Júlio Lázaro Torma*
" Eles deixaram imediatamente as redes"
( Mt 4,20)
Mateus nos prepara o coração para o " Discurso do Sermão da Montanha"
( Mt 5-7), que vamos meditar até o ínicio da Quaresma. Jesus após
nascer em Belém, viver o exílio no Egito e depois retornar para a sua
terra e viver na pequena Nazaré na Galileia.
No tempo em que o Evangelho de Mateus, foi escrito havia uma
rivalidade entre as comunidades de João Batista e as comunidades
cristãs, para saber qual delas era a verdadeira, se era João Batista ou
Jesus de Nazaré.
Jesus incía o seu ministério na Galileia, uma região habitada por "
Gentios", uma região que era rota comercial do Oriente médio e ao mesmo
tempo habitado por camponeses, pessoas pobres.Na periferia longe dos
poderes constituídos Jesus inicia a sua missão entre os pobres e no meio
deles, ele escolhe os discípulos, pescadores profissionais.
Os pescadores eram considerados impuros pela Religião Oficial, por tocarem em peixes que " tem barbatanas e escamas" (
Lv 11,9-12) e estes seguem Jesus e deixam as suas redes. Na Galileia
entre pessoas simples, de que não se espera nada que a luz de Cristo
ilumina.
João é preso, o movimento profético e a lei está encerrada e fechada,
já não tem sua liberdade passada; mas nós passamos da LEI ao EVANGELHO.
Agora inicia o tempo de Jesus. A pregação de Jesus é radical como a de
João e exige que as pessoas mudem de vida e de atitudes para acolher e
reconhecer o Reino do Céu que está se aproximando. Se João Batista
pregava no deserto, Jesus vai as cidades, como sintetiza todo o
Evangelho, os versículos ( 23-25) e desenvolve a sua atividade, que é a
palavra( ensinar, pregar) e ação ( curar).
Sua atividade é dirigida os mais pobres, necessitados e marginalizados.
Como discípulos devemos evangelizar, sair de nós mesmos e fazer como o
Mestre, não ficarmos encastelados ou no deserto. Mas ir a
cidade as suas periferias. Muitas vezes as nossas cidades são
verdadeiros desertos, desertos da própria existência humana. Quantas
pessoas estão longe da luz que é Cristo?
Olhemos para a cidade, onde reina cada vez mais o individualismo,
consumismo e a indiferença, que gera o vazio, onde não me importo com o
outro e nem sei quem ele é e nem os seus sentimentos.
Vamos a periferia, vamos sair do nosso comodismo, deixar o medo de
lado, medo que temos daquele que é diferente de nós. Que temos dos
pobres e dos caídos na beira das calçadas, dos que mais precisam de nós e
que nós não vamos e deixamos apagar a LUZ de
Cristo que nos ilumina.
Esta Luz que recebemos no nosso Batismo, ela não deve ficar só em mim.
Quantos cristão mesmo dentro da Igreja deixaram a luz apagar ou são
velas apagadas?
Vamos deixar a luz de Cristo nos iluminar e viver de fato o seu
Evangelho como discípulos e deixar com que está luz nos impulsione a ir
ao encontro do outro e ir a cidade, as periferias ser sinal do Reino dos
Céus que está em nosso meio.
Como nos fala Santo Agostinho de Hipona:
" Temos de buscar a Deus com o desejo de encontrar e tendo encontrado, devemos ter o desejo de encontrar novamente".
Boas Meditações
Bom Final de Semana
( Sexta Feira 24/ 01, inicio da Novena em Louvor a Nossa
Senhora dos Navegantes)
Mt 4,12-23
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* Membro do Colegiado Nacional da Pastoral Operária
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