23 de jun. de 2011

O FRANCISCANISMO COMO PARADIGMA.

Todo conhecimento da realidade – lógico, intuitivo, religioso, estético, técnico... - e toda ação sobre a realidade supõem a aplicação - consciente ou inconsciente - de uma série de códigos prévios, próprios do leitor. Estes parâmetros são proporcionados pela cultura-sociedade, não são produtos privativos e exclusivos do indivíduo. A decodificação de um objeto - cada objeto é infinitamente complexo - exige a adoção de uma série de parâmetros, de guias, de códigos. Esses indicadores permitem conhecer e operar sobre a realidade, mas, ao serem estabelecidos, limitam o âmbito do conhecimento e da ação.
"Conhecer" é também, sempre e de alguma maneira, um "fazer"- "ser feito". Uma maneira de entender e ser entendido é - inevitavelmente - uma maneira de construir-se, construir e ser construído.
          Esses códigos, ao mesmo tempo que possibilitam ler-fazer o real, delimitam – inelutavelmente – o horizonte de compreensão, determinam o ângulo de visão, parcializam o resultado da leitura e conseqüentemente o resultado da ação.
          Os códigos aparecem como sistemas: não se apresentam a nós isolados, como mônadas, mas organicamente, como esquemas interpretativos e operativos, ou seja, como "paradigmas". São sistemas hermenêuticos que provêm da práxis e conduzem à práxis.
          Esses sistemas, por sua vez, se apresentam organizados, sistematizados, dentro de esquemas de comprensão mais globalizantes que, de modo geral poderíamos chamar cosmovisões. A cosmovisão, pré-compreensão orgânica da realidade, é condição sine qua non de todo conhecimento e de toda realização. Essas posturas globais possuem diversos níveis de profundidade interpretativa e âmbitos mais ou menos extensos de comprensão-ação.
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