Os
investigadores têm observado repetidamente que os primatas, os cavalos e
os veados diminuíram durante um período quente chamado Máximo Térmico
do Paleoceno-Eoceno, há 55 milhões de anos.
Um mundo mais quente pode ser um mundo menor,
caso o testemunho do passado nos dê alguma indicação para o futuro. Os
paleontólogos descobriram novas evidências de que as espécies tendem a
diminuir durante os períodos de aquecimento. Artigo de Tim Radford
publicado em Climate News Network.
Philip Gingerich, da Universidade de Michigan, EUA, disse à Sociedade
de Paleontologia de Vertebrados, no encontro anual em Los Angeles, que a
diminuição do tamanho do corpo parece ser uma resposta evolutiva dos
mamíferos ao extremo aquecimento global.
Os investigadores têm observado repetidamente que os primatas, os
cavalos e os veados diminuíram durante um período quente chamado Máximo
Térmico do Paleoceno-Eoceno, há 55 milhões de anos.
Durante o primeiro e mais dramático aquecimento, as temperaturas
subiram 6 ° C ou mais durante os 160 mil anos da mudança climática. O
segundo evento, chamado Máximo Térmico do Eoceno 2, durou entre 80.000 a
100.000 anos, com muito menor aumento da temperatura média.
Os dentes e outras evidências fósseis deste período, coletados na Bacia
de Bighorn de Wyoming, mostram que, mais uma vez, o tamanho do corpo
diminuiu durante este segundo evento, mais suave - mas não diminuiu
tanto. Um antepassado do cavalo, conhecido por Hyracotherium, diminuiu
em cerca de 19% durante o segundo evento e cerca de 30% no tamanho do
corpo durante o primeiro, muito mais quente.
Os eventos de aquecimento antigos poderiam ter sido causados pela
liberação natural de grandes quantidades de metano aprisionado no fundo
do mar durante esses períodos. Há quem tenha medo de que a mesma coisa
aconteça novamente, uma vez que o clima muda em resposta à acumulação de
dióxido de carbono e outros gases de escapamentos de chaminés de
fábricas e estações de energia.
Pela terceira vez este ano, os investigadores chegaram à mesma
conclusão. Em janeiro, cientistas europeus envolvidos no projeto Bacia
de Bighorn fizeram uma previsão semelhante e disseram que é possível que
os seres humanos atinjam proporções de hobbit devido a uma estratégia
evolutiva bem sucedida. Um segundo grupo de investigadores identificou
uma geração atrofiada no nordeste do Brasil, que havia sido cruelmente
privada de alimentos durante uma fome relacionada com o clima.
Nos EUA, um biólogo do Kansas analisou o peso e o tamanho de 22 manadas
de bisontes selvagens e chegou à mesma conclusão: aqueles que pastavam
os campos mais quentes foram consistentemente menores do que os animais
da mesma espécie mais a norte.
A descoberta de um segundo conjunto de mudanças ocorridas há 53 milhões
anos atrás confirma o padrão. "O facto de isso ter acontecido duas
vezes aumenta significativamente a nossa confiança de que estamos a ver
causa e efeito, de que uma resposta interessante ao aquecimento global
no passado foi uma diminuição substancial no tamanho do corpo em
espécies de mamíferos", disse o professor Gingerich.
Tradução de Ana Bárbara Pedrosa para o esquerda.net
Artigo de Tim Radford publicado em Climate News NetworkFonte: http://www.esquerda.net/artigo/mam%C3%ADferos-diminuem-%C3%A0-medida-que-o-mundo-aquece/30180
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