29 de jun. de 2011

Situación anímica de la vida consagrada. ¿los religiosos son personas felices?

La vida consagrada no es signo de infelicidad. Quedarse sólo con los datos que nos ofrece la sociología no sitúa adecuadamente el presente y el futuro de los consagrados. Estamos en un tiempo nuevo y nueva debe ser la reflexión sobre la VC. Pujol Bardolet insiste en la centralidad de la Misión en la cuál, consagrados y laicos, han de ir “de la mano”.
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28 de jun. de 2011

O Caminho Franciscano.

O medieval é um caminhante. Andava o monge, andava o camponês, andava o cavaleiro, andavam as caravanas, o peregrino, o leproso extra-muros, andavam os penitentes... Todos fizeram com o Sagrado, com a eclesiologia de então, com a teologia, com a cultura... um engate de todos os seus passos numa articulação sofrida. Sua errância, sua mobilidade antecipa o humano como eterno peregrino em busca da sua identidade. Passo a passo, atravessou os desafios da vida para buscar a felicide.......
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44 Cartas do Mundo Líquido Moderno

  • Nos dias de hoje, somos bombardeados por informações de todos os lados. Como separar o que é importante e significativo do que é supérfluo e descartável? Essa foi a intenção do sociólogo Zygmunt Bauman ao ser convidado pela revista italiana La Repubblica delle Donne - publicação de caráter cultural dirigida sobretudo ao público feminino - a escrever cartas comentando aspectos do que o sociólogo chama de "mundo líquido moderno".
    Foram dois anos (de 2008 a 2009) em que Bauman escreveu quinzenalmente para os leitores italianos sobre temas como iPod; Twitter; Facebook; Barack Obama; cartões de crédito e gripe suína. Esse livro apresenta uma seleção de 44 desses textos.
    Poucos eventos escapam ao olhar atento de Bauman, que apresenta breves e brilhantes análises da vida contemporânea. Surpreende a capacidade do sociólogo em descobrir significados sob atos aparentemente simples - uma chamada ao celular, a exposição de uma foto no Facebook, um outdoor, a lista de gastos do cartão de crédito. Todos esses fatos que parecem casuais e desconectados se unem para reforçar a aflição do homem no mundo líquido: buscar sua identidade. E o sociólogo faz um alerta: apenas unidos poderemos combater os "males sociais", optar pelo individualismo seria o mesmo que nos preparar para nossa própria biodegradação e reciclagem.

  • Editora: Jorge Zahar
  • Autor: ZYGMUNT BAUMAN
  • ISBN: 9788537806814
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2011
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 228
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Médio

DESAFÍOS DE CLARA DE ASÍS PARA HOY

Estamos caminando hacia el final de la celebración del 8° centenario del nacimiento de Clara de Asís. Abundaron en toda la familia franciscana celebraciones, reflexiones, retiros, talleres marcados por este acontecimiento. Acontecimiento que el Papa Juan Pablo destacó repetidas veces como algo importante en la vida de la Iglesia. "En nuestra época es necesario repetir el descubrimiento de santa Clara, porque es importante para la vida de la Iglesia. Es necesario redescubrir este carisma, esta vocación: urge redescubrir la leyenda divina de Francisco y Clara.....

Crise terminal do capitalismo?

Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor
Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.
O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.
Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugal 12% no país e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas, mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.
A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos países periféricos. Hoje é global e atingiu os países centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamente nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.
Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.
As ruas de vários países europeus e árabes, os "indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhóis gritam: "não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumossacerdotes do capital globalizado e explorador.
Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da superexploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas.
[Leonardo Boff é autor de Proteger a Terra-cuidar da vida: como evitar o fim do mund, Record 2010].

27 de jun. de 2011

El desafío de las nuevas generaciones

¿En qué consiste la dificultad, el desafío, que presenta la formación inicial y algunos casos en concreto al servicio de gobierno ?
La ausencia o escasez de nuevas generaciones
Probablemente algunos de ustedes se encuentran en una provincia, o una congregación, en la cual faltan las nuevas generaciones o éstas están muy minoritariamente representadas.
Tenemos provincias donde la mayoría está entrando en jubilación. La edad media está sumamente implicada en el trabajo apostólico y, al parecer, bastante sobrecargada. Es una generación que, al parecer, es menos resistente que la anterior –a la que le dio el relevo. Es también una generación que sufre la crisis de la mediana edad y que por lo tanto está intentado resolver problemas personales......

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23 de jun. de 2011

O FRANCISCANISMO COMO PARADIGMA.

Todo conhecimento da realidade – lógico, intuitivo, religioso, estético, técnico... - e toda ação sobre a realidade supõem a aplicação - consciente ou inconsciente - de uma série de códigos prévios, próprios do leitor. Estes parâmetros são proporcionados pela cultura-sociedade, não são produtos privativos e exclusivos do indivíduo. A decodificação de um objeto - cada objeto é infinitamente complexo - exige a adoção de uma série de parâmetros, de guias, de códigos. Esses indicadores permitem conhecer e operar sobre a realidade, mas, ao serem estabelecidos, limitam o âmbito do conhecimento e da ação.
"Conhecer" é também, sempre e de alguma maneira, um "fazer"- "ser feito". Uma maneira de entender e ser entendido é - inevitavelmente - uma maneira de construir-se, construir e ser construído.
          Esses códigos, ao mesmo tempo que possibilitam ler-fazer o real, delimitam – inelutavelmente – o horizonte de compreensão, determinam o ângulo de visão, parcializam o resultado da leitura e conseqüentemente o resultado da ação.
          Os códigos aparecem como sistemas: não se apresentam a nós isolados, como mônadas, mas organicamente, como esquemas interpretativos e operativos, ou seja, como "paradigmas". São sistemas hermenêuticos que provêm da práxis e conduzem à práxis.
          Esses sistemas, por sua vez, se apresentam organizados, sistematizados, dentro de esquemas de comprensão mais globalizantes que, de modo geral poderíamos chamar cosmovisões. A cosmovisão, pré-compreensão orgânica da realidade, é condição sine qua non de todo conhecimento e de toda realização. Essas posturas globais possuem diversos níveis de profundidade interpretativa e âmbitos mais ou menos extensos de comprensão-ação.
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19 de jun. de 2011

Memória brasileira: sigilo ou vergonha?

Frei Betto
Há 141 anos terminou a Guerra do Paraguai. Durou de 1864 a 1870. Ao longo de seis anos, Brasil, Argentina e Uruguai, instigados pela Inglaterra, combateram os paraguaios. O pretexto era derrubar o ditador Solano López e impedir que o Paraguai, país independente e sem miséria, abrisse uma saída para o mar.
O Brasil enviou 150 mil homens para o campo de batalha. Desses, tombaram 50 mil. Do lado paraguaio foram mortos 300 mil, 20% da população do país. E o Brasil abocanhou 40% do território da nação vizinha.
Até hoje o acesso aos documentos do conflito estão proibidos a quem pretende investigá-los. Por quê? Talvez o sigilo imposto sirva para cobrir a vergonhosa atuação de Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, que comandou nossas tropas na guerra. E do Conde D’Eu, genro de Dom Pedro II, que sucedeu o duque no massacre aos paraguaios.
Os arquivos ultrassecretos do Brasil podem permanecer sigilosos por 30 anos. O presidente da República pode prorrogar o prazo por mais 30, indefinidamente. Eternamente.
Em 2009, Lula enviou à Câmara dos Deputados projeto propondo o sigilo eterno periodicamente renovado. Cedeu a pressões dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. Os deputados federais o aprovaram com esta emenda: o presidente da República poderia renovar, por uma única vez, o prazo do sigilo, e os documentos considerados ultrassecretos seriam divulgados em, no máximo, 50 anos.
O projeto passou ao Senado. Caiu em mãos da Comissão de Relações Exteriores, cujo presidente é o senador Fernando Collor. E, para azar de quem torce por transparência na República, ele próprio assumiu a relatoria. E tratou de engavetá-lo. Não deu andamento ao debate nem colocou o projeto em votação.
A presidente Dilma decidira sancionar a lei do fim do sigilo eterno a 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Naquela data, o relator Collor foi a plenário e declarou ser "temerário” aprovar o texto encaminhado pela Câmara dos Deputados.
Na véspera de ser empossada ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti declarou que Dilma estaria disposta a atender pedidos dos senadores José Sarney e Fernando Collor, e patrocinar no Senado mudança no decreto para assegurar sigilo eterno a documentos oficiais. A única diferença é que, agora, o sigilo seria renovado a cada 25 anos.
O Congresso está prestes a aprovar a Comissão da Verdade, que irá apurar os crimes da ditadura militar. Como aprovar esta comissão e vetar para sempre o acesso a documentos oficiais? Isso significa impedir que a nação brasileira tome conhecimento de fatos importantes de sua história.
Collor e Sarney não gostam de transparência por razões óbvias. Seus governos foram desastrosos e vergonhosos. Já o Ministério das Relações Exteriores alega que trazer à tona documentos, como os da Guerra do Paraguai, pode criar constrangimentos com países vizinhos. Com países vizinhos ou com nossas Forças Armadas e personagens que figuram como heróis em nossos livros didáticos?
O sigilo brasileiro a documentos oficiais não tem similar no mundo. Se não for quebrado, a presidente Dilma ficará refém da chamada base aliada. Ontem foi o "diamante de 20 milhões de reais”, hoje o sigilo eterno, amanhã…
Na terça, dia 14 de junho, retornaram ao Brasil os arquivos do livro "Brasil Nunca Mais” (Vozes), que relata os crimes da ditadura militar brasileira. A publicação, patrocinada pelo Conselho Mundial de Igrejas, foi monitorada pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o pastor Jaime Wright.
O mérito do "Brasil Nunca Mais” é que não há ali nenhuma notícia de jornal ou depoimento de vítima da ditadura. Toda a documentação se obteve em fontes oficiais, retirada, por advogados, de auditorias militares e do Superior Tribunal Militar. Microfilmada, foi remetida ao exterior, por razões de segurança. Agora retorna ao Brasil para ficar disponível aos interessados. Muitas informações ali contidas não constam da redação final do livro, da qual participei em parceria com Ricardo Kotscho.
Os arquivos da Polícia Civil (DOPS) sobre a ditadura militar já foram abertos e se encontram à disposição no Arquivo Nacional. Falta abrir o arquivo das Forças Armadas, o que depende da vontade política da presidente Dilma, ela também vítima da ditadura. As famílias dos mortos e desaparecidos têm o direito de saber o que ocorreu a seus entes queridos. E o Brasil, de conhecer melhor a sua história recente.
Um país sem memória corre sempre o risco de repetir, no futuro, o que houve de pior em sua história.
[Frei Betto é escritor, autor de "Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.
Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)].
Fonte: www.adital.com.br

14 de jun. de 2011

Irmão leigo: Identidade e missão.

Irmão leigo: Identidade e missão

O Evangelho que professamos não é uma marca ou um produto que se vende, mas antes é uma forma de vida. Todos aqueles que vivem em conformidade com Cristo, evangelizam.
As diferenças constituem um dos pilares de qualquer construção de identidade. Para nós cristãos, que movidos pelo desejo de um mundo cada dia mais justo, a diversidade é riqueza incontestável e necessária às comunidades. Nesse contexto a vocação do irmão leigo é um dom e uma riqueza para as igrejas. Ela se apresenta como uma forma específica de viver dentro da missão em um carisma específico. Ela por excelência mostra a originalidade e profetismo da Vida Religiosa.
Sabemos que nas diversas congregações essa vocação tem suas especificidades. Nas congregações que são formadas por irmãos parece não ocorrer tantas crises em relação a identidade. Tudo está ali: formação religiosa, acadêmica, carisma, etc. Entretanto, nas diversas congregações ditas ‘mistas’ os conflitos na formação da identidade são acentuados.
A ordem franciscana é um exemplo claro dessa realidade. O ideal de Francisco de Assis, da fraternidade evangélica, logo foi turvado em sua fonte. Clérigos e leigos começaram um disputa pelo controle da ordem.
No capítulo de 1239 vemos que os clérigos “julgavam não desfrutar da posição que mereciam”. (DESBONNETS, 1987, p.125). E assim, a fraternidade originária onde a sociedade estava reconciliada, livre de divisões, reassume o antigo vício. Um dos pilares dessa mutação da ordem foi o Ministro Geral Aymon de Faversham. Esse pode ser considerado o segundo fundador da ordem, dando a essa uma estrutura clerical. Desse momento em diante começam as nomeações de bispos franciscanos e em pouco tempo já eram dezenas pela Europa.
Com a clericalização da ordem, os irmãos leigos ficaram impedidos de assumir cargos. Ou seja, somente podia dirigir a ordem aqueles que receberam da igreja o ministério sacerdotal. Logo, a ordem reveste-se da mesma roupa da Igreja hierárquica. Não que isso seja terrível ou um erro, mas que na realidade não é próprio do carisma franciscano. Em outras palavras, estamos a séculos vivendo, e agora tentando desfazer o rumo de nosso carisma.
Dentro desse contexto que nos encontramos hoje vem a nós a reflexão sobre a identidade e missão dos irmãos leigos dentro da ordem franciscana. Um dos primeiros passos dessa reflexão deve ser essa consciência histórica. Estamos ainda em um curso errôneo de nosso carisma. Várias experiências nos últimos tempos têm apontados outros caminhos.
Como a criação da Comissão Interfranciscana (OFM – OFMConv – OFMCap) para o Estudo da Ordem Franciscana Como “Instituto Misto”. Essa comissão em 1997 lançou um estudo sobre a Identidade da Ordem Franciscana no Momento de sua Fundação, na tentativa de oficializar um pedido a Santa Sé para que reconheça as ordens franciscanas como mistas. É dentro desse contexto de luzes e sombras que nos encontramos e constituímos nossa identidade e nossa missão.
Falar em identidade nessa conjuntura apresenta-se complicado. Como dissemos acima, somos constituídos a partir da diferenciação, mas isso não quer dizer conflito freqüente como observamos na história entre leigos e clérigos. A diferença deve se estabelecer na unidade em uma constante dialética.
Todos nós somos sedentos de significado para nos formar como pessoas. Quando adentramos na ordem queríamos ser frades franciscanos. Aos poucos vamos percebemos que os conflitos existem e nós perguntamos sobe nossa vocação ou sobre aquilo que intuímos como nosso caminho. Para uns, isso acontece de forma tranqüila, mesmo enfrentado barreiras e diferenciações pejorativas. Entretanto, outros sofrem por sentirem sempre cobrados em resultados para serem aceitos na ordem.
Tal necessidade surge normalmente do embate entre pastoral paroquial e demais atividades. Em muitos lugares outras formas de atividade evangelizadora não são reconhecidas como trabalho pela fraternidade local. Começa se assim, uma busca de identidade do irmão leigo, pois ser aceito e acolhido naquilo que faço reforça minha identidade ou enfraquece sua formação.
Talvez nesse ponto de nossa reflexão, seja necessário discutir sobre nosso carisma primeiro e nossa missão: o anúncio do evangelho pelo testemunho. Assim, a evangelização – que é nosso ‘obra’ por excelência – “Realiza-se por meio do testemunho e por meio do anúncio do mistério de Cristo...”. (CPO III, 4 §). Não é simplesmente por meios de atividades que realizamos nossa missão. Elas fazem parte de nosso dia-a-dia, mas produção não quer dizer evangelização. A vocação do irmão leigo deve ser aprofundada nesse sentido.
A evangelização – dentro da pastoral ou em missão – somente se realiza pelo testemunho. Em nosso mundo por vezes confundimos evangelização com propaganda e Marketing. O Evangelho que professamos não é uma marca ou um produto que se vende, mas antes é uma forma de vida. Todos aqueles que vivem em conformidade com Cristo, evangelizam.
Não há dúvidas que é necessário refletir sobre evangelização, missão e pastoral na construção da identidade do irmão. Refundar nosso carisma como fraternidade proposta por Francisco de Assis, contribui para tal dinâmica.
Nos últimos tempos começaram a existir grupos dentro das ordens franciscanas que passaram a dialogar sobre o caráter misto de nosso carisma, mas também percebemos, nos últimos tempos, um retorno ao conservadorismo dentro de nossas instituições, onde a figura do irmão passa a ser revista como coadjuvante. Por isso é urgente a manutenção das reflexões dos Gerais na carta de 1994 sobre nossas origens. Não podemos perder de vista o que foi inspirado naquela ocasião. Sem tais reflexões e aberturas ficará difícil tratar sobre a identidade do irmão leigo e sua missão, pois tudo já esta pré-estabelecido por um erro de percurso em nossa história.
Outro ponto que devemos tomar consciência é que nossa missão e identidade não estão mais em locais tradicionais de catequese. “Antes os meios clássicos eram igrejas, capelas, escolas e hospitais, etc. Hoje estão presentes também contextos novos, que exigem respostas e formas também novas”. (CPO III, 16 §). Hoje estamos no meio popular, nas universidades, na política, nos movimentos sociais, no trabalho com a juventude, etc. O CPO III é do final da década de 70, e vemos ainda hoje a identidade do irmão leigo franciscano sendo moldada pela paróquia. E, ainda hoje o Ministro Geral alerta: “Hoje as coisas mudaram radicalmente não só na Igreja e na ordem, mas também no campo político e econômico”. (CC, 2009, p. 3).
O protagonismo em nossa missão é importantíssimo nesse caminho. Não é em ambiente de flores que se vai andar, mas é na fadiga de um novo despertar da vida religiosa, que tem como centro o profetismo.
Nossa igreja hoje não é constituída circularmente, mas hierarquicamente. Nossa ordem também assim se encontra. Com isso confundimos cargos com carismas ou com evangelização. Os ministérios são úteis e necessários, mas eles não podem ser absolutizados em si mesmos. Vemos a senhora da comunidade exalar mais evangelho que muitos lideres religiosos institucionalizados em sua missão. Não se forma uma identidade evangelizadora buscando reconhecimento e cargos, mas se disponibilizando. O frade “não se apresenta como superior nem como inferior, mas como irmão. Não se impõe, mas se dispõe”. (CPO III, 18 §). Esteja onde for: na igreja, na faculdade, nos movimentos sociais, etc. o irmão leigo deve exalar aquele perfume de Cristo Jesus.
Por fim, percebemos que ao trabalhar sobre a identidade e missão do irmão leigo franciscano, vemos que toda essa realidade é plástica. Podemos dizer que a identidade é uma não fixação, seria quase uma ‘não identidade’. Talvez a palavra melhor que qualifica tal realidade seja ‘abertura’ ou ‘gratuidade’. Não se faz algo para ter identidade, pois assim agindo já se fixou o que deveria ser dinâmico. Somos em Cristo antes mesmo de sermos. Isso deve constituir nossa missão e nossa identidade. Em outras palavras: “Nossa fraternidade franciscano-capuchinha, tendo em si mesma a tensão da fraternidade universal, é chamada, pela sua mesma índole, a testemunhar uma vida transformada, expressão de “relações redimidas”. (CC, 2009, p. 5). (Cf. CPO VII). É dessa vivência que podemos falar em evangelização e identidade.
REFERÊNCIAS
CARTA CIRCULAR SOBRE A MISSÃO. Roma, 2009.
DESBONNETS, Théophile. Da intuição a instituição. Petrópolis: Cefepal, 1987.
TERCEIRO CONCELHO PLENÁRIO. Vida e atividade missionária. Mattli, 1978.
*Frei Edson Matias, é frade capuchinho da província do Brasil Central.

DAR FUNDO NO POÇO.

DAR FUNDO NO POÇO.

Breve reflexão sobre o religioso irmão
Denilson Mariano da Silva [1]

Quando se cava um poço e se alcança um bom lençol d'água, é sinal de alegria: "Agora temos água boa e com fartura!". Porém em tempos de grande estiagem e de seca a água diminui, mistura-se com a lama. Quando isso aconte¬ce, é preciso "dar fundo no poço". Cavar mais, adentrar no lençol freático. No trabalho de dar fundo no poço, encon¬tramos muitos objetos que caíram ou foram jogados dentro dele, coisas que ficaram esquecidas e que já nem dávamos falta. Dar fundo no poço é uma tarefa difícil, até perigosa: pode-se encontrar laje de pedra, e há também o risco de desmoronamentos. Porém cavar mais fundo é caminho para que possamos continuar a ter aquela água boa dos começos.
Esta imagem do poço nos servirá de suporte para tratar¬mos da identidade, espiritualidade e missão do Religioso Ir¬mão na Igreja e na sociedade. Esta reflexão quer fazer me¬mória do Seminário de Religiosos Irmãos promovidos pela CLAR - Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos (as), que neste ano de 2009 celebra cinqüenta anos de fundação. O Seminário aconteceu na cidade de Lima (Peru), de 19 a 21 de março de 2009, animado pelo lema "Todos vocês são irmãos" (Mt 23,8c).
Dar fundo no poço significa descer às origens mais pro¬fundas, cavar fundo para buscar as motivações primigênias, aquelas que deram origem à Vida Religiosa em seu estágio inicial. É ir ao encontro daquele "primeiro amor" (cE. Ap 2,4-5) que não pode ser esquecido nem abandonado. As¬sim, para falar algo do Religioso Irmão de forma pertinente, há de se voltar à origem da Vida Religiosa enquanto tal. Esta busca pode ajudar a todos nós - aos Religiosos Irmãos, às religiosas irmãs, aos religiosos presbíteros e também aos membros dos Institutos seculares e Ordens Terceiras - a reavivar o específico de nossa Consagração religiosa, cla¬rificando ainda mais nossa missão na Igreja e na sociedade.
Adentrar no "lençol freático" da Vida Religiosa.
A Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus marcaram de tal modo a vida dos discípulos e das comunidades cristãs que as fizeram inaugurar um novo modo de viver e conviver. Como bem expressa Paulo: "Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim" (Gl2,20). Esta Igreja nascente enfrentou duras perseguições, muitos foram os mártires que deram sua vida por causa do Evangelho. Estavam no mundo como se não fossem do mundo. E, apesar dos problemas internos, conseguiram fazer uma caminhada de verdadeira fraternida¬de, sempre animados pelo exemplo de vida de Jesus.
Com o Edito de Milão (313), Diocleciano, vendo o en¬fraquecimento do Império Romano e o insucesso na perse¬guição aos cristãos, liberou o culto cristão e findou as per¬seguições. A Igreja saiu das casas e das catacumbas, ganhou templos públicos e grandes igrejas. Ganhou em número de fiéis, mas perdeu a qualidade do testemunho cristão. Ao sentir que a água estava meio suja, alguns cristãos, desejo¬sos de seguir a radicalidade da vida cristã, se afastaram dos povoados e foram viver no deserto. Em protesto ao distan¬ciamento da prática e do ensinamento de Jesus, "fugiam do mundo", procurando uma forma de seguir a Jesus Cristo mais de perto, através da prática do silêncio, da oração e da caridade. Esta iniciativa que, inicialmente, foi marcada por uma vida mais solitária, depois se organizou em comunida¬des e, aos poucos, deu origem ao "poço" da Vida Religiosa. Aí era possível encontrar a água limpa da vida a serviço do Evangelho e do Reino.
Esse projeto inicial de consagração ao Senhor era extrema¬mente simples. A "fuga do mundo" era marcada pelo sincero desejo de viver a aliança do Batismo de uma forma radical, amando a Deus e ao próximo. Era um ato de verdadeiro amor proveniente da descoberta de ser amado por Deus. A vida se convertia numa oferta de amor. Isso dava sentido ao aposto¬lado e à vida de comunidade que se espelhava na vivência dos primeiros cristãos, que tudo partilhavam, de forma que entre eles não havia necessitados (cf At 4,32-35). Consagração é aquela atitude através da qual, por amor, a pessoa se consagra a Deus de forma livre e gratuita. Assim, tudo o que acontece é contemplado pela ótica do amor radical a Deus e tudo é re-significado a partir da vontade e do projeto de Deus. É a partir de tal eixo original de consagração a Deus que deve¬mos buscar a identidade do Religioso Irmão.
Objetos esquecidos no fundo do poço
Ao revisitar a história da Vida Religiosa, vemos que, ao período áureo do monarquismo, no qual a vida era marcada pela procura de Deus e pelo serviço aos irmãos, seguiu-se uma forte e progressiva clericalização, a ponto de, no Con¬cílio de Viena, no ano de 1311, ficar estabelecido que todos os monges não impedidos juridicamente deviam receber a ordenação. Não nos cabe aqui fazer todo o percurso histó¬rico, mas essa progressiva clericalização da Vida Religiosa colocou em segundo plano o Religioso Irmão. Os "não or¬denados" passaram a ser tratados como "coadjutores" dos sacerdotes e hierarquicamente tratados como inferiores. Nesse tempo e na maioria dos casos, ser Religioso Irmão não era uma opção por parte da pessoa. Em geral, os superiores é que indicavam entre os candidatos quem seguiria o cami¬nho sacerdotal e quem ficaria como irmão. Os que mani¬festavam certa dificuldade para os estudos, ou já entravam em idade um pouco avançada, eram relegados aos trabalhos práticos e não tinham oportunidade de estudar, como os candidatos religiosos, ao sacerdócio.
Não havia espaço de discernimento nem condições para uma escolha verdadeiramente livre por parte do candidato. Some-se a isso que "a ordenação sacerdotal era vista como obra divina e possuía valor maior que os votos, vistos como simples obra humana" [ii]. Isto só começou a mudar com o sur¬gimento dos Institutos formados unicamente de Religiosos Irmãos. A partir daí é que a figura do irmão começou a ser novamente valorizada. Mesmo assim, ainda é fato que, no conjunto da Vida Religiosa, os Religiosos Irmãos representam uma minoria, em alguns casos não são compreendidos em sua opção de vida. Frequentemente são questionados: "por que não se ordenaram?". Este constante questionamento faz transparecer um sentimento de que lhes falta ainda algo em sua consagração.
Recuperando a água pura
No momento eclesial e social que vivemos, acreditamos que a vida dos Religiosos Irmãos exige, novamente, a tarefa de "dar fundo no poço". Vivemos, ainda, um clima ecle¬sial fortemente clerical, de sensível crise da Vida Religiosa, marcada por grande número de desistências e baixo número de vocações. Some-se a isso os contravalores que embaçam o testemunho cristão de religiosos e religiosas cuja vida se distancia em muito da prática e do ensinamento de Jesus. E, em meio a tudo isso, muitos não entendem nem valorizam a opção de vida do Religioso Irmão. Muitas vezes tal opção é abafada por uma pastoral vocacional e uma caminhada formativa ainda direcionadas mais para o ministério clerical do que para a Vida Religiosa enquanto tal.
Assim, dar fundo no poço, buscar as raízes da Vida Reli¬giosa, evidencia que ao Religioso Irmão não falta nada: a Vida Religiosa "constitui em si mesma um estado completo de profissão dos conselhos evangélicos" [iii]. E, ainda, o Papa João Paulo II afirmou, em discurso aos irmãos em 1980: "Não se pode pensar a Vida Religiosa na Igreja sem a presença desta particular vocação laical..." [iv]. Fica evidente que a vocação do Religioso'Irmão não pode ser compreendida pela contrapo¬sição ao sacerdócio ministerial do religioso presbítero, deve, antes, ser compreendida pela acentuação da Vida Religiosa enquanto tal: o seguimento radical a Jesus Cristo, pela vi¬vência da radicalidade de seu Batismo: procura de Deus e serviço aos irmãos.
Unicamente o Irmão dá um testemunho unívoco do que é a Vida Religiosa. No caso do religioso sacerdote, as pessoas têm a tendência a ver nele o sacerdote e não o religioso. No caso das religiosas, sua Vida Religiosa está manifesta a todos - pelo me¬nos nas atuais disposições da Igreja -, elas não podem pretender ao sacerdócio. O Religioso Irmão é quem, ante as possibilidades que lhe oferecem, escolhe um gênero de vida na Igreja, sim¬plesmente como religioso. Quem deseja compreender o que é a Vida Religiosa ... pois bem, que olhem para os irmãos. [v]
O encontro de irmãos promovido pela CLAR foi uma oportunidade para dar fundo no poço da vida dos Religiosos Irmãos na busca de reencontrar a água pura da consagração da vida ao Senhor e ao seu Reino.
O encontro dos Religiosos Irmãos em Lima
Em três dias de trabalho intenso e alegre, com troca de experiências, exposições, diálogos e discussões em grupos, os irmãos se dedicaram a: ver a realidade na qual os religio¬sos leigos estão inseridos na Igreja e na sociedade; julgar a partir da presença de Jesus-irmão e de uma Igreja-comunida¬de-de-iguais; agir, com ternura e vigor, com os olhos bem abertos e os pés bem no chão da realidade latino-americana e caribenha. Em tudo isso, sempre animados por celebra¬ções de fé e vida. Nesse Seminário, evidenciou-se que na vida dos Religiosos Irmãos há três dimensões que não se sepa¬ram e que exigem um cuidado especial: identidade, espiriitualidade e missão.
A identidade do Religioso Irmão se constrói no diálogo com todos os membros do Povo de Deus, com leigos e lei¬gas, com as irmãs religiosas e com os clérigos. A fraternida¬de é elemento essencial de seu ser consagrado, ela se inspira em Jesus, que quer uma comunidade de irmãos que vivam o amor mútuo. Assim, na rica diversidade de carismas, cultu¬ras, raças, idades e línguas, todos têm em comum o fato de serem seguidores de Jesus-irmão e viver esta comum fraterni¬dade no serviço ao Reino de Deus. O decisivo é a qualidade do seu testemunho. Se a vida não é entrega radical a serviço do Evangelho, o consagrado cai na passividade. Impor¬ta notar que a vida do Religioso Irmão desperta interesse na medida em que manifesta uma força interior que expressa a Boa-Notícia de Deus: a espiritualidade.
Sua espiritualidade nasce de uma relação pessoal com Deus, na qual se percebe o grande dom de ser amado por Deus-Pai e de ser irmão de Jesus. Os Religiosos Irmãos são chamados a ser irmãos de Cristo, irmãos entre si, irmãos de todos os seres humanos, "irmãos para uma maior fraterni¬dade na Igreja" [vi]. A Palavra de Deus deve estar no centro de sua caminhada espiritual e faz o irmão se encarnar na reali¬dade de pobreza e exclusão, vivendo a compaixão, a ternura e a misericórdia por todos(as) que sofrem. Jesus não apenas se fez humano, ele se fez irmão. Assim, a espiritualidade reconduz à fraternidade, que é dom e tarefa, verdadeiro espaço de humanização que impulsiona a missão de trans¬formar a sociedade com atitudes místico-proféticas. Ter a atitude de Jesus-irmão diante das pessoas: "Que queres que eu te faça" (Mc 10,51)'-
A missão do Religioso Irmão é anunciar a Jesus Cristo e seu Reino desde seu ser consagrado, permanecendo presente junto aos mais pobres e excluídos. Ele deve estar atento e marcar presença nas novas fronteiras, nas periferias e nas no¬vas realidades sociais, marcadas pela violência, pobreza, vio¬lação dos direitos humanos, falta de educação e saúde, crian¬ças abandonadas, mulheres agredidas e violentadas, com a juventude sem futuro, com os migrantes e a natureza destruída, a fim de promover a dignidade, a justiça e a vida em todas as suas manifestações. Jesus é o irmão maior, por isso não devemos nunca nos esquecer de nos chamar de irmãos.
O Seminário de Religiosos Irmãos quis ser algo mais do que "papéis e relatórios", quis ser um Kairós, um tempo de graça que permitisse aos participantes deixar-se conduzir pelo Espírito compartilhando experiências. Esse Seminário representou um grande chamado à continuidade da organi¬zação e animação dos irmãos em suas conferências nacionais e em seus núcleos regionais, sendo propagadores da expe¬riência vivida em Lima. Representou, ainda, um forte convite a revisar a formação inicial e permanente de modo a res¬ponder à nossa identidade, espiritualidade e missão de irmãos religiosos. E, a longo prazo, outro seminário latino-americano e caribenho para continuar cuidando da Vida Religiosa dos irmãos "para uma maior fraternidade no mundo".
Bibliografia
BARDOLET,Jaume Pujo!. El futuro de Ia vida religiosa laical (I).
Vida Religiosa, Boletin 7 (1987) 195-205.
BAZARRA, Carlos. Relaciones entre hermanos y clérigos en Ia vida religiosa. CLAR IV (out./dez. 2008) 28-37.
CIARDI, Fábio. A vocação do irmão a partir de uma teologia da vida religiosa. Convergência 271, abril 1994, 135-150.
JOÃO PAULO lI. Discurso aos irmãos religiosos dos institutos clericais e laicais de Roma. Disponível em: Erro! A referência de hiperlink não é válida. holyjather/john_paul_ii/speeches/1980/january> .
MATOS, Henrique Cristiano José. Vida religiosa; discipulado con¬sagrado em missão. Belo Horizonte: O Lutador, 2009.
PAULO VI. Decreto Peifectae caritatis, sobre a conveniente renova¬ção da vida religiosa. Vaticano, 1965.
PRADA, Oscar Augusto Elizalde. Presencia carismática deI reli¬gioso hermano en Ia Iglesia. Disponível em: , documentos (mimeo).
NICDEM, Edgar Genuino. Identidad e misión de los religiosos hermanos. CLAR IV (out./ dez. 2008) 9-17.
UNIÓN DE SUPERIORES GENERALES. Hermano en los ins¬titutos religiosos laicales. Roma, 1991. p. 6-7.
Questões para ajudar a leitura individual ou o debate em comunidade
1. Ao olhar para as origens da Vida Religiosa em sua busca de seguimento radical a Jesus, que precisamos rever em nosso modo de ser e agir como religiosos?
2. O trabalho de pastoral e animação vocacional enfa¬tiza mais o religioso presbítero. Por quê?
3. Qual a grande contribuição dos irmãos consagrados para a Vida Religiosa hoje? Dê exemplos.
FONTE: Revista Convergencia - Outrubro/2009, p. 642

7 de jun. de 2011

Reflexões acerca do envelhecer.


Vivieme Moraes em um texto que caiu em minhas mãos faz um reflexão a cerca do envelhecer.Transcrevo o texto pra reflexão de todos.
Talvez ninguém esteja mais consciente de sua finitude, à mercê das dificuldades com a corporeidade, em situação de fragilidade ante as ameaças da natureza (e da cultura) do que o sujeito que envelhece (GOLDFARB, 2004, p.40).

Ao longo de nossa jornada tem-se constatado que a longevidade da população brasileira está cada vez mais evidente dentro de nossa sociedade. Através da convivência com o mais idoso membro familiar, por exemplo, é possível um intercâmbio de valores, um olhar mais abrangente e transformador para as novas relações sociais que estão por vir.
Uma coisa é fato: envelhecemos desde o momento em que nascemos. No entanto, este processo natural e inevitável só é percebido através de algumas mudanças. Por exemplo, físicas (variáveis, especialmente em sistemas de órgãos), cognitivas (que podem afetar a capacidade funcional), econômicas e políticas, que fazem parte do dia-a-dia de cada ser humano. Mudanças estas que podem acontecer de maneira tranqüila, consciente ou de maneira mais intensa, dependendo muito de como a velhice é vista e encarada por cada um. Mas de qualquer maneira, ‘o idoso deve, todo o tempo, ser visto como um indivíduo único e valioso, uma pessoa que tem uma “história de vida” especial e uma configuração de ocupações para compartilhar’ (GLOGOSKI, DIANE apud PEDRETTI, EARLY, 2004, p.1046).
O tempo vai passando e a história sendo criada de acordo com suas vivências e emoções. Emoções essas que muito provavelmente ficarão registradas na memória, mesmo que se passem alguns anos. E o que seria de nós seres humanos se não pudéssemos compartilhar nossas histórias, com outras pessoas mais jovens ou ainda mais experientes que nós? O bom da vida é também poder trocar experiências, compartilhar tristezas e alegrias, viver o presente e, porque não, pensar no futuro. Um futuro mais próximo, planejado com o mesmo entusiasmo e emoção de tempos atrás.
Através da “bagagem adquirida” por cada um, é encantador verificar que as pessoas de maneira geral, adaptam-se com sucesso às diversas transições ocorridas com o envelhecimento. E que em algumas situações estressantes conseguem se reorganizar e lidar com o presente de maneira mais positiva.
É interessante que suas estratégias para lidar com os fatos (por exemplo, sublimação, supressão e humor) são freqüentemente mais bem-sucedidas que outras estratégias (por exemplo, hostilidade, negação e fantasias escapistas) usadas pelos adultos mais jovens. (GLOGOSKI apud PEDRETTI,  2004, p.1048).         
Alguns idosos, de modo geral, fazem uso de estratégias para “driblar” certas situações, se reorganizando, mudando algumas prioridades de metas mais tangíveis de acordo com sua realidade, envolvendo, assim, e por que não, sua família. Que em alguns casos se faz presente e em outros não, de acordo com o tempo e prioridades de cada um.
E como bem diz Goldfarb (2004, p.15), “o tempo é aquilo que transcorre, permitindo a construção de conceitos, construindo memória, criando histórias, produzindo subjetividades”. Ou seja, pode ser algo que por diversas vezes passou tão rápido, que vários momentos de nossa existência se foram, sem que ao menos nos déssemos conta disso.
O momento da infância, por exemplo, onde cada um pode sentir o calor do colo de nossa mãe, a doçura e delicadeza com que nos olhava e cuidava. A alegria com que brincávamos com irmãos e amigos sem nos preocuparmos com o passar das horas. As aventuras vivenciadas nessa mesma época, as descobertas incríveis, que naquele momento eram para nós a “oitava maravilha do mundo”.
 Vivências como estas ficarão marcadas na memória de cada um de nós, independente do tempo e de tantas outras histórias também vivenciadas com o mesmo fulgor ao longo de nossa existência.
 Com o envelhecer ocorrem muitas mudanças, é fato, mas são mudanças que estão dentro de todo um contexto já vivenciado e condizente com a história de cada um. Deste modo, não é algo novo que aconteceu da noite para o dia, e sim um processo gradativo e conquistado à medida que se tem vivido e experimentado um pouco da vida. E enquanto há vida, há a necessidade de vivermos intensamente cada momento, cada redescoberta, e as compartilharmos com familiares e amigos que estão a nossa volta.
 Envelhecer sim, porém com dignidade e alegria mesmo quando sua memória já não é mais a mesma, e o medo do desconhecido se faz presente em muitos momentos. Portanto, o envelhecer não precisa ser necessariamente triste, e sem novas descobertas, pode ser também uma fase tão especial quanto às outras já nos foram.
 E como diz Gonzaguinha (1982) ,
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
  Referências
GLOGOSKI, Carolyn; FOTI, Diane. Necessidades Especiais do Idoso. In: PEDRETTI, Lorraine Williams; EARLY, Mary Beth. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas. 5ª ed.São Paulo:Roca, 2004. p.1044-1067.
GOLDFARB, Delia Catullo. Demências: clínica psicanalítica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

6 de jun. de 2011

El gozo de pertenecer.

Podemos partir de un intento de definición: el gozo de pertenecer es la sensación positiva y gratificadora que advierte el ser humano en el momento en que se reconoce en una relación interpersonal o en un ideal vivido con otras personas, y se siente, a su vez, acogido-reconocido en una o en otra situación.
Trataremos de comprender, pues, cómo se vive este gozo, descubriendo sus elementos constitutivos (identidad, pertenencia, sentido de pertenencia), mediante un análisis espiritual y psicopedagógico a la vez.
1. De la pertenencia al sentido de pertenencia en la vida consagrada
“Amadísimos hijos, ahora entráis a formar parte de esta familia religiosa, y a partir de ahora lo tendremos todo en común”1.
Así dice el Rito de la Profesión Religiosa. Una fórmula que, en su esencialidad y sencillez, presenta claramente no sólo el efecto jurídico de la profesión perpetua de los votos a nivel de pertenencia (“entráis a formar parte de esta familia religiosa”), sino que indica también su sentido profundo, como un punto de partida y también de llegada (“a partir de ahora lo tendremos todo en común”). Efectivamente, el formar parte de un instituto se convierte en algo pleno y efectivo solamente cuando se da una comunión de vida real, que abarca todos los ámbitos de la existencia; si no, en esa presunta pertenencia hay algo que no es del todo verdadero y auténtico, e incluso algo sutilmente falso y, evidentemente, sin gozo.
¿Cómo alcanzar un auténtico sentido de pertenencia? Es importante comprenderlo, porque el sentido de pertenencia es el fundamento –a su vez– del gozo de pertenecer.
1.1. Pertenencia objetiva y subjetiva
La pertenencia no es, ante todo, un hecho canónico-jurídico, fruto de un acto formal como la profesión pública perpetua de los votos, ni es tampoco el resultado de una decisión privada del individuo, sino que conlleva ambas cosas. Representa el punto conclusivo y convergente de un discernimiento mutuo, por parte del instituto y de la persona: el primero, reconoce la presencia de su propio carisma en un determinado individuo, que –a su vez– descubre en ese carisma y en quienes lo viven el don que él mismo ha recibido de Dios, su proyecto (el Yo) ideal. El punto de encuentro de este doble discernimiento es la petición pública por parte del individuo de pasar a ser miembro de ese instituto, y la aceptación –por parte del instituto– de esa petición.
El fundamento objetivo de la pertenencia depende, por tanto, del carisma y de su presencia en el individuo, reconocida oficialmente; pero para que se de sentido de pertenencia debe despertarse en el individuo un modo particular de percibir y, luego, de realizar su identidad dentro del carisma mismo, como si estuviera escondida en él. O, dicho con otras palabras, el individuo tiene que advertir una cierta atracción hacia ese carisma, descubrir su belleza, intuir que en él hallará la posibilidad de realizarse en sumo grado, y, al final, decidirse a modelar su propia persona según ese carisma. Solamente entonces tiene lugar el paso estratégico de la pertenencia (como hecho objetivo) al sentido de pertenencia (elemento subjetivo). Pero está claro que si no nace esa primera conexión entre pertenencia y sentido de pertenencia, no es posible esperarse, después, ninguna sensación gozosa.
Vamos a tratar de ver, entonces, en qué consiste esa decisión y este paso, que frecuentemente, en muchas personas consagradas, son sólo implícitos y, por tanto, débiles, con consecuencias nada insignificantes y muchas veces… deprimentes.
1.2. De la identidad a la pertenencia
El sentido de identidad y el de pertenencia representan los elementos estructurales y constitutivos del yo, como los dos polos en los que cada uno encuentra los contenidos específicos de su propia fisonomía. Toda persona se define, efectivamente, a partir de lo que es y de lo que está llamada a ser, así como también de aquello a lo que pertenece y a lo que se entrega; y lo que cada uno es, depende naturalmente de aquello de lo que se siente parte2.
En el caso de la persona consagrada, la identidad personal está definida por el carisma, o sea, por ese modo de ser, de orar, de vivir la relación, de prodigarse por los demás, de vivir los votos, de anunciar el evangelio contenido en el carisma: ese es su nombre, que Dios le ha preparado y dado, esto es el hombre nuevo que está a la espera de ser realizado. Y precisamente de esta convicción deriva también el sentido de pertenencia, que es exactamente el reflejo, en el plano relacional-social, del sentido de identidad. Cuanto más fuerte es éste, más fuerte será aquél. O cuanto más la persona se reconoce en un carisma, más natural e inevitable será la decisión de entregarse a él y a los hermanos que comparten el mismo don del espíritu. Y se trata de una entrega que ya pregusta un cierto gozo y crea personas gozosas.
Por otra parte, podríamos decir que todo ser humano debe necesariamente entregarse a algo o a alguien, no lo puede evitar; él tendrá que decidir a quién o a que cosa, pero de cualquier manera no puede evitar hacerlo. Si pretende “tenerse-para-sí”, sin atarse a nada o a nadie, de hecho se vuelve dependiente, sin saberlo, de una infinidad de cosas y de personas.
Decidiendo entregarse a aquello que la define en su identidad, la persona hace una opción inteligente y atenta, porque así entra concretamente en un contexto de vida y de personas, de valores e ideales, en cuyo centro se halla precisamente lo que es central también para su propia persona, y donde puede, por tanto, llevar a cabo el proyecto de su “yo”.
En todo caso, pues, no existe identidad sin pertenencia; y lo mismo se puede decir de los consagrados. Más aún, la pertenencia nace de la identidad.
Y si la identidad de un consagrado está definida por el carisma, entonces podemos definir la pertenencia como el efectivo y afectivo formar parte de una familia religiosa, en la que se expresa concretamente ese carisma, incluso codificado en una regla de vida, y visible en la existencia de otras personas. Personas que, precisamente en virtud de esa elección, se convierten en los propios hermanos (o hermanas), ya que también ellos han reconocido en ese carisma el proyecto pensado por Dios para ellos, confirmado por la Iglesia como una lectura auténtica de la Palabra, rico de una historia y de una tradición que ponen de manifiesto su vitalidad.
1.3. De la pertenencia a la identidad
Pero todo esto: familia religiosa, regla, historia, tradición… cada religioso lo ve y lo siente (y lo debe ver y sentir) como algo que forma parte del propio yo. Esa historia es y narra también la propia historia (o prehistoria); la familia religiosa es también la propia nueva y verdadera familia, cuyos lazos son más fuertes y resistentes que los de la carne y la sangre; la regla expresa el proyecto de Dios sobre el consagrado y se llama “regla de vida” precisamente porque describe su vida en todos los aspectos; la tradición no es simplemente una serie de usos transmitidos por los antiguos padres, sino garantía de fidelidad (por parte de Dios y de los mismos padres) y criterio de lectura para descifrar, hoy, la propia misión.
Cada consagrado debe comprender que, sin esa historia, su “yo” sería un enigma sin solución. Efectivamente, la pertenencia “genera” identidad, o, por lo menos, ayuda a descifrarla cada vez mejor, reconociéndola en un acontecimiento pasado y aún presente, en rostros concretos, en gestos inconfundibles, en palabras cargadas de sentido y estilos de vida característicos. Y el gozo de pertenecer se hace aún mayor, precisamente porque a través de esa opción de vida la persona se descubre a sí misma, y se descubre dentro de un entramado de relaciones, tiene como la percepción del propio yo que nace del tú. Y esto despierta, de alguna manera, la memoria de los orígenes, de su procedencia de Dios, de su haber sido engendrado por un acto de amor ajeno.
Entonces, el sentido de pertenencia no puede ser algo puramente sentimental, en función de un objetivo solamente psicológico, para evitar, por ejemplo, la soledad y estar bien juntos, frecuentemente como niños viciados o adolescentes pendencieros, ignorando todo lo que sucede fuera. Ni se puede confundir con esa sensación sectaria-patriotera, típica de los débiles o de quienes poseen una identidad débil e incierta, que se juntan para protegerse y sentirse más fuertes, y tener la impresión de contar: juntándose entre sí, excluyen a los demás y se aíslan. De la misma manera, el sentido de identidad no puede reducirse a algo general-superficial, como si diera lo mismo pertenecer a un instituto o a otro. Ni puede ser tan inconsistente e insignificante que permita, ante las fatigas de la vida cotidiana, cambiar instituto o incluso dejar la vida consagrada sin grandes sufrimientos interiores… Y atención también al fenómeno de las pertenencias múltiples, o sea, quien vive en la institución y en la comunidad, pero de hecho tiene el corazón y los intereses en otro sitio, o está triste y nervioso en comunidad, y en cambio resulta brillante y alegre fuera; atención también a quien tiene demasiados puntos de referencia para su identidad, sin jerarquizarlos, como si todos estuvieran confusamente al mismo nivel y él no tuviera una pasión única al centro de su vida. Pero probablemente es todavía más grave el caso de aquellos que no pertenecen a nada ni a nadie, “vagabundos”, sin identidad ni vínculos, hijos de nadie…
El sentido de pertenencia al instituto es verdadero cuando es el reflejo del sentido de pertenencia al carisma (o del sentido de identidad), y resulta creíble cuando hace nacer en el corazón no solamente el amor al instituto en general o al carisma en abstracto, sino el afecto sincero por la comunidad tal y como es, por las personas en carne y hueso que la componen, con todos sus límites y debilidades, dones y achaques. Pertenecer a una familia religiosa significa decidir vivir y envejecer junto a estas personas que, aún y por un motivo nuevo, se convierten en hermanos y hermanas, porque, más allá de las diferencias y más fuerte que las miserias, existe un proyecto común pensado por Dios y confiado a cada uno, proyecto que se hace más claro y puede ser apreciado en toda su belleza y riqueza precisamente al vivir juntos3.
Por tanto, así como no existe identidad sin pertenencia, de la misma manera no puede darse ningún sentido de pertenencia, ni ninguna sensación gozosa, si no está acompañado por el sentido de identidad, y si no determina, a su vez, un refuerzo del yo, de su precisa fisonomía y positividad. Y como la pertenencia nace de la identidad, así la pertenencia lleva continuamente a descubrir y redescubrir la propia identidad.
2. Del sentido de pertenencia al gozo de pertenecer
Estamos en la segunda transición, que del sentido de pertenencia debería llevar al verdadero gozo de pertenecer. En realidad ya hemos visto que el gozo acompaña el camino que lleva a un consagrado a sentirse parte de una familia religiosa. Pero es importante no dar por supuesto todo esto, o considerar que la sensación gozosa sea automática. El clima, muchas veces no precisamente idílico o incluso de frío relacional de nuestras comunidades, nos lo impide. Entonces, ¿cómo hacer crecer y mantener alto el nivel del gozo, para que eche raíces sólidas, para que el gozo no sea un accesorio, sino que forme parte del camino de santidad y sea su manifestación más clara?4.
2.1. Triple camino de comunión
Cuando se habla de estos aspectos de la consagración a Dios, existe siempre el peligro de quedarse a nivel retórico o vago. Por tanto, es fundamental precisar que este recorrido que va de la identidad a la pertenencia y viceversa, se efectúa a lo largo de tres líneas direccionales, que son los elementos constitutivos del carisma, o sea, la experiencia mística, el camino ascético y la misión apostólica, entendidos siempre como dones que hay que compartir.
El motivo se comprende fácilmente: solamente es posible crecer en la pertenencia si a la vez crece la identificación con el carisma del instituto, y por tanto el crecimiento en el sentido de pertenencia tiene lugar siguiendo los componentes constitutivos del carisma, pero más allá de cualquier interpretación puramente individualista de ellos.
Por tanto, si los componentes constitutivos del carisma son el elemento místico, ascético y apostólico, estos tres elementos serán también el triple camino de maduración del sentido de pertenencia, pero realizando un paso que lleve progresivamente del yo al nosotros, o que abra cada vez más de la perspectiva privada a la lógica del compartir el mismo camino de santidad, ya que solamente esto lleva a la experiencia del gozo.
Veamos en concreto:
a) Experiencia mística que hay que compartir.
Al inicio de un carisma hay siempre una teofanía, y una teofanía sorprendente. Dios se revela y, mostrando el rostro divino, revela también al hombre su rostro humano.
Nuestros fundadores y fundadoras, hombres y mujeres orantes, han hecho exactamente esta experiencia: en el misterio orado, lentamente o improvisamente, se han descubierto a sí mismos, el proyecto de Dios sobre ellos y sobre otras personas, una identidad que había que asumir.
Nuestras familias religiosas existen y están vivas en la medida en que otras personas hoy, por gracia de Dios, reviven aquella misma experiencia, ante el mismo misterio. Aquí nace el consagrado, cuando comienza a descubrir su yo dentro de esta relación con Dios, y deja que el misterio orado se convierta en fuente de su identidad, la forma de su “yo”. La espiritualidad le revela la identidad y los rasgos propios de su fisonomía.
Pero no sólo de la suya, sino también los de la de todos sus hermanos. La espiritualidad revela la identidad de todos, y por tanto deja intuir también la fuente de la pertenencia común, el lugar en que madura y crece día a día el sentido de pertenencia, donde, continuamente, ese sentido encuentra sus motivos profundos5.
Entonces, este tipo de espiritualidad hace sentir cada vez más, por un lado, la belleza de estar juntos orando, pero exige también, por otro lado, un mayor compartir la oración y en la oración misma.
Dentro de una lógica de pertenencia, ya no tiene sentido que en nuestras comunidades cada uno se ocupe, sustancialmente y tristemente por su cuenta, de su espiritualidad privada. El gozo de pertenecer pasa por el compartir nuestros bienes espirituales.
b) Proyecto ascético como norma común de vida.
Es la expresión natural e inevitable de la experiencia mística. La ascética es el tentativo, discreto y a la vez decidido, de acoger la acción de Dios en nosotros y responder a ella, con una respuesta que es, ante todo, acción de gracias, adoración, y solamente en un segundo momento actividad y demostración de buena voluntad.
Todo instituto posee un programa ascético original, estrictamente ligado a la experiencia mística (hecho de comportamientos y actitudes, de cualidades morales y virtudes características), que hace que un individuo sea inmediatamente reconocible como perteneciente a un determinado instituto, y que aparece explicitado con fuerza en la Regla y en la Ratio formationis. Cada religioso está llamado a asumir la fisonomía que se propone en esos textos como su propia forma y norma de vida, como aquello de donde brota un estilo de vida y un modo de ser comunes, que le hacen ser cada vez más partícipe de un mismo espíritu y más hermano de otros hermanos, que él no ha escogido.
Todo esto refuerza y hace eficaz el sentido de pertenencia al instituto, porque la fidelidad de uno contribuye a hacer cada vez más claro el carisma de instituto y estimula a todos a revivirlo en sí mismos, mientras que, por otra parte, impide el fenómeno, ya mencionado, de los consagrados sin raíces o carentes de un centro, sin gozo porque no identificados con nada ni nadie, y por tanto, en consecuencia, no identificables ni reconocibles como pertenecientes a ninguna familia religiosa.
c) Misión apostólica con estilo comunitario.
Toda familia religiosa ha nacido con un preciso ministerio apostólico. También eso es fruto de la iluminación del Espíritu, que conoce y escruta no sólo los secretos de Dios, sino también los de los hombres y las necesidades de los tiempos, suscitando, en aquellos a quienes llama, el valor de responder de manera creativa y eficaz a esas necesidades.
La experiencia mística misma se expresa necesariamente en el acto de amor al prójimo, como amor que se prolonga y se intensifica en Él, el mismo y único amor a Dios y a los hermanos. La dimensión apostólica está tan íntimamente ligada a un preciso modo de ser y de pensarse, de orar y vivir, individual y colectivo, que funciona normalmente como criterio para evaluar una doble fidelidad: la del instituto a su originaria inspiración carismática, y la del individuo a su sentido de pertenencia.
A este punto, es importante aprender a actuar en la misión con estilo comunitario. Ante todo con la conciencia, por parte del individuo, de que aun cuando trabaja solo, actúa en nombre de la comunidad: el apostolado no es suyo, no le pertenece; es la comunidad quien le envía, él representa a la fraternidad.
Más aún, no solamente él es un enviado de su comunidad, sino que actúa gracias a ella: si puede hacer esa determinada obra es porque alguien le ha preparado, alguien le ha entregado su tiempo, le ha aconsejado, ha puesto en sus manos determinados instrumentos, sobre todo le ha transmitido un cierto espíritu…, y sigue habiendo alguien que se queda en casa y, a lo mejor hasta lo sustituye, o le prepara la comida, o realiza los trabajos “humildes” de casa, o reza por él, o lo sostiene con su fidelidad. Por tanto, es justo no sólo que el apóstol esté profundamente agradecido, sino que se mantenga estrechamente unido a su comunidad en todo lo que hace, que no se apropie de su trabajo sino que se esfuerce, en cambio, por caminar juntos, esperando, si fuera necesario, a quien avanza más despacio, valorando las aportaciones de cada uno, compartiendo lo más posible las fatigas y las alegrías, las inseguridades y las intuiciones, cierto de que, por mucho que dé a la comunidad, nunca será tanto cuanto de ella ha recibido o está recibiendo.
Así pues, el apostolado alimenta el sentido de pertenencia y es a su vez alimentado por él; la comunidad testimonio de fraternidad y el carisma resplandece con la riqueza y complementariedad de los dones de todos y cada uno. Vivir así la fraternidad, en proyección misionera, es saborear y testificar el gozo del Reino que viene.
2.2. Doble entrega e integración
Otra línea de crecimiento del sentido de pertenencia la ofrece el tipo de relación entre el individuo y la institución. En efecto, el sentido de pertenencia es verdadero cuando es a doble sentido, o determina una entrega “recíproca”: la del consagrado al instituto y la del instituto al consagrado6.
Efectivamente, cuando un religioso se consagra mediante la profesión de los votos, se entrega al instituto y el instituto se entrega a él. La profesión es como un pacto que no se apoya solamente sobre la voluntad manifiesta de los contrayentes, sino sobre la conciencia –por parte del consagrado– de un don y de una responsabilidad: es acogido, pero debe, a su vez, acoger; es tratado como un hijo, pero tendrá que hacerse también padre (o madre).
A partir de ese momento la vida de la familia religiosa se identifica con la suya, y ya no podrá nunca pensarse fuera de ella. Con esta entrega se ha puesto en sus manos, para que ella le lleve a Dios; al ponerse en sus manos, se confía a su santidad y a su debilidad, no pretende que su comunidad sea inmaculada, le basta saber que representa su camino de santidad y que solamente en ella le saldrá al encuentro la gracia que le salva; más aún, es ya una gran gracia el hecho de que él mismo pueda ser acogido con todo su pecado. ¡Solamente una persona distraída y presuntuosa podría no darse cuenta ni alegrarse por ello!
Al mismo tiempo, quien pronuncia los votos acepta que el instituto se entregue a él y se ponga, de alguna manera, en sus manos; desde ese momento, la santidad del instituto dependerá también de él, y él será responsable, en concreto, del crecimiento de cada uno de los hermanos. Pero desde ese momento está también llamado a hacerse cargo de la debilidad de sus hermanos: aceptará verse condicionado por los que le rodean, no olvidará ni por un instante que la debilidad del hermano es la vía misteriosa por la que Dios viene a su encuentro. ¡Solamente un individualista irresponsable podría no comprender la gran gracia que se esconde en acoger el peso del hermano!
Pertenecer a un instituto es celebrar juntos la comunión de los santos y de los pecadores. Solamente dentro de esta comunión es posible el gozo.
2.3. Única pasión y pertenencia
Todo lo que hemos dicho hasta aquí tiene una raíz precisa y tiende hacia un punto de llegada igualmente preciso. Hay una casa común en la vida del ser humano, una gran morada que nos acoge a todos, en la que vivimos y nos movemos, que nos nutre y nos da la fuerza, nos engendra y nos hace semejantes unos a otros, más allá de cualquier diferencia. Es la paternidad-maternidad de Dios.
A ella pertenecemos desde siempre, y de esta pertenencia deriva cualquier otra pertenencia. Más aún, toda pertenencia terrena es real y sana, profunda y duradera, solamente si nace y renace de la conciencia de pertenecer ante todo a Él, pertenecer en el sentido más pleno y profundo, como un formar parte de Él, como pasión de amor e intensidad de afecto por el Eterno, como intimidad filial que después, por su misma naturaleza, desemboca y se transforma en fraternidad universal. Pertenecemos a Él, y por tanto nos pertenecemos también los unos a los otros, y cuanto más fuerte sea el sentido originario de la pertenencia divina, tanto más lo será también el vínculo humano.
La comunidad religiosa está puesta en el mundo como signo de esta pertenencia radical y universal. La fraternidad que se vive dentro de la comunidad es una pequeña y tímida señal de esta extraordinaria y sumamente consoladora verdad: ¡somos hijos, parte de la familia de Dios, y por tanto hermanos entre nosotros!
El sentido de pertenencia, entonces, no está en función del bienestar comunitario, sino que es una pequeña, terrena narración de los orígenes no terrenos del hombre, de su identidad filial. O remite, como una figura o un símbolo, a la cualidad fundamental y radical de la existencia humana, que es existencia recibida, don de una Voluntad buena, que me ha preferido a la no existencia, gratuidad absoluta, benevolencia absolutamente inmerecida, identidad filial…
Y por tanto, esta vida-don, vivida con otros, debe convertirse a su vez en gratitud profunda, fraternidad universal, apertura hacia todos, acogida cordial, hospitalidad generosa, anuncio de que todo hombre no solamente es amado por Dios, sino que es un diseño de Dios en la palma de sus manos (Is 49, 16). ¿Cómo no sentir el gozo de vivir en una fraternidad que vive y anuncia esta verdad?
Verdaderamente, “lo tenemos todo en común”, incluso el gozo. Y es un gran gozo, porque el gozo participado es un gozo multiplicado…
1 Conferenza Episcopale Italiana, Rito della professione religiosa, Roma 1975, p.55.
2 He tratado este tema en mi libro I sentimenti del Figlio. Il cammino formativo nella vita consacrata, Bologna 1998, pp.145-148.
3 Cf ibidem, 146-147.
4 Para esta sección remito a mi libro Fraternità in cammino. Verso l’alterità, Bologna 2000, pp.78-87.
5 He profundizado esta idea en A.Cencini, “Come rugiada dell’Ermon”. La vita fraterna, comunione di santi e di peccatori, Bologna 2000, pp.52-58.
6 Conviene recordar que esta expresión, y otras que seguirán, no hay que entenderlas en sentido rigurosamente canónico-jurídico, sino que pretende solamente indicar el significado de la nueva relación que se establece entre el consagrado y el instituto, una relación a doble sentido, también desde el punto de vista de la responsabilidad.

2 de jun. de 2011

Torre de Babel.

A vida consagrada é um "dom divino que a Igreja recebeu do seu Senhor" (LG43). Seu objetivo é ser na Igreja e o mundo sinal da presença e da opção radical por Jesus Cristo. Tem um dom que não é para si, mas para a comunidade eclesial e civil. O religioso (a) não se consagra para Deus, mas para ser no mundo presença do Reino de Deus. Portanto, a vida Consagrada exige uma vida em fraternidade e uma espiritualidade alicerçada na pessoa de Jesus Cristo.  E, deve manter-se fiel a este dom, isto é, em si, quando administrado com ambas as mãos,... é compartilhado e disponível para todos.
O nosso tempo tem como característica o avanço das ciências: da cibernética, das descobertas genéticas, da globalização e do neoliberalismo do relativismo e o individualismo religioso.  A vida religiosa estando no mundo bebe desta fonte, os seus membros trazem para dentro dos conventos valores do mundo globalizado.  
Há muito o "individualismo religioso" nas pessoas consagradas na melhor das hipóteses, pensar de um indivíduo em sua perfeição pessoal, em nível da comunidade, estão mais preocupados com suas abordagens e estratégias, muitas vezes à margem de um projeto global Igreja e nível de família religiosa, são voltadas principalmente para fechar ou abrir a critérios comerciais de uma forma que consideram apenas seus próprios interesse.
A tentação de construir uma torre que chegue aos céus é a afirmação, nem mais nem menos, ter linha direta com Deus ... mas, se a Escritura diz, este pecado é "comemorado", bem como um grupo de várias pessoas, cujo ambicioso projeto não pode se tornar uma comunidade comum, deve ser punido por não ser capaz de se relacionar uns com os outros até mesmo por "confusão de línguas" (Gen.11: 7).
"A vida religiosa está mais preocupada com a prestação de serviços que disponibilizam toda a sua riqueza espiritual? "A crise da vida religiosa é apenas uma pastoral (como substituir as coisas que não são) ou afetar a credibilidade ea atratividade de uma determinada mensagem? Da nossa espiritualidade sabe o que a Igreja ou a comunidade paroquial ou a fé que está mais perto de nós e é o destinatário dos nossos serviços? Vamos colocá-lo sem rodeios: pessoas próximas ou distantes de nós aceita ou exige mais ou menos, graças a uma série de serviços e atividades, mas as razões para viver, amar e sofrer que vai procurar outro lado.
Espiritual e de comunhão Nova Evangelização
1-A e carisma que se conecta com a história e com a vida, que se refere constantemente área vital onde ele nasceu, não é bem ligado à igreja e as raízes sociais bem afundado na Igreja e no mundo deram origem, acabam por morrer. A vida religiosa não é mais desafiado por questões e preocupações dos homens, principalmente do "afastado" cada vez mais próxima de um pai espiritual, está em perigo de usar sempre a mesma língua e ficar fora do cidade humana, dizendo algumas palavras incompreensíveis, sem beneficiários, porque cada vez mais e cada vez são menos compreendidos.
2 - A necessidade de uma nova evangelização, afeta de perto a vida religiosa e pede para ele tomar mais e mais o modelo de fraternidade espiritual. O sacerdote não é apenas alguém que sabe e ensina doutrinas espirituais, mas como alguém que está perto das pessoas e desperta nela o desejo de Deus, neste momento, "nenhuma palavra de Deus" para muitos. É mais fácil para um homem descobre que Deus está com ele, quando um irmão para ele e andar com ele em direção a Deus.
3 - Fraternidade espiritual significa vontade de partilhar, hoje, convencido de que temos muito para dar, mas também muito a receber. A comunidade religiosa no mundo não tem uma única direção, mas reconhecê-la como um locus theologicus e armou sua tenda no acampamento dos homens.
Comunicação e Fraternidade
 "Para se tornar verdadeiros irmãos e irmãs precisam saber. Saber é muito importante para comunicar mais e mais profundamente "(VFC, 29). A fraternidade não é criada com qualquer tipo de comunicação. As comunidades podem se tornar mapas do deserto silencioso, que não desempenham qualquer papel na educação por causa da falta de laços entre as pessoas, refletindo a distância que existe entre os seus corações, o paralelismo de seus planos, a solidão de seus itinerários.
O valor da comunicação e da necessidade de compartilhar nas comunidades não é um elemento da cultura moderna, não uma exigência fora da tradição religiosa, mas parte da natureza e da história de vida consagrada (VFC, 32 .) Portanto, ninguém deve pensar que isto se comunicar e compartilhar na comunidade religiosa é um modismo ou a raiva de dinâmica de grupo é aplicada pelos cabelos para a vida religiosa .. Todos devem sentir-se moralmente obrigados a adotar essa atitude pode parecer difícil e desagradável.
A mesma exortação apostólica VFC reconhece que as pessoas consagradas "é uma necessidade interior de juntar tudo: bens materiais e experiências espirituais, talentos e inspirações, idéias e serviços de caridade apostólica" (n.42)
É claro que a liberdade deve prevalecer durante todo o processo, mas uma liberdade educadas, sensíveis a certos valores. Todos podem fazer o que quiser, mas claramente não pode ser considerada e fingindo ser considerado socialmente maduros, se você não sentir o prazer de compartilhar. É livre quem não tenha aprendido a dar e receber nos relacionamentos interpessoais, ou que ainda não tenha caído em conta o quanto a palavra dos outros tem ajudado a crescer, e se sente grato.
De amor, surgiu a necessidade o desejo de comunicar. Faz com que eles aprendam o idioma do interlocutor, gera boa vontade e simpatia e cultivar: atenção a escuta dois pré-requisitos indispensáveis para a comunicação genuína. 

Tradução Livre do Texto: Vida En Comunidad: Reto y Maravilla - Amadeo C.