O papa e o patriarca. Francisco e Kirill. Um abraço histórico que hoje parece mais perto. A possível visita do chefe da Igreja Católica
a Moscou, um encontro até agora sempre discutido e nunca realizado,
poderia ser antecipada por um encontro do pontífice com o patriarca de
todas as Rússias em um país neutro. Isso foi dito nessa terça-feira, em Roma, à margem de um congresso, pelo Metropolita Hilarion, presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou.
A reportagem é de Marco Ansaldo, publicada no jornal La Repubblica, 13-11-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em duas semanas, o presidente russo, Vladimir Putin, chega em visita à Itália. Ele também verá o Papa Francisco no Vaticano.
E a iminência do primeiro encontro entre os dois líderes parece poder
agitar as águas em frentes inesperadas, depois de já ter produzido um
resultado consistente com o bloco do ataque internacional contra a Síria, graças a uma carta enviada por Jorge Mario Bergoglio ao chefe do Kremlin e a decisão de iniciar um jejum. Um sucesso do Vaticano que Damasco apreciou muito.
"Neste momento – explicou o Metropolita Hilarion Alfeyev
– ainda não estamos falando de uma visita à Rússia pelo pontífice, mas
sim da possibilidade de um encontro entre o papa e o Patriarca de Moscou
e de todas as Rússias em um país neutro". A ocasião da
visita de Hilarion ao Centro de Ciência e Cultura russo era a
apresentação de um livro do filólogo e filósofo Serguei Averintsev, do qual participaram como oradores o historiador italiano e especialista em Rússia AdrianoRoccucci e o presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, o cardeal Paul Poupard.
"Ainda não sabemos em que país isso poderia acontecer", acrescentou Hilarion. No entanto, estão no campo, como lugares, algumas hipóteses já bem definidas. Ao menos três. A cidade de Bari, onde há uma igreja ortodoxa russa; a capital da Áustria, Viena; e a abadia de Pannonhalma, na Hungria.
O território neutro parece ser, assim, sob o perfil da oportunidade
diplomática, o lugar designado que deverá ser um prelúdio para a
possível viagem do papa à Rússia.
O diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa se estreita. Nessa terça-feira, Kirill, enquanto o seu "ministro das Relações Exteriores" estava em Roma, acolheu em Moscou o arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola.
E justamente à eminência vaticana, há muito tempo exposta ao diálogo
internacional e inter-religioso, o patriarca deu sinais de abertura:
"Nunca como hoje as nossas Igrejas tiveram tantas coisas em comum",
observou, expressando o seu "aplauso" à ação do Papa Francisco, desejando que "os nossos dessabores históricos deixem de desempenhar um papel crítico".
"Temos um campo de trabalho comum", respondeu Scola, afirmando que o
diálogo ecumênico "nunca escondeu as diferenças, mas é capaz de
superá-las afirmando o valor da nossa unidade".
No fim do mês é esperado em Moscou o presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, para discursar em um congresso organizado pelos ortodoxos.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/525647-papa-encontrara-patriarca-russo-face-a-face-em-um-pais-neutro
Nenhum comentário:
Postar um comentário