29 de jul. de 2012

SÃO BENTO SEGUIDOR DO CRISTO por D. Abade André Martins, OSB

Sao BentoAo apresentar S. Bento, o papa S.Gregório usa uma expressão da Bíblia Vulgata (Bíblia Latina) que foi utilizada para apresentar três personagens bíblicos: João Batista, Samuel e Jó.
    O Santo Papa faz, primeiramente, alusão a João Batista, considerado pela Tradição Monástica como Pai dos Monges, presente no prólogo do IV Evangelho (Jo 1,1-6): “Houve um Homem enviado por Deus. Seu nome era João”. Com tal aspiração inteligente e artística, S.Gregório delineia o primeiro traço do rosto de S.Bento, e talvez o mais marcante e definido.

    Em seguida, alude igualmente às outras duas figuras bíblicas do Antigo Testamento: o jovem Samuel: “Havia um homem de Ramataim, um Sufita da Montanha de Efraim...”(1Sm 3,10) e o sofredor Jó: “Havia na terra de Hus, um Homem chamado Jó...” ( Jó 1,1), completando dessa forma a face espiritual, o caráter e a vocação desse homem que procurou verdadeiramente a Deus, num lugar da Igreja: a vida monástica.
    Iniciando a vida de S.Bento nesse estilo bíblico, S.Gregório nos dá a chave de interpretação de sua obra: a Sagrada Escritura.
    O pano de fundo dos II Diálogos é a Sagrada Escritura. Portanto, deve ser lido sempre e em constante referência à Palavra de Deus.
    Logo, para se compreender com maior profundidade a vida de S.Bento, há mister de conhecer a Sagrada Escritura. De fato, S.Gregório era um homem da Lectio Divina, e, por isso, capaz de apresentá-lo a partir dos grandes personagens bíblicos e a identificá-lo com os grandes amigos de Deus.
    João Batista, o Homem do deserto.
  
    São Bento, fiel à Tradição, será também um homem do deserto. Sua saída de Roma significa, exatamente, a direção para onde é o espaço vital do monge, ou seja, a solidão do deserto.
    Deixar Roma significava também romper com a vida secular e estar à margem da sociedade com suas consequências, assumindo as dificuldades que são próprias desse estilo de vida, não tendo mais acesso às facilidades de um convívio social. Era e será sempre renúncia à segurança e, até mesmo, ao conforto lícito e, por vezes, necessário.
    Abandonar Roma também significara para S.Bento abandonar seus projetos pessoais que o levariam ao sucesso, ao prestígio e à “realização pessoal e profissional” tão perseguida pelos homens de todos os tempos.
    Enfim, partir da Urbe para o jovem Bento era atualizar a história dos grandes amigos de Deus que partiam de onde se encontravam e buscavam um espaço de deserto, mesmo que não fisicamente, para escutar o que Deus tinha a falar-lhes ao coração, conforme a experiência do Profeta: “Pois, agora, eu é que vou seduzi-la, levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração.” (Os 2,16)
    João Batista foi o homem do deserto com uma missão muito específica: a voz que clama, mas não em praça pública.Voz profética; voz que brotou do silêncio fecundo e de uma austeridade de vida; voz que foi atraindo homens e mulheres para o Cristo, a quem apontou como Cordeiro de Deus.
    Assim, S.Gregório apresenta nosso Pai S.Bento, qual novo João Batista, amigo do Esposo. Será aquele que atraindo discípulos, os conduzirá ao único e verdadeiro mestre: Jesus Cristo.
    O deserto que S. Bento experimentará ao longo de sua vida, vivendo primeiramente como anacoreta na gruta em Subiaco e depois como cenobita, será sempre o lugar privilegiado de sua conversão, (Sl. 77); o lugar de retorno às origens (1Rs19); o lugar da escuta, do primeiro amor, da voz de Deus que fala ao coração (Os 2,16); o lugar da teofania de Deus, da sarça ardente (Ex 3,1-6) e o lugar da opção fundamental e exclusiva pelo Reino de Deus, o lugar de vencer as tentações (Lc 4,1-13).
    No deserto, S.Bento irá, com a graça de Deus, distinguir a voz da Palavra. Cristo é a Palavra, ele tão somente a voz a serviço da Palavra, como o foi João Batista.
  
Samuel: O vigilante.
    O pequeno Samuel é figura do vigilante.”Fala, Senhor, que teu servo escuta.” (1Sm 1ss)
    Como o pequeno Samuel, S.Bento foi aquele que tinha o ouvido do coração inclinado à escuta da Palavra de Deus. Como homem da Lectio Divina, logo percebeu que o grande pecado de Israel havia sido a obstinada recusa em não inclinar o ouvido do coração à Palavra de Deus.
    Descobrira igualmente que não escutar tinha sido o pecado de nossos primeiros pais, prolongado pela experiência do povo eleito, até chegar à plenitude dos tempos, onde o Filho de Deus corrigirá a história da surdez humana.
    O jovem Samuel aprendera de um Heli a identificar e escutar o Senhor. S.Bento, qual novo Samuel, cedo reconhecerá que tanto ele quanto outros que buscam o Senhor, aonde quer que estejam na Igreja, precisam de um Heli que os ensine a distinguir a voz humana da voz de Deus. Assimilou e transmitiu o valor fundamental do discipulado presente em todo o texto da S.Regra, já frisando-o nas primeiras palavras do texto do prólogo: “Escuta, filho, os preceitos do mestre e inclina o ouvido do teu coração.”
    Como Samuel, S. Bento está no “Templo do Senhor”, o Mosteiro. Será para ele o seu lugar por excelência na Igreja, onde será chamado a escutar e a fazer a vontade de Deus. Será sempre lugar de louvor, de adoração, de discipulado, do despertar do sono do pecado e da indiferença para ter os olhos abertos à Luz deífica, lugar de sua oblação e de sua páscoa definitiva.
    Ninguém se faz monge sozinho; ninguém é absolutamente autodidata. Por uma especial graça de Deus, poderá ser o monge teodidata, mas na história do monaquismo tal realidade será sempre uma exceção à regra. Discipulado a um pai espiritual será a norma comum e insistentemente confirmada pelos antigos monges.
    Seremos sempre discípulos. Haverá sempre alguém que será canal da graça, mesmo com seus defeitos e falhas como foi Heli, sacerdote de Silo, que não soubera educar seus próprios filhos.
    D.André Louf, antigo abade de Mont des Cats, cita um apoftegma indiano que diz o seguinte: “Quando o discípulo está pronto, surge o mestre”.  
    Não é, portanto, preciso correr atrás de um Heli, ele surgirá quando se está no devido lugar, isto é, no lugar de discípulo.
    Há quem passe a vida inteira buscando incansavelmente um Heli e não o encontra; e nem o encontrará jamais, porque não encontrou, ou não quis aceitar seu lugar de discípulo ou de filho espiritual.
    Quando não se encontra o Heli desejado, busca-se a solução do autodidatismo. Assim como ninguém se faz cristão, mas feito por alguém que administre o sacramento do batismo, assim também ninguém se faz monge; o monge é feito por alguém que lhe transmite a Tradição.
    Ao iniciar sua vida monástica, o monge Romano será seu Mestre, o seu Heli; e, ao longo de sua vida, S.Bento permanecerá à escuta da voz do Senhor, que se fará ouvir pela Lectio Divina, pela Liturgia, pelos irmãos, por seus amigos, hóspedes e peregrinos, que vêem à Casa de Deus. Nesse aspecto, S.Bento será eternamente discípulo.
  
Jó: o homem da paciência.
    Jó é o homem da “passio”, isto é, da paciência e do sofrimento.
    É aquele que sabe esperar contra toda a esperança, que persevera em seus propósitos. É aquele que não desiste nem esmorece, quando abandonado por todos e iludindo-se abandonado por Deus.
    Persevera porque tem esperança. Persevera porque sabe o valor da virtude da paciência, que é distinta de passividade e fatalismo.
    Como Jó, S. Bento perseverou no sofrimento. Assumiu na fé as suas próprias chagas, sabendo que o Senhor não iria confundi-lo.
    Como Jó, todo homem tem chagas que ninguém consegue aliviá-las; vive situações que ninguém compreende, experimenta momentos que ninguém conseguirá ser companheiro e amigo. Resta tão somente a solidão existencial, própria de todo ser humano marcado pela queda do pecado original.
    Perseverar na fé durante a tribulação é a vocação por excelência de todo cristão e, portanto, do monge.(Rm 5,3-5)
    Não faltaram situações nas quais S. Bento experimentou a solidão de Jó, o amigo de Deus. Rodeado por todos e sozinho consigo mesmo, sobretudo, ao servir a comunidade, como abade.
    No Prólogo da Santa Regra, quando S. Bento exorta o candidato à vida monástica a “não fugir logo, tomado de pavor, do caminho da salvação, que nunca se abre senão por estreito caminho”  , temos Jó como estímulo e modelo de perseverança.
    Jó, figura de S.Bento, de todo monge e de todo homem, não foge da solidão existencial, diríamos hoje. Nada e ninguém preenchem tal vazio que o homem traz dentro de si, apenas por Deus plenificado.
    Certa vez, escutei de um homem casado, há muitos anos, e que julgo bem casado, que me confidenciava viver, sob alguns aspectos uma terrível solidão. Sua esposa não o compreendia. Confesso que me surpreendi. Há comunhão entre os cônjuges, mas não plena e, aos poucos, refletindo sobre a questão, entendi melhor o que se passava. Deus disse que homem e mulher seriam um só corpo, mas não uma só pessoa. As pessoas continuam as mesmas e envoltas em seu mistério. Há a fusão da carne, não das pessoas. Portanto, não há penetrabilidade total entre pessoas. Haverá sempre uma área da personalidade humana que só Deus tem acesso. Por isso, a solidão existente nas pessoas, mesmo casadas, é perfeitamente natural. Só Deus preenche esse vazio, que, uma vez, não assumido, machuca, deprime e desespera. Essa solidão é uma chaga que, se curada pelas chagas do Cristo, se torna, não só gloriosa, mas translúcida como cristais, deixando atravessar a luz do Ressuscitado que habita dentro dos iluminados pelo batismo.
    Enfim, as três figuras bíblicas, João Batista, Samuel e Jó se fundem na pessoa de S. Bento. Elas modelam a forma de seu rosto iluminado pela fé, própria de todos os amigos de Deus.
    As austeridades de João Batista somadas à vigilância de Samuel e à solidão de Jó fizeram de nosso Pai S.Bento um singular seguidor do Cristo.
fonte http://www.abadiadaressurreicao.org/site/

28 de jul. de 2012

A Filosofia— O Cristianismo Nascente e a Filosofia Antiga

Quando o Cristianismo entrou em cena pretendeu ser ao mesmo tempo verdade teórica e informação prática da vida. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", declara o seu fundador. A verdade é considerada como algo de absoluto e eterno, porque é verdade não somente humana mas também divina revelada. "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão". É também a informação da vida, o "caminho e a vida" é algo de absolutamente certo, conduz seguramente à "salvação". Com uma tal segurança não estava habituada a filosofia antiga. Não se apresentava ela como a encarnação do Logos e da eterna sabedoria mesmo, mas queria ser apenas amor da sabedoria. A verdade porém ela já queria oferecê-la e também pretendia a direção dos homens; isso o foi ela desde o começo e particularmente na época helenística, quando o antigo mito se desvaneceu e a filosofia tinha que cuidar das almas, para substituí-lo. Desta atitude, parte idêntica e parte diversa, deste encontrarem-se na busca do mesmo fim e diferirem na escolha dos meios e do caminho para o fim, resulta a posição do Cristianismo nascente relativamente à filosofia antiga: ele a rejeita para de novo aceitá-la. leia mais:

25 de jul. de 2012

O amor a Deus no amor ao próximo

Eexistirá uma mediação peculiar na qual o amor a Deus se manifesta, se faz presente e atuante, e pode ser assim experimentado pelo homem? O cristianismo nos responde afirmativamente, e esta verdade nos revelará mais plenamente como acontece a salvação cristã em nossa vida.

Primeiramente, deixemos claro que Deus é transcendente, é inacessível, é mistério para o ser humano. Desse modo, nunca poderá ser experimentado como algo na forma de um "objeto", como se dá normalmente no conhecimento e no amor humano. Deus é quem nos sustenta na existência, quem nos
faz conhecer, quem nos possibilita amar. "Se vivemos pelo Espírito, andemos também sob o impulso do Espírito" (Gl 5,13; ver  2Cor 3,6; Rm 8,2). A ação salvífica de Deus em nós, que nos leva "para fora" de nós mesmos em direção ao outro, que nos faz realizar o amor, é onde Deus pode, de algum modo, ser por nós "atingido", "experimentado". Porém, como o amor acontece sempre entre pessoas, é nessa relação interpessoal que Deus se faz presente e, de certo modo, percebido pelo ser humano.

Este estar-voltado-para-o-outro, que caracterizamos como amor fraterno, pode constituir a atitude fundamental do que ama e, neste caso, ele significa a totalidade da pessoa que se doa, identificando-se com sua orientação profunda de vida. Esse amor pode ser também apenas mais uma opção naquele que se encontra ainda no processo de libertação de sua liberdade profunda, ato este que busca em sua própria realidade esta libertação, pois sua razão de ser é o "outro", e não o próprio eu. De qualquer modo, é somente aí que a pessoa humana tem uma experiência do que seja amor, a saber, confiança total no outro e aceitação do risco que isto implica. Somente aí tem ela ( a pessoa) uma experiência de Deus, enquanto acolhe seu dinamismo salvífico, enquanto capta a ação do Espírito Santo que a capacita para este acolhimento. Somente aí sabe a pessoa o que significa então amor a Deus. O amor autêntico a Deus não pode prescindir da experiência do amor humano autêntico.

Assim podemos concluir que o ágape cristão é simultânea e necessariamente amor a Deus e amor ao próximo. Por tudo o que ele implica e exige tem o amor fraterno uma referência total e intrínseca ao amor a Deus, à nossa liberdade profunda, à nossa justificação. Ele é, de fato, acontecimento salvífico por excelência, pois todos os outros atos de virtude estão apenas preparando, expressando ou fazendo crescer esse amor fraterno. O próprio ato de amor a Deus, formulado posteriormente, está fundamentado nessa experiência mais primordial do amor fraterno. Só nela sabemos o que é amor, o que é a doação total e confiante ao mistério do outro. Só nela sabemos quem é Deus, que nos ama e se entrega a nós em seu Espírito. Só nela sabemos se esse amor a Deus é autêntico ou se não passa de palavras vazias.

Pela caridade o cristão ama com o mesmo amor com que Deus ama. Essa comunhão de vida com Deus é que lhe dá o conhecimento de Deus. Essa vida, que é a mesma vida no seio da Trindade, é real, embora escondida. O cristão vive as mesmas realidades humanas que outros, mas as vive no dinamismo do amor. É a maneira divina de vivê-las. Mas a vivência da caridade não é fácil nem imediata. Supõe oração e exige mudança no modo de olharmos os outros. Dar sem esperança de volta, dar gratuitamente como fez Jesus, sem reivindicar direito algum. "Amai-vos como eu vos amei" (Jo 13,34).

Daí podemos concluir que, do ponto de vista salvífico, que é o mais central para a fé cristã, o amor fraterno (que inclui necessariamente o amor a Deus) se reveste de tal importância que todos os demais atos bons, todas as demais expressões cristãs lhe são subordinadas e dele recebem sentido e pertinência. Como expressa magistralmente Santo Agostinho: "O fim de tudo é a caridade, e Deus é caridade. Este é o fim, o objetivo. O resto é caminho. Não te prendas ao caminho com o risco de não chegares ao fim. Busca onde passar, não onde ficar".

O resultado a que chegamos nos mostra que o Deus de Jesus Cristo se encontra menos nos recintos sagrados do que no compromisso desinteressado do homem com seu semelhante. Essa importante conclusão vem claramente confirmada no Novo Testamento. O mandamento do amor a Deus aparece sempre unido ao mandamento do amor ao próximo (Mt 22,39s; Mc 12,31). Mais ainda, o nosso comportamento diante do nosso semelhante necessitado será critério decisivo para nossa salvação, pois Deus com ele, de certo modo, se identifica, como nos mostra a cena do juízo final (Mt 25,34-46).

Daí as afirmações incisivas do apóstolo Paulo de que o amor fraterno é a realização plena da lei (Rm 13,8-10; Gl 5,14), o vínculo da perfeição (Cl 3,14), o carisma supremo (ICor 12,31). Daí a importância única do amor fraterno para a fé cristã, como expressa S. Paulo no hino à caridade (ICor 13,1-13). Daí também as profundas conclusões de S. João. Primeiramente, ao afirmar que Deus nos amou para que nos amássemos uns aos outros ( l Jô 4,11), indicando assim que respondemos ao amor de Deus amando nosso próximo. Em seguida ao declarar que Deus é transcendente e que só "está em nós" no amor fraterno. "A Deus, ninguém jamais contemplou. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor se consuma em nós" ( l j o 4,12). Essa é a obra do Espírito de Deus em nós ( l j o 4,13). O amor fraterno é assim critério de autenticidade do nosso amor a Deus. "Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. É esse o mandamento que dele recebemos: o que ama a Deus, também ame a seu irmão" ( l Jo 4,20s).

Até aqui vimos que a salvação de Jesus Cristo consistia em libertar nossa liberdade para o amor (a Deus e ao próximo). No ponto a que chegamos, podemos precisar mais essa afirmação. A salvação de Jesus Cristo, enquanto realidade em nós, é a nossa liberdade libertada na doação concreta do amor fraterno. De fato, a graça só é realidade no ser humano quando aceita, e esta aceitação se dá no compromisso desinteressado com o próximo. Só no amor concreto triunfa a ação salvífica de Deus e simultaneamente se liberta nossa liberdade. "O contrário do amor não é, como muitas vezes se pensa, o ódio, mas sim o medo de amar, e o medo de amar é o medo de ser livre" (D. Pedro Casaldáliga).

Também já nos deve ser claro que a expressão "estado de graça" é incompleta para descrever a atitude profunda cristã. Pois essa atitude, por se fundamentar no amor fraterno vivido, é uma grandeza viva, num processo de crescimento ou de diminuição, conforme a nossa reação diante do próximo necessitado. Seria, portanto, mais bem caracterizada como o dinamismo do Espírito de Deus acolhido por nós e que nos impele ao amor. Essa é a nova lei, interna, que nos move de dentro e que é distinta das normas externas, as quais não deveriam ser multiplicadas para que não voltemos ao Antigo Testamento, como observava com agudeza Tomás de Aquino (S.Th. I - I I , q.107 a.4). Portanto, não se trata de "praticar mandamentos", o que poderia nos levar a conceber de modo demasiado estático a nossa resposta à oferta de Deus. Trata-se, isto sim, de correr o risco do amor, que é, afinal, o risco de ser cristão.

Outra conclusão que se impõe diz respeito ao objetivo último de toda e qualquer ação pastoral da Igreja. Depois dessas considerações deve ter ficado bem claro que este objetivo só pode ser o de levar homens e mulheres a viverem, sempre com maior verdade e autenticidade, o amor fraterno. Uma ação evangelizadora que não seja movida por essa finalidade nem merece o nome de cristã, por mais que possa impressionar pela sua organização perfeita, formação teológica, beleza litúrgica ou prática sacramental.
AGOSTINHO, STO. Comentário da Primeira Epístola de São João, S. Paulo, Paulinas,
1989

24 de jul. de 2012

Monges: Vidas Vazias e Beleza

Numa palestra feita recentemente ao Congresso de Abades da Ordem Beneditina, da qual este texto foi tirado, o Mestre Geral dos dominicanos, Timothy Radcliffe, explora o vazio da vida monástica e sugere que é precisamente essa aparente falta de propósito em termos profanos, o que permite a essas comunidades tornarem-se «tronos da glória de Deus». leia mais:

21 de jul. de 2012

As Origens do Monaquismo Cristão

Armand Veilleux, OCSO
(Uma versão ligeiramente modificada deste estudofoi publicada na revista Louvain, nº 97, de abril de 1999)  Traduziu: Cecilia Fridman, Rio Negro, PR, Brasil, para o Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Novo Mundo, em 5/7/1999.A questão das origens do monaquismo cristão é uma das que voltam periodicamente. Sem dúvida porque se trata de uma questão à qual não se pode oferecer uma resposta totalmente satisfatória, e novas descobertas em muitas disciplinas correlatas a colocam sem cessar de um modo diferente.... leia miis:

20 de jul. de 2012

Seca nos EUA pode provocar crise global de alimentos


O governo do presidente Barack Obama preveniu que o abastecimento alimentar estava ameaçado pelo agravamento da seca que aflige mais da metade do país e pediu para o Congresso reativar programas extintos de ajuda em situações calamitosas.

Obama reavaliou a situação com o secretário da Agricultura, Tom Vilsack, que a chamou de "situação mais séria" em cerca de 25 anos e acrescentou que estava rezando para chover. "Eu me ajoelho todos os dias, e faço uma oração extra", disse Vilsack aos jornalistas na Casa Branca, depois de discutir a situação com o presidente. "Se soubesse uma oração da chuva ou uma dança da chuva, eu poderia fazê-la", afirmou.


Vilsack disse que 1.297 condados, aproximadamente um terços dos condados do país, foram classificados como áreas de desastre. Ele disse também que outros 39 foram incluídos na conta nesta semana.


Mais de três quartos da safra de milho e soja do país estão em áreas atingidas pela seca, e mais de um terço dessas safras estão agora classificadas como muito fracas, disse o secretário. O preço do milho subiu 38% nas últimas semanas, e o da soja, 24%. O país ainda poderá ter a terceira maior safra de milho da história porque o tempo bom anterior encorajou o plantio, mas Vilsack disse que a seca faria aumentar os preços dos alimentos em 2013.


O custo da carne bovina, suína e de aves poderá cair no curto prazo porque os rebanhos estão sendo liquidados, levando mais carne ao mercado, disse ele. Mas esses preços provavelmente subirão mais para o fim deste ano ou no começo do próximo.


Ele não quis especular sobre a possibilidade de a seca estar relacionada à mudança climática.


"Tudo que sabemos é que nesse momento há muitos agricultores e criadores em dificuldade", disse Vilsack, acrescentando que a prioridade deve ser "o que nós podemos fazer para ajudá-los".


O governo baixou a taxa de juro para empréstimos de emergência e tem trabalhado para acelerar programas de ajuda. Vilsack disse que o Congresso poderia ajudar recuperando programas para desastres que expiraram no ano passado ou fornecendo outra ajuda via o Food, Farm and Jobs Act, uma reforma pendente do programa de agricultura e nutrição do país.
The New York Times/O Estado de S. Paulo

18 de jul. de 2012

Cardeal Herranz assegura que há mais mártires atualmente que em qualquer momento da história



O Presidente Emérito do Pontifício Conselho para os Textos legislativos, Cardeal Julián Herranz, está seguro de que neste momento há mais mártires que em qualquer outra etapa da história da Igreja.
Em entrevista concedida ao grupo ACI, o Cardeal Herranz explicou que tem muito presente os países onde a Igreja é perseguida, e em especial guarda uma lembrança preciosa da Igreja na China, “pobre e perseguida, mas cheia de vida”.
“Já faz 10 anos, escrevi uma carta ao Papa João Paulo II desde China, na qual lhe dizia que estava emocionado em ver uma Igreja pobre e perseguida, mas cheia de vida, uma Igreja na qual a vida de fé se notava continuamente na forma de comportar-se diante dos sofrimentos, das dificuldades, da profissão da própria fé sem nenhum temor, e com uma vida sacramental muito intensa”.
Após celebrar a Santa Missa com motivo da Jornada de Oração pela Igreja na China com alguns membros da China Prayer Group –um grupo nascido para seguir o chamado do Papa Bento XVI a orar pela evangelização e a unidade da Igreja do país–, o Cardeal Herranz indicou que esta oração é uma resposta ao chamado do Papa para “pedir pelos cristãos, pelos católicos que estão sendo perseguidos em muitas nações do mundo”.
“É um momento no qual estão havendo mais mártires que em qualquer outro momento da história da Igreja, mártires cuja maioria nem sequer são conhecidos, mas que diante do Senhor estão muito pressente, pois eles receberam a coroa da glória no Céu, e sobre tudo estão dando um testemunho de fortaleza na fé”, explicou.
O Cardeal Herranz assinalou que é verdade que a Igreja na China está passando por momentos difíceis; “mas quando a Igreja não passou por momentos difíceis de um tipo ou de outro? Pensando na Igreja dos primeiros tempos, quando estava mais acossada por tantas dificuldades, ali o que faziam os cristãos era ser unânimes na oração, na comunhão -participação do corpo do Senhor-, e na doutrina dos apóstolos”, animou.
A autoridade vaticano indicou que Bento XVI fundamentalmente deseja ajudar a população chinesa a crescer na fé. “Se Cristo é caminho, verdade e vida, caminho da Igreja na China, a vida, a força da vida missionária e apostólica que tenham os católicos na China depende muito da amizade que tenham com Cristo, quer dizer, como eles crescem por dentro”.
Finalmente, o Cardeal considerou que a situação dos católicos na China está melhorando, “tudo o que tem vida, tudo o que cresce e se expande é bom e os católicos estão num momento de grande crescimento por dentro e por fora, por dentro porque há um grande esforço por melhorar a formação na fé, e por fora porque todos têm, e especialmente os leigos –e me dá muita alegria-, um grande ardor leigo e missionário”.
China é um país hostil para os católicos, o Estado só permite o culto católico unicamente à Associação Patriótica Católica Chinesa, ajudante do Partido Comunista da China, e em numerosas ocasiões rechaçou a autoridade do Vaticano. A Igreja Católica, fiel ao Papa e clandestina na China, é perseguida permanentemente.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano se romperam em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram aos clérigos estrangeiros. Anteriormente, a Igreja Patriótica nomeou alguns bispos sem a permissão do Santo Padre.
No ano 2007, Bento XVI escreveu uma Carta aos bispos, presbíteros, pessoas consagradas y fiéis leigos da Igreja Católica da China. Através dela, animou à unidade, o perdão e a reconciliação, o diálogo respeitoso e construtivo entre os fiéis, e exortou às comunidades eclesiásticas e organismos estatais a viver suas relações “na verdade e na caridade”.
“As autoridades civis são muito conscientes de que a Igreja, em seu ensino, convida aos fiéis a ser bons cidadãos, colaboradores respeitosos e ativos do bem comum no seu País, mas também está claro que ela pede ao Estado que garanta aos mesmos cidadãos católicos o pleno exercício da sua fé, no respeito de uma autêntica liberdade religiosa”, expressou naquela ocasião.
Fonte: ACI Digital

Suíça: encontro entre bispos católicos e ortodoxos

Foi particularmente significativo o encontro de dois dias que se concluiu na última quarta-feira, em Friburgo, na sede da Conferência Episcopal Suíça (CES). Pela primeira vez, de fato, os membros da CES se encontraram com a Assembleia dos bispos ortodoxos do país helvécio (Aeos). Como informa uma nota assinada por Dom Norbert Brunner e pelo Metropolita Jéremie, presidente dos dois organismos episcopais, “no centro do encontro o conhecimento recíproco, a oração e o intercâmbio de reflexões sobre os desafios pastorais e teológicos mais importantes”.
“As Igrejas Católica e Ortodoxa – continua a nota – se reconhecem reciprocamente como Igrejas irmãs” e durante o encontro, Dom Brunner e Metropolita Jéremie sublinharam a “importância de manter viva a fé e a sua difusão na Suíça”. E isso sobretudo porque “aos desafios pastorais comuns corresponde uma responsabilidade pastoral compartilhada, em vista da evangelização da fé e dos valores cristãos”. Então o desejo de que católicos e ortodoxos presentes no encontro de pode continuar a trabalhar juntos.
A nota, divulgada na conclusão do evento destaca, ainda, alguns dados numéricos: “Na Suíça, os cristãos ortodoxos provenientes de diversos países são cada vez mais numerosos e devem superar a cifra de 150 mil pessoas”. Um crescimento rápido devido também ao fato que, dois anos atrás, foi constituída oficialmente no país a Assembleia dos bispos ortodoxos. Hoje, tal Assembleia conta 7 bispos, cinco a menos dos bispos católicos.
A ser recordado, enfim, que à margem do encontro, o Instituto de Estudos Ecumênicos de Friburgo homenageou o Núncio Apostólico em Londres, Dom Antonio Mennini, conferindo-lhe a “Rosa de prata de São Nicolau”, um reconhecimento pelo seu trabalho ecumênico realizado entre 2002 e 2010 como núncio apostólico em Moscou.

17 de jul. de 2012

Justiça social-Justiça ecológica

Entre os muitos problemas que assolam a humanidade, dois são de especial gravidade: a injustiça social e a injustiça ecológica. Ambos devem ser enfrentados conjuntamente se quisermos pôr em rota segura a humanidade e o planeta Terra.
A injustiça social é coisa antiga, derivada do modelo econômico que, além de depredar a natureza, gera mais pobreza que pode gerenciar e superar. Ele implica grande acúmulo de bens e serviços de um lado à custa de clamorosa pobreza e miséria de outro. Os dados falam por si: há um bilhão de pessoas que vive no limite da sobrevivência com apenas um dólar ao dia. E há, 2,6 bilhões (40% da humanidade) que vive com menos de dois dólares diários. As consequências são perversas. Basta citar um fato: contam-se entre 350-500 milhões de casos de malária com um milhão de vítimas anuais, evitáveis.
Essa anti-realidade foi por muito tempo mantida invisível para ocultar o fracasso do modelo econômico capitalista feito para criar riqueza para poucos e não bem-estar para a humanidade.
A segunda injustiça, a ecológica está ligada à primeira. A devastação da natureza e o atual aquecimento global afetam todos os países, não respeitando os limites nacionais nem os níveis de riqueza ou de pobreza. Logicamente, os ricos têm mais condições de adaptar-se e mitigar os efeitos danosos das mudanças climáticas. Face aos eventos extremos, possuem refrigeradores ou aquecedores e podem criar defesas contra inundações que assolam regiões inteiras. Mas os pobres não têm como se defender. Sofrem os danos de um problema que não criaram. Fred Pierce, autor de "O terremoto populacional" escreveu no New Scientist de novembro de 2009: "os 500 milhões dos mais ricos (7% da população mundial) respondem por 50% das emissões de gases produtores de aquecimento, enquanto 50% dos pais mais pobres (3,4 bilhões da população) são responsáveis por apenas 7% das emissões".
Esta injustiça ecológica dificilmente pode ser tornada invisível como a outra, porque os sinais estão em todas as partes, nem pode ser resolvida só pelos ricos, pois ela é global e atinge também a eles. A solução deve nascer da colaboração de todos, de forma diferenciada: os ricos, por serem mais responsáveis no passado e no presente, devem contribuir muito mais com investimentos e com a transferência de tecnologias e os pobres têm o direito a um desenvolvimento ecologicamente sustentável, que os tire da miséria.
Seguramente, não podemos negligenciar soluções técnicas. Mas sozinhas são insuficientes, pois a solução global remete a uma questão prévia: ao paradigma de sociedade que se reflete na dificuldade de mudar estilos de vida e hábitos de consumo. Precisamos da solidariedade universal, da responsabilidade coletiva e do cuidado por tudo o que vive e existe (não somos os únicos a viver neste planeta nem a usar a biosfera). É fundamental a consciência da interdependência entre todos e da unidade Terra e humanidade. Pode-se pedir às gerações atuais que se rejam por tais valores se nunca antes foram vividos globalmente?  Como operar essa mudança que deve ser urgente e rápida?
Talvez somente após uma grande catástrofe que afligiria milhões e milhões de pessoas poder-se-ia contar com esta radical mudança, até por instinto de sobrevivência. A metáfora que me ocorre é esta: nosso pais é invadido e ameaçado de destruição por alguma força externa. Diante desta iminência, todos se uniriam, para além das diferenças. Como numa economia de guerra, todos se mostrariam cooperativos e solidários, aceitariam renúncias e sacrifícios a fim de salvar a pátria e a vida. Hoje a pátria é a  vida e a Terra ameaçadas. Temos que fazer tudo para salvá-las. 
 Fonte: www.leonardoboff.com
Leonardo Boff é autor de Opção-Terra: a solução para a Terra não cai do céu, Record (2008).

14 de jul. de 2012

Descoberta abre novas perspectivas, afirma jesuíta astrônomo

A descoberta de uma nova partícula subatômica – o chamado bóson de Higgs – pode ajudar os cientistas a descobrir como a estrutura oculta de toda a matéria do universo funciona, disse um astrônomo do Vaticano. "Isso indica que a realidade é mais profunda e mais rica e estranha do que a nossa vida cotidiana", disse o irmão jesuíta norte-americano Guy Consolmagno.
Quando as pessoas fazem seus trabalhos diários ou relaxam, elas não pensam sobre os menores blocos constituintes da matéria física, mas, "sem essas pequenas coisas subjacentes, nós não estaríamos aqui", afirmou.
Os físicos que trabalham com o Grande Colisor de Hádrons do CERN, o laboratório da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear em Genebra, anunciaram no dia 4 de julho que estavam 99,999% certos de terem encontrado evidências de uma nova partícula que pode ser a chave para a estrutura do universo e para compreender a natureza.
O físico britânico Peter Higgs hipotetizou pela primeira vez a existência da partícula nos anos 1960 como o último elemento faltante de um quadro chamado Modelo Padrão, que explica como as partículas e as forças subatômicas interagem.
Ao longo das décadas, com a ajuda de aceleradores de partículas de alta energia cada vez mais poderosos e sofisticados, os cientistas procuram pela composição dos átomos, pela composição dos menores componentes dos átomos, pela natureza desses menores componentes, e assim por diante, disse o Ir. Consolmagno.
Mas não está claro por que alguns materiais, como os prótons e os elétrons, têm massa e, portanto, são atraídos uns aos outros pela gravidade, enquanto outros materiais, como os fótons, não têm massa, explicou.
"Higgs, há 50 anos, elaborou um modelo chamado de Modelo Padrão, que forneceria razões para a atração e para explicar por que há massa", disse o jesuíta.
Higgs previu que, se existe uma partícula que produz o efeito da massa, ela deveria ser "visível" depois que dois átomos fossem esmagados juntos em velocidades suficientemente altas.
Os experimentos no CERN revelaram que "há algo que parece ser o bóson de Higgs", comentou o Ir. Consolmagno. Os novos dados "serão usados para testar o Modelo Padrão e como as partículas subatômicas funcionam", disse.
O bóson de Higgs foi apelidado de "partícula de Deus" como "uma piada" em uma tentativa de retratar a partícula como "quase um presente de Deus para ajudar a explicar como a realidade funciona no mundo subatômico", disse. Como se acredita que a partícula é o que dá massa à matéria, foi-lhe atribuído o status divino de ser capaz de criar algo do nada.
Mas essas conjeturas sobre um "Deus das lacunas" não são apenas más razões para acreditar em Deus, mas também são má ciência, disse o Ir. Consolmagno. "Você vai parecer tolo em 2050, digamos, quando descobrirem a verdadeira razão" para um fenômeno que foi explicado anteriormente como a mão de Deus, disse.
No entanto, outro tipo de fé e de esperança realmente existem na comunidade científica, afirmou o jesuíta. "Ninguém teria construído essa enorme experiência", unindo o tempo e o talento de milhares de cientistas de todo o mundo, "sem fé de que iriam encontrar algo", disse.
"Minha crença em Deus me dá a coragem de olhar para o universo físico e esperar encontrar ordem e beleza", afirmou. "É a minha fé que me inspira a fazer ciência".
A reportagem é de Carol Glatz, publicada no sítio Catholic News Service, 08-07-2012.
fonte: Dom Total

8 de jul. de 2012

Premiado o Capuchinho ambientalista

JAKARTA, Indonésia  Frei Samuel Onton Sidin, capuchinho, recebeu o prêmio máximo Kalpataru, em reconhecimento de seu trabalho pela conservação do ambiente e tutela da natureza. Através da "Sunshine Home" - na língua local Rumah Pelangi. - Ele promoveu programas de reflorestamento e recuperação, em particular no distrito de Kabu Raya, em West Kalimantan, semeando plantas alto porte e renovando a área com a iniciativa: "tudo verde!" Frei Sidin após anos de obscuro trabalho, recebeu a honraria no dia 04 de junho, das mãos do chefe de Estado Susilo Bambang Yudhoyono, no Palácio presidencial em Jakarta. No dia 05 de junho festejou-se em todo o planeta, com várias iniciativas e modos, a Jornada Mundial do Ambiente.
Também na Indonésia, país em via de desenvolvimento e centrado no progresso econômico, começam a emergir a sensibilidade pelo tema "verde" e pela ecologia. Entre tantas, há o subsídio anual do Kalpataru Award, o reconhecimento de maior prestígio pois é "apoiado" pelo governo e instituições, para homenagear os verdadeiros "heróis" na luta para salvaguardar a natureza. Dentro da Sunshine Home, em Kubu Raya, frei Sidin criou também um "Centro de oração" usado pelos católicos da zona, no dia de repouso. O nome do espaço foi inspirado em Noé e no seu interior são promovidas iniciativas de tutela do patrimônio ambiental, exercitando ao mesmo tempo a fé cristã e a espiritualidade particular da ordem Franciscana. Entre as muitas iniciativas promovidas por frei Sidin no tema ambiente, está o projeto de reflorestamento de uma área de mais de 90 ha. iniciado em 2000, nas montanhas de Benuah, em especial no Monte Tunggal. A zona fora devastada por um incêndio doloso, explica o religioso, foi aí que ele criou a iniciativa: "tudo verde!" para reflorestar o local. Na zona frei Sidin também plantou árvores locais muito raras e em risco de extinção, preparando ao mesmo tempo um espaço para dar o que comer aos pássaros.
fonte: BICI

A transbordante alegria de Francisco de Assis

 
Escrito por Frei João Mannes, OFM Os antigos biógrafos e hagiógrafos de São Francisco de Assis atestam que a sua vida caracterizava-se por uma manifestação de intensa alegria. Segundo Tomás de Celano, a “costumeira alegria” (1Cel 2,5) de Francisco era tão intensa que, para extravasá-la, “de vez em quando, colhia do chão um pedaço de pau [...]