O Tempo do Advento é o ponto de partida do Ano
Litúrgico: a espera do Messias. Os fiéis se preparam pela conversão para a
celebração dessa vinda: “Revestido de nossa fragilidade, ele veio a primeira
vez… revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez” (Prefácio do Advento
I).
ANO A
O ano A leva, no conjunto, a marca do evangelista Mateus. Este evangelho foi
redigido, provavelmente, depois da destruição do templo em 70 d.C., com o
intuito de oferecer às comunidades judeu-cristãs da região siro-palestinense
uma didaqué, instrução da fé, para sustentar sua vocação a serem o novo Israel.
Acentua a figura de Jesus como Mestre, que nos faz conhecer a vontade de Deus
como Pai dele e Pai nosso, além da dimensão comunitária e eclesial do Reino e
da vida cristã.
1. Tempo do Advento
No Advento, primeira fase do período natalino,
destacam-se as “utopias messiânicas” de Is (caps. 2, 11 e 35), relacionadas com
a esperança da justiça que vem de Deus, não do jogo oportunista do poder. Os
evangelhos, tomados de Mt, têm como teor fundamental essa justiça que vem de
Deus e que se realiza no projeto divino de salvação, inaugurado nos tempos
antigos e atestado pelas Escrituras, bem como na atuação ética do homem, guiada
pela vontade de Deus. Assim, as primeiras leituras (tomadas de Is) aparecem
como projeção escatológica daquilo que deve acontecer no homem mediante a
conversão (cf. sobretudo o 2° dom.). Da interação de “utopia” e conversão
brotam a alegria e a esperança por causa da vinda do Cristo (3° dom.). No 4°
domingo, ponto culminante, tanto a leitura de Is quanto o correspondente
evangelho de Mt apontam para uma salvação personalizada: a salvação que vem de
Deus não é uma utopia “em geral”, mas a própria presença de Deus, manifestada
em seu Filho e envolvendo os que pela conversão a ele aderem. Esta primeira
fase do ciclo natalino se estica assim entre Is e Mt: leva-nos a celebrar, com
Mt, o cumprimento da esperança messiânica expressa em Is. Culmina na figura do
Emanuel, Deus-conosco, que nos traz a justiça de Deus e exige nossa
participação na mesma (Is 7,10ss; Mt 1,18ss).
(1) Konings, J.,
Liturgia Dominical, Vozes, Petrópolis, 2004, p.351
Fonte\:
http://www.franciscanos.org.br/?p=48814#sthash.zgcAMAcI.dpuf
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