,cultural,religiosa,os valores,saberes e sabores.
Ela é responsável por 74% da mão de obra no meio rural e produz
33,9% do arroz em casca;76,8% do feijão preto;53,9% do feijão em
cor;83,3% feijão fradinho;87,7% da mandioca;45,9% do milho;15,7% da
soja;21,2% do trigo;30,3% dos bovinos;58,1% do leite;50% das aves e 59%
dos suinos.
Além de frutas,verduras e legumes que abastecem o mercado local,regional e país; os super mercados, feiras e armazéns.
Toda a produção produzida por 86% das propriedades e que ocupam apenas 17,1% da área total.
Do outro lado as propriedades acima de 100 hectares representam 145
das propriedades e ocupam 82,9% da área.Destas,as propriedades de mais
de 2000 hectares representam apenas 0,8% das propriedades e ocupam
sozinhas 42,5% da área.
Os jovens da roça querem ficar no campo trabalhando mas acabam sendo
expulsos,pelo avanço do agronegócio que o atira para a periferia das
cidades,esvaziando o campo.
No Brasil a roça é visto como algo "atrasado'.Aquele que não consegue nada na vida trabalha na lavoura.
Esta visão esta entranhada no senso comum é responsavel pelo processo
de discriminação e exclusão.Onde o jovem ( rapaz e moça) da roça acaba
ficando sozinho e não constituindo família.
O campo esta ficando envelhecido,as propriedades vázias mesmo nos
assentamentos da reforma agrária e dos reassentados das
barragens.Causado pelo sufocamento e expulsamento do meio rural a fim de
ampliar o dominio de
poucos.
Temos 5,5 milhões de jovens que permanecen no campo.Para isso é
preciso que os motivem para que fiquem na roça,criando condições para
obter renda,infraestrutura e qualidade de vida.
Para que os jovens que decidirem ficar na terra é necesario que tenham
uma vida digna e acesso a
tecnologia,maquinário,terra,informações,transportes,estudos,lazer,cultura,saúde
e sobre tudo acesso a políticas públicas.
Temos em nosso estado diversas iniciativas de produção agroecologicas
que ajudam os nossos jovens a ficar no campo e não quebrar o vinculo familiar, com a natureza e em busca de uma vida feliz.
" Se a roça não planta a cidade não janta"
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* Membro do Colegiado da Pastoral Operária Nacional
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