O objetivo é proteger os 'últimos
territórios marítimos virgens'
Países que defendem a criação de santuários
marinhos na costa da Antártica, em uma área do tamanho da Índia, estão reunidos
desde esta quarta-feira (24) na Austrália com a esperança de superar desavenças
e chegar a um acordo favorável aos seus planos.
Os membros da Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Antárticos (CCAMLR) – que tem 25 países membros, entre eles Brasil, Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Ucrânia e China – estão em Hobart, na ilha australiana da Tasmânia, para tentar chegar a um acordo após várias tentativas fracassadas.
Os membros da Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Antárticos (CCAMLR) – que tem 25 países membros, entre eles Brasil, Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Ucrânia e China – estão em Hobart, na ilha australiana da Tasmânia, para tentar chegar a um acordo após várias tentativas fracassadas.
O objetivo é proteger os “últimos territórios marítimos virgens” que, segundo ecologistas, são o habitat de 16 mil espécies, entre as quais estão baleias, focas, pinguins e peixes endêmicos. À medida que as populações de peixes diminuem drasticamente após décadas de pesca predatória, os barcos pesqueiros se dirigem cada vez mais para o sul.
“É hora de agir”, afirmou Andrea Kavanagh,
diretor do projeto de criação de santuários no oceano Austral para o Pew
Environment Trust. “Os países podem superar as tentativas frustradas do ano
passado reunindo-se este mês para salvaguardar estas áreas vitais”,
acrescentou.
Um primeiro projeto, liderado por França, Austrália e Alemanha, defende a criação de sete áreas marinhas protegidas no leste da Antártica, do lado do Oceano Índico, em uma superfície de 1,6 milhão de km². Estados Unidos e Nova Zelândia querem estabelecer uma área marítima protegida de 1,25 milhão de km² no Mar de Ross, baía profunda voltada para o Pacífico.
Um primeiro projeto, liderado por França, Austrália e Alemanha, defende a criação de sete áreas marinhas protegidas no leste da Antártica, do lado do Oceano Índico, em uma superfície de 1,6 milhão de km². Estados Unidos e Nova Zelândia querem estabelecer uma área marítima protegida de 1,25 milhão de km² no Mar de Ross, baía profunda voltada para o Pacífico.
A superfície total das áreas marinhas protegidas
seria um pouco menor que a Índia e cinco vezes maior que a França. Para que
estas áreas protegidas sejam instauradas, precisam receber o aval dos 24 países
mais a União Europeia, membros do CCAMLR, um organismo criado em 1982, mediante
uma convenção internacional, com o objetivo de conservar a fauna e a flora
marinha da Antártica.
Plano ainda sem acordo
Estas propostas foram debatidas em julho passado
durante encontro na Alemanha, mas nenhum acordo foi concluído devido – segundo
as ONGs – à oposição de Rússia e Ucrânia, que consideram caras as restrições à
indústria pesqueira.
“Sempre soubemos que haveria oposição daqueles
com interesses relacionados à pesca na região ou que pensam que terão
[interesses] algum dia”, declarou, em setembro, o primeiro-ministro da Nova
Zelândia, John Key.
Desde então, a Rússia tem enviado sinais confusos
e as negociações são “difíceis”, segundo os especialistas, que não conseguem
prever exatamente a direção que Moscou vai seguir.
Para tentar vencer a resistência russa, os países que defendem a criação de uma zona protegida no Mar de Ross reduziram a superfície em mais de 20% com relação à proposta inicial, uma tática de negociação qualificada de “surpreendente” pelo Instituto de Política Estratégica da Austrália (ASPI), centro de pesquisas com sede em Canberra. “É difícil esperar um resultado positivo”, concluiu este instituto em um informe publicado.
“Como uma das últimas grandes regiões virgens, a Antártica merece reconhecimento, respeito e um compromisso especial de parte dos governos que decidiram administrá-la”, acrescentou o texto. Os defensores dos santuários marinhos, entre eles alguns que trabalham no projeto há oito anos, alertaram que não vão desistir, mesmo se as negociações em Hobart fracassarem.
Para tentar vencer a resistência russa, os países que defendem a criação de uma zona protegida no Mar de Ross reduziram a superfície em mais de 20% com relação à proposta inicial, uma tática de negociação qualificada de “surpreendente” pelo Instituto de Política Estratégica da Austrália (ASPI), centro de pesquisas com sede em Canberra. “É difícil esperar um resultado positivo”, concluiu este instituto em um informe publicado.
“Como uma das últimas grandes regiões virgens, a Antártica merece reconhecimento, respeito e um compromisso especial de parte dos governos que decidiram administrá-la”, acrescentou o texto. Os defensores dos santuários marinhos, entre eles alguns que trabalham no projeto há oito anos, alertaram que não vão desistir, mesmo se as negociações em Hobart fracassarem.
Fonte: domtotal.com
Ambiente
Brasil
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