Assim, se expressava o Papa Francisco, o nosso Pai beatíssimo, em sua homilia na Santa Missa de envio...
Em nosso coração ainda ecoa a imagem bondosa do Papa
Francisco que espalhou por uma semana inteirinha, em nossa amada Terra
de Santa Cruz o perfume tão concreto, tão simples, tão forte, tão terno,
tão “encontro”: o perfume do AMOR.
O olhar do coração nos permite olhar o horizonte imenso e
perceber o quanto de bem ele pôde levar aos corações dos que o viam de
perto e aos que viam de longe, até mesmo através da televisão.
As Jornadas Mundiais
da Juventude, por si só, tem o seu propósito evangelizador e de
transformar a multidão ali reunida em uma só família... Graça imensa é
contemplar e viver esta realidade “ao vivo e a cores”...
Algumas irmãs foram convocadas pela Presidente da
Federação Sagrada Família, Madre Maria José, para custodiar Jesus em uma
Capela de Adoração, onde Ele ficou exposto durante o dia para a oração e
adoração dos jovens da Jornada, este foi um pedido da Família
Franciscana do Brasil. Éramos nove irmãs: 3 do Mosteiro de Anápolis
(GO), 2 do Mosteiro de Uberlândia (MG), 2 do Mosteiro de Caicó (RN), 1
do Mosteiro de Cascavel (PR) e 1 do Mosteiro de Mossoró (RN).
A Capelinha muito simples e original, verdadeiramente
franciscana, conservava a estrutura da antiga senzala da Igreja de São
Francisco da Penitência. Ali, onde tantos “ais” e lágrimas de dor dos
escravos foram pronunciados, transformou-se num ambiente de quietude e
aconchego. Jesus Eucaristia estava a nos dizer que sempre escuta e
acolhe com o mesmo amor misericordioso estes clamores de ontem e de
hoje, como os braços abertos do Cristo Redentor, ali também, de braços
abertos acolhia e amava a todos/as.
Os jovens que ali passavam diante d’Aquele Coração,
trazia em seu peito tantas motivações que talvez nem fossem o Encontro.
Quem sabe pelo espaço bonito, ou um “ponto de turismo” ? No entanto, Ele
mesmo estava ali e como fez a Seus discípulos lavava os pés, numa
atitude de derramar a água da compaixão, do amor, da acolhida, da
ternura...
Nossos olhos contemplaram cenas muito bonitas de jovens
sedentos de Deus, peregrinos na fé que desejavam que aqueles dias fossem
mais que um passeio; jovens comprometidos com o Reino, fermento na
massa para os mais jovens na caminhada de fé...
Como estávamos hospedadas na Casa da Ordem Franciscana
Secular, no Bairro Rio Comprido, junto à Casa dos Franciscanos
Conventuais, tivemos ainda a oportunidade de escutar os “ecos” da
passagem do Papa Francisco pelas ruas ou nos locais dos eventos seja
pela JMJ, seja pela sua visita ao Brasil.
Belos testemunhos das pessoas que com simplicidade e
devoção se põe na rua para ao menos para vê-lo passar... os canais das
televisões conectados nas transmissões... Os jovens sentindo-se de fato
“a juventude do Papa”...
Outro momento singular que vivemos foi participar da
visita do Santo Padre ao Hospital São Francisco da Penitência no final
da tarde do dia 24 de julho. Aquele foi um dos dias mais frios e mais
chuvosos e foram horas de espera na chuva e no frio, mas aquele era o
nosso local de encontro certo com o Doce Cristo na Terra e lá estava ele
diante de nossos olhos... Sereno, simples, acolhedor, terno, feliz,
pai, irmão... Espalhando Paz e Bem como outro Francisco, o nosso Pai São
Francisco...
Como tão bem expressou em suas palavras: “É bem
conhecida a conversão do Santo Patrono de vocês: o jovem Francisco
abandona riquezas e comodidades para fazer-se pobre no meio dos pobres,
entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo a verdadeira
riqueza e que estes não dão a verdadeira alegria, mas sim seguir a
Cristo e servir aos demais; mas talvez seja menos conhecido o momento em
que tudo isto se tornou concreto na sua vida: foi quando abraçou um
leproso. Aquele irmão sofredor foi «mediador de luz (…) para São
Francisco de Assis» (Carta Enc. Lumen fidei,
57), porque, em cada irmão e irmã em dificuldade, nós abraçamos a carne
sofredora de Cristo. Hoje, neste lugar de luta contra a dependência
química, quero abraçar a cada um e cada uma de vocês - vocês que são a
carne de Cristo – e pedir a Deus que encha de sentido e de esperança
segura o caminho de vocês e também o meu”. Continuou dizendo: “A vocês
todos quero repetir: Não deixem que lhes roubem a esperança! Não deixem
que lhes roubem a esperança! Mas digo também: Não roubemos a esperança,
pelo contrário, tornemo-nos todos portadores de esperança!”.
“Portadores de esperança”... sim em meio àquela chuva e
frio, algumas de nós pouco ou quase nada “abrigadas”... ecoou este
convite: “Portadores de esperança”... como filhas de Francisco e Clara,
ser ali como fermento na massa que não se vê, mas realiza a sua
missão... ali no “escondimento” daquela multidão, assegurávamos ao
Portador de Esperança a nossa presença orante pela sua missão e pela
Jornada Mundial da Juventude. Será que nos viu em meio àquela multidão?
Não importa... o seu coração de Pastor, certamente nos viu.. em cada
pessoa acolhida, tocada... fomos acolhidas e tocadas e em cada gesto
expressado de amor filial a ele, o nosso amor expressado na oração e
sacrifício.
Aqui ainda recordo as palavras do Papa Emérito Bento XVI
a nós dirigidas em sua visita a Fazenda da Esperança em Guaratinguetá
(SP) aos 12 de maio de 2007: “Caríssimas irmãs, sejam as proclamadoras
de que ‘a esperança não decepciona’ (Rm 5,5). A dor do Crucificado, que
atravessou a alma de Maria ao pé da cruz, console tantos corações
maternos e paternos que choram de dor por seus filhos ainda dependentes
de drogas. Anunciem pelo silêncio oferente da oração, silêncio grande e
eloqüente que o Pai escuta; anunciem a mensagem do amor que vence a dor,
as drogas e a morte. Anunciem Jesus Cristo, humano como nós, sofredor
como nós, que tomou sobre si os nossos pecados para deles nos
libertar!” (Ver texto do discurso na íntegra).
Concluo com as palavras do Papa
Francisco na Santa Missa de Envio: “Dirijamos agora o nosso olhar à Mãe
do Céu, a Virgem Maria. Nestes dias, Jesus lhes repetiu com insistência o
convite para serem seus discípulos-missionários; vocês escutaram a voz
do Bom Pastor que lhes chamou pelo nome e vocês reconheceram a voz que
lhes chamava (cf. Jo 10,4). Não é verdade que, nesta voz que ressoou nos
seus corações, vocês sentiram a ternura do amor de Deus? Não é verdade
que vocês experimentaram a beleza de seguir a Cristo, juntos, na Igreja?
Não é verdade que vocês compreenderam melhor que o Evangelho é a
resposta ao desejo de uma vida ainda mais plena? (cf. Jo 10,10). É
verdade?”
A Virgem Imaculada intercede por nós no Céu como uma boa
mãe que guarda os seus filhos. Maria nos ensina, com a sua existência, o
que significa ser discípulo missionário. Cada vez que rezamos o
Ângelus, recordamos o acontecimento que mudou para sempre a história dos
homens. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que se tornaria a Mãe de
Jesus, do Salvador, Ela - mesmo sem compreender todo o significado
daquele chamado - confiou em Deus e respondeu: «Eis aqui a serva do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Mas, o que fez
Maria logo em seguida? Após ter recebido a graça de ser a Mãe do Verbo
encarnado, não guardou para si aquele presente; sentiu-se responsável e
partiu, saiu da sua casa e foi, apressadamente, visitar a sua parente
Isabel que precisava de ajuda (cf. Lc 1, 38-39); cumpriu um gesto de
amor, de caridade e de serviço concreto, levando Jesus que trazia no
ventre. E se apressou a fazer este gesto!
Eis aqui, queridos amigos o nosso modelo. Aquela que
recebeu o dom mais precioso de Deus, como primeiro gesto de resposta,
põe-se a caminho para servir e levar Jesus. Peçamos a Nossa Senhora que
também nos ajude a transmitir a alegria de Cristo aos nossos familiares,
aos nossos companheiros, aos nossos amigos, a todas as pessoas. Nunca
tenham medo de ser generosos com Cristo! Vale a pena! Sair e ir com
coragem e generosidade, para que cada homem e cada mulher possa
encontrar o Senhor”.
«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19).
Nenhum comentário:
Postar um comentário