Júlio Lázaro Torma*
" E quem é o meu próximo?"
( Lc 10,29)
Neste final de semana em nossas comunidades cristãs,
somos chamados pelo evangelista Lucas a ler,escutar, meditar e rezar sobre a Parábola do Bom Samaritano.
Estamos com Jesus á caminho de Jerusalém,quando ele é interceptado por
um doutor da lei,um teólogo oficial da religião judaica, que quer talvez
armar uma para cima de Jesus e vem com a seguinte questão," quem é o
meu próximo?"
Para o povo judeu e assim como é para nós hoje o nosso próximo é
aquele na qual eu conheço,meu amigo,tenho boa relação de amizade.Este
que faz parte da minha comunidade,era considerado como
meu próximo,meu irmão,como diziam os intelectuais da época," Ame o seu
próximo e odeie o seu inimigo"( Mt 5,43).
Jesus como é de seu feitio transgride a lei e a ordem estabelecida, vai
na contra mão ao declarar;" amem os seus inimigos,e rezem por aqueles
que vós odeiam"( Mt 5,44).
Os judeus desprezavam os samaritanos que viviam encravado em seu
território. Evitavam passar pela Samaria,ter contato com eles era
considerado impuro e faziam uma longa volta da Galiléia a Judéia.
Os samaritanos eram descendentes de povos que tinham sido
transplantados pelo Império Assirio,para colonizar o norte de Israel no
século VII a. C ( II Rs 17;24-40),eram vitimas de piadas " sequer é
nação o povo idiota que habita em Siquém" ( Eclo 50,25-26),o próprio
Jesus foi chamado de " samaritano" ( Jo 8,48) e adoravam a Deus no monte
Garizim ( Jo 4,20).
Jesus fala de um homem assaltado no caminho de Jerusalém a Jericó, que fica caido na beira da estrada.
Passa pelo ferido três personagens,dois representando o legalismo
religioso,os "puros",o sacerdote e o levita que vêem o homem ferido e
não fazem nada,olham e dizem " coitado" e seguem o seu rumo para não
terem contato com o sangue alheio e ficarem impuro.
O samaritano,considerado inimigo do judeu é o que vê o ferido,caido na beira da estrada,o socorre e cuida de suas feridas.
Franz Kafta escreve," A solidariedade é o sentimento
que melhor expressa o respeito pela dignidade humana".
Todo o ser humano é solidário,como escreve Santo Agostinho de Hipona, no ' fundo todo o homem é bom".
Quando alguém tem a sua dignidade atingida e tem a sua vida ferida,
seus diireitos humanos violados ou morre de fome, vitima de violência
normativa o estatal,em qualquer parte do mundo,eu sou atingido também na
minha condição humana.
onde o
distante é o meu próximo, meu irmão,assim como aquele que está bem
perto de mim ou tem parentesco sangüinio comigo. A sensibilidade faz
parte do ser humano o que faz com que ele sinta-se atingido,o sofrimento
alheio e procura ajudar o próximo,aquela pessoa que esta em situação de
vulmerabilidade.
vivemos numa época em que estamos perdendo a sensibilidade, diante do
sofrimento alheio,onde vemos alguém caido e evitamos nos aproximar com
medo e vivemos num estado de natureza de " todos contra todos" ( Hobbes e
Locke).
Somos
chamados a ser solidário que ama a Deus de fato sabe ser solidário com o
outro e responde as suas necessidades. O amor e a solidariedade derruba
todas as barreiras de raça, sexo,nação, regionalismo,classe social e
cores partidárias.
O próximo é aquele que eu encontro no meu caminho.O legalista estabelece limites para o amor:
" Quem é o meu próximo?", Jesus como é de práxis inverte a pergunta, " O que você faz para tornar próximo
do outro?
Que esta seja a pergunta nossa para nós mesmos nesta semana que se anuncia.
Bom final de semana e boas
meditações
Lc 10,25-37
_________________________
* Membro do Colegiado Nacional da Pastoral Operária
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