Um relatório alerta que a libertação de gases do
efeito de estufa das grandes companhias já chega a 3,6 mil milhões de
toneladas métricas. As 50 maiores empresas avaliadas respondem por 2,54
mil milhões de toneladas de GEEs. Por Fabiano Ávila do Instituto
CarbonoBrasil
As 50 maiores
empresas avaliadas respondem por 2,54 mil milhões de toneladas de GEEs.
Essas companhias - incluindo gigantes como BP, Shell, Chevron, Arcelor
Mittal e RWE - registaram conjuntamente um aumento de 1,65% nas suas
emissões nos últimos quatro anos.
Se as 500 maiores companhias do globo fossem um país, as emissões
anuais de gases do efeito estufa (GEEs) dessa nação, 3,6 mil milhões de
toneladas métricas, seriam mais de sete vezes maiores do que as do
Brasil, 488 milhões de toneladas. O mais preocupante é que essas
empresas provavelmente emitirão quantidades ainda maiores de GEEs nos
próximos anos, uma vez que a economia mundial está em recuperação.
Essa é uma das conclusões de um levantamento das emissões das empresas
listadas no FTSE Global 500 Equity Index – índice que reúne as 500
companhias com maior capitalização na Bolsa de Valores de Londres – que
foi publicado nesta quinta-feira (12) pelo CDP, ONG britânica que busca
estimular o empenhamento climático da iniciativa privada, e pela
consultoria PwC.
De acordo com o “Global 500 Climate Change Report 2013”,
apenas as 50 maiores empresas avaliadas respondem por 2,54 mil milhões
de toneladas de GEEs. Além disso, essas companhias - incluindo gigantes
como BP, Shell, Chevron, Arcelor Mittal e RWE - registaram conjuntamente
um aumento de 1,65% nas suas emissões nos últimos quatro anos.
Segundo Jonathan Grant, diretor da PwC, a iniciativa privada precisa se
esforçar mais para evitar o crescimento das emissões. “Estamos a poucas
semanas da publicação do novo relatório do Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas, que será um dos documentos mais abrangentes já
realizados sobre as mudanças climáticas. Apesar de algumas empresas
estarem atentas aos riscos e serem transparentes sobre o seu planeamento
e reporte sobre mudanças climáticas, as emissões das maiores companhias
continuam a subir.”
O relatório aponta que as emissões das cadeias de fornecedores ainda
não são contabilizadas de forma completa e que alguns setores são bem
mais conscientes do que outros. Por exemplo, enquanto as seguradoras
estão muito mais empenhadas e alertadas para o aquecimento global, o
setor de energia ainda possui uma enorme quantidade de empresas que não
possuem metas para emissões.
“O medo dos impactos futuros das mudanças climáticas está a crescer à
medida que presenciamos mais eventos extremos, como o furacão Sandy, que
causou 42 mil milhões de dólares em prejuízos. (...) O resultado é que
estamos a perceber uma transformação no mundo corporativo, que está a
ficar mais alerta para a necessidade de lidar com os riscos das mudanças
climáticas e de aumentar a sua resiliência”, explicou Paul Simpson, CEO
do CDP.
Rankings
Apesar da preocupação com a falta de metas e de empenhamento das
empresas, o relatório traz também com grande destaque os bons exemplos.
São apresentados dois rankings para classificar as companhias com melhor
desempenho no que diz respeito às ações de adaptação e mitigação
climática (CPLI) e as mais transparentes na divulgação de suas
informações e impactos (CDLI).
Dezenas das 500 maiores companhias não quiseram participar do
levantamento, entre elas Amazon, Kia, Time Warner, Valero Energy,
CaterPillar, Facebook, Apple e Prada.
Artigo de Fabiano Ávilado
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