21 de nov. de 2011

A Escolha

                                         Júlio Lázaro Torma
Membro da Pastoral Operaria Pelotas RS

   Neste último final de semana, o 33º Domingo do Tempo Comum, o último domingo do calendário litúrgico, celebramos a FESTA DE CRISTO REI DO UNIVERSO.

  A Igreja Católica, nos convida a meditar em nossas Celebrações Eucarística e da Palavra, sobre o Juízo Final.
  O Evangelho de Mateus 25,31-46, nos apresenta a Parábola do Juízo Final, que faz parte dos 5 grandes discursos de Jesus apresentados pela comunidade de Mateus( 5-7;10;13,1-52;18,24-25).O texto foi elaborado pelos anos 60-70, quando ocorre a grande guerra judaica contra o império romano.
  O que culminou com a destruição de Israel, do Templo e de Jerusalém pelas legiões romanas do general Tito em Agosto do ano 70.
  A Parábola do Juízo final é o complemento das parábolas das dez virgens( MT 25,1-13), vigilância; Talentos( 25,14-30), que nos convoca a colocar os nossos dons a serviço do Reino.
  O Juízo final está em todas as culturas da antiguidade, próxima a Israel, como no Egito, Espartamo, Pérsia e até na Grécia.
  Na Parábola, Jesus nos usa a linguagem apocalíptica judaica ao falar do " Filho do Homem", que vem de forma gloriosa e como um Rei vitorioso, que encontramos no  profeta Daniel.
  Jesus usa a linguagem do pastor, que separa as ovelhas dos cabritos.Fala que o Ressuscitado virá vitorioso para julgar todos os povos da terra.Ao mesmo tempo que na Parábola do juízo final, no 5º Sermão da Nova Lei; ele retoma as palavras ou parábolas do joio ( Mt 13,24-30) e da rede( Mt 13, 44-51).
  A Parábola do juízo final, foi vista pelos cristãos ao longo dos séculos, como a melhor recapitulação do Evangelho.Ao mesmo tempo em que Jesus nos apresenta e nos fala que todos os homens e mulheres serão julgados pelo mesmo critério.
  O critério proposto por Jesus é, que seremos julgados pela fé em que temos em Jesus.Está fé nos leva a ver no irmão, no próximo, principalmente no mais excluído e pobre, a presença de JESUS,que se faz o mais pequenino entre nós.
 Para Jesus não basta ter fé, mas devemos fazer algo em defesa dos sofredores, se comprometer com a sua libertação e " cumprir toda a justiça"( Mt 3,15), que é o critério para participar da vida do Reino de Deus.
  Pois Jesus se faz presente naquele que tem '' fome, sede, estrangeiro, nu, doente e no preso" (35-36) e nós lhe demos de comer, beber, acolhemos, vestimos e lhe visitamos.
  Hoje em nosso continente latino americano e num mundo globalizado, Jesus se faz presente nos rostos sofridos dos " migrante, as vitimas da violência, os deslocados e refugiados, as vitimas de HIV e de enfermidades endémicas, os tóxico-dependentes, idosos, meninos e meninas que são vitimas da prostituição, pornografia e violência ou do trabalho infantil, mulheres maltratadas, vitimas da exclusão e do tráfico para a exploração sexual, pessoas com capacidades diferentes,grandes grupos de desempragados/as, os excluídos pelo analfabetismo tecnológico, as pessoas que vivem na rua das grandes cidade,os indígenas e afro-americanos, agricultores sem terra e mineiros"( D.A 402).
  Para Jesus até um ateu, agnóstico ou indiferente a religião pode e é chamado a fazer parte do Reino de Deus, assim como a pessoa que é crente e participa da IGREJA.
  Para ser cidadão do Reino, não adianta rezar ou ir na Igreja, se não praticar a Justiça, como escreveu Tiago, " A Fé sem obras é morta".Mas devemos acima de tudo praticar e viver no nosso dia a dia, o compromisso pela causa e libertação dos mais pobres e perceber neles a presença de Jesus em nosso meio.
  Poderemos no último dia, no juízo final ser condenados ou premiados a viver o Reino de Deus pela escolha em que fazemos em vida nesta terra.Este é o critério dado por Jesus, só se salva ou entra no Reino de Deus quem acolhe os pequenos e excluídos da sociedade.
      Mt 25,31-46

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