30 de mai. de 2011

Papa fecha mosteiro por sua ‘moral laxa’

Confira a reportagem publicada no portal Religión Digital.
 
Trata-se de um dos centros religiosos católicos mais importantes do mundo, o Mosteiro da Santa Cruz, já que guarda uma das relíquias mais importantes para o Cristianismo: fragmentos da Cruz. Apesar de tão alta responsabilidade, a rotina deste mosteiro cisterciense de Roma era tudo menos dedicada à vida contemplativa.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal italiano La Stampa e outros meios internacionais, os monges ofereciam concertos nos quais atuava a freira Anna Nobili, ex-dançarina erótica, que realizava danças com uma cruz.
Este espetáculo foi oferecido, em 2009, ao arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura do Vaticano. Para sua atuação, Nobili – que afirma que utiliza a dança como forma de oração – se joga com os braços em forma de cruz diante do altar e pega um crucifixo ou se curva e gira como se fosse uma animadora de torcida norte-americana.
O Papa Bento XVI, em sua política de purificar a Igreja, decidiu dispersar os cistercienses que moravam no monastério, depois de uma investigação levada a cabo pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
O centro estava há tempo sob o atento olhar do Vaticano que, no ano passado, suspendeu o abade Simone Fioraso, um ex-estilista de Milão, pela má situação econômica e espiritual da abadia. Entre outras coisas, este religioso ajudou a abrir um hotel, o Domus Sessoriana, com serviço de limusine 24 horas por dia. O lugar, além disso, hospedou em 2008 a famosa diva pop Madonna, que aproveitou a visita para ter alguns momentos de oração.
Apesar de tudo, um porta-voz deste hotel declarou que funciona separado do mosteiro e que vai continuar aberto.
Religión Digital, 27-05-2011. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=332838

Uma greve de fome no Templo Santo da Pachamama

Carta da diretora-executiva da Fundación Pueblo Indio do Equador, Nidia Arrobo Rhodes, fundada por Dom Leonidas Proaño. No texto, Rhodes fala sobre a greve de fome de Dom Gonzalo López Marañón, devido à grave situação da Igreja de Sucumbíos, no Equador.
Fiéis acompanham a greve de fome.
Queridos amigos, irmãos e companheiros:

Como todos sabem, desde o dia 24 de maio, Dom Gonzalo López Marañón se encontra em "jejum voluntário por tempo indeterminado", como expressou em sua carta, na qual dá as razões para optar por essa ação de amor extremo e de ação não violenta ativa e, como ele mesmo reconhece, é uma "decisão incomum para um bispo".

A finalidade do seu jejum é "para que se dê a reconciliação entre irmãos e irmãs, que se curem as feridas abertas e que volte a paz àquela terra" de Sucumbíos, tão querida e tão ultrajada nesses últimos seis meses, na qual ocorreram "inúmeras perdas e divisões na comunidade cristã e cívica".

Dom Gonzalo López, aos seus 77 anos de idade, decidiu realizar esse jejum e oração na intempérie, acampando no Parque de La Alameda, situado a poucos metros do sul do centro histórico de Quito, em frente à Igreja de Belén (uma das primeiras igrejas do país) e a poucos metros do lugar onde Jumandi, índio amazônico, foi massacrado por ter se rebelado contra o poder colonial, lá no século XVI. Tudo tem grandes conteúdos simbólicos.

A cada dia, Dom Gonzalo, com seu humor de sempre, recebe a visita de todos os que chegam. Reza diante de Jesus Sacramentado ali presentes. Dialoga, descansa e, às 17h, celebra a Eucaristia nesse Templo Santo da Pachamama, ao ar livre, em meio às robustas árvores e às lendárias palmeiras, junto às águas que percorrem esses espaços maravilhosos do parque de Quito, águas santas que, à noite, se iluminam e dançam ao som de belíssimas notas musicais.

Chova ou faça sol, todos os dias ele parece mais radiante, mais em paz, cheio de mansidão e sobretudo feliz. Quando se está junto com ele, sente-se que se está ao lado de um bem-aventurado! Não é por nada que Jesus disse: "Bem-aventurados os que trabalham pela paz, porque serão reconhecidos como filhos de Deus", e ali, a cada dia, reconhecemos Dom Gonzalo como verdadeiro filho de Deus.

E Jesus também proclama: "Bem-aventurados os que agora têm fome, porque serão saciados", e essa busca de "reconciliação e cura das feridas abertas" lá na bendita terra de Sucumbíos, pela qual o bispo entrega a sua vida, pouco a pouco vai ocorrendo... vai ir ocorrendo... até que "todos sejam um"... até que todos voltem a ser um, tal como ele os deixou na sua saída intempestiva. Dom Gonzalo se saciará de justiça, paz e reconciliação.

Convido a todos os companheiros e irmãos a visitá-lo, a lhe enviar mensagens, a acompanhá-lo com a oração permanente. E aqueles que puderem, de onde estejam, também o acompanhem com o jejum, pois o próprio Jesus também nos diz em seu evangelho que certos demônios só são expulsos com oração e jejum. Comprovamos isso.

E dado que tudo isso é de Deus, constatamos que sua fortaleza cresce dia a dia, e que à medida que as forças físicas vão diminuindo... seu espírito se agiganta.

Hoje, em Quito, na Alameda, temos um espaço sacramental, no qual nos encontramos na comunidade, nos encontramos com Deus. Aproveite-mo-lo.
Blog da Igreja de San Miguel de Sucumbíos - Isamis, 29-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Fonte: http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=332843

27 de mai. de 2011

La situación actual de la vida consagrada, ¿tiene comprometido su futuro?

Jueves, 26 de Mayo de 2011 07:17

Escrito por Jaume Pujol i Bardolet


Una situación de crisis generalizada
Nos encontramos en una encrucijada entre un pasado que se va agotando y un futuro incierto. Es obvia la situación de nuestra sociedad en todos los ámbitos y niveles: crisis de sociedad, crisis de familia, crisis de empresas… y crisis de Iglesia y de las instituciones religiosas.

Pero el final de un mundo no es el final del mundo, así como el final de un modelo de Iglesia o de institución religiosa no tiene por qué ser el final de la Iglesia o de la institución religiosa. Y Lluís Duch añade: “Parece evidente que somos los «últimos cristianos» de una época que se está despidiendo con más pena que gloria, y por lo mismo, nos encontramos en una curiosa y, al mismo tiempo, peligrosa situación de entremedio: por un lado, un pasado que nos parece más lejano cada día, y por otro, un futuro que no acaba de llegar y que resulta problemático y muy difícil de imaginar… Somos cristianos de la transición”1.

Aunque sea evidente la situación de crisis de nuestra sociedad, sin embargo, las crisis en sí consideradas no son nada negativo. Las crisis, según Erik Erikson, son “períodos cruciales de acrecentada vulnerabilidad y elevado potencial”. Representan ruptura del equilibrio y del orden habitual; período de transformación, clima de excitación y de tensión nerviosa y acaso revelan una situación de enfermedad en la estructura social.

Las crisis pueden ser positivas o negativas, según cómo nos situemos en y ante ellas. Pueden tener efectos de crecimiento y superación, o bien de entorpecimiento y de demolición.

Gracias a las crisis cada persona ha seguido un proceso de maduración, pasando por la crisis de la infancia, de la adolescencia, de la juventud, etc. Lo mismo respecto del recorrido de la sociedad. Y si contemplamos la historia de la Iglesia, ésta se ha fortalecido pasando por numerosas situaciones de crisis y conflictos de todo tipo. Y así también en la historia de la vida religiosa. La fundación de órdenes y congregaciones religiosas obedece a sucesivas crisis de situación de vida cristiana que había que remontar. En un principio parecía que sólo tenía que haber monjes, luego surgieron otras instituciones no monásticas, seguidamente otras de carácter apostólico… y referente a las congregaciones femeninas, sabemos bien lo que costó para que se les permitiera no encerrarse en el claustro y poder ejercer una misión apostólica. Entre otras, Mary Ward es un testimonio2. Dios dirige nuestro mundo en todos sus ámbitos y a pesar de todas las contradicciones.

Aranguren afirmaba que “heterodoxos de ayer son ortodoxos hoy y que varios de los ortodoxos de hoy serán heterodoxos mañana”. Todos tenemos alguna experiencia sobre el particular.

Por si sirve de analogía con nuestro tiempo cito a Antonio Rosmini, sacerdote ejemplar, teólogo y filósofo extraordinario, siempre obediente al Papa… Pues bien, fue un profeta humillado y proscrito. En 1843 publicó el libro “las Cinco llagas de la Iglesia”, que según él consistían en: 1. Separación del pueblo cristiano y clero sobre todo en la liturgia; 2. Insuficiente formación cultural y espiritual del clero; 3. Desunión de los obispos entre ellos, con el clero y con el Papa; 4. Injerencia política en el nombramiento de los obispos; y 5. La riqueza de la Iglesia recordando que la Iglesia nació pobre. El Santo Oficio puso su libro en el Índice de libros prohibidos y además condenó 40 proposiciones suyas. Posteriormente, Juan Pablo II declaró que no había error ninguno en sus escritos y añadió que “Rosmini enseñó cómo se ama a la Iglesia, cómo se trabaja por la Iglesia, cómo se puede y se debe sufrir por la Iglesia”. Y recientemente Benedicto XVI le beatificó. Así se escribe la historia.

Por lo tanto, habrá que tomar conciencia de nuestra situación de cambio o de crisis y asumirla, superando toda tentación humana de «negarla», de «inhibirla» o, incluso, «refugiarse en una deplorable lamento crónico». Estas actitudes serían sumamente negativas para las personas aludidas y también para la construcción del futuro que pretendemos.

Hay que reconocer el esfuerzo realizado por las congregaciones religiosas por asumir el Concilio Vaticano II, en diversos aspectos con diversas iniciativas y creatividad en la misión evangelizadora, en la pastoral, en la profesionalidad, al propio tiempo que, por circunstancias de contexto social, ha habido una disminución numérica por falta de vocaciones de jóvenes y progresivo envejecimiento. Habrá que tomarlo como una oportunidad de abrirnos a la nueva era y permitir a los seglares que participen de nuestros respectivos carismas. Se trata de hacer posible un nuevo amanecer. Es un reto que tenemos planteado.

Cuando el Espíritu inspira y sugiere, no siempre es bien recibido y no pocas veces juzgados y condenados injustamente sus seguidores. Esto habrá que tenerlo en cuenta en nuestra agitada sociedad y en la “Ecclesia (et Societas) dubitans” que vivimos. ¿Hay suficiente Espíritu en nuestras vidas? O bien, ¿la ajetreada acción impide prestar atención al Espíritu?

Ante una situación de nostalgia e indiferencia

Ante un sentimiento de incertidumbre sobre nuestro futuro puede que algunos sientan amargura y sean nostálgicos de tiempos pasados, que ciertamente no volverán, podrían refugiarse en una fidelidad a una rutina institucional. Otros, pueden manifestarse desconfiados, indiferentes y críticos acerca de un posible futuro institucional, encontrando, normalmente desacertados e inútiles todos los intentos y esfuerzos para dar continuidad a nuestras instituciones. Estos últimos se manifiestan críticos ante todo intento de impulsar el futuro y afirmando que como no hay nada que hacer, se resignan a la muerte institucional. Tanto los nostálgicos como los desconfiados son negativos para cualquier intento de andadura de presente y de futuro. La angustia de los primeros y la indiferencia de los segundos son perjudiciales y constituyen un freno y bloqueo institucional… A los unos y a los otros les falta la “fuerza ascensional” de la que habla Mounier; éste dice que sin esta fuerza ascensional la persona se degrada y repercute negativamente en el colectivo en el que viven. Es importante que se tome conciencia del sentido de responsabilidad que suponen estas posturas.

Nos sentimos llamados al cambio, el cual puede ser percibido por los unos como «promesa» y por otros como «amenaza», según cada cual lo encaje… Hay quien sufre ante el cambio porque le genera inestabilidad y a otros les genera aventura y promesa de un futuro mejor. También el cambio que vino a traer Jesucristo generó incomprensión y amargura entre sus superiores y otros, y ahora, a lo largo de veinte siglos muchos más beneficiamos de su aventura y testimonio.

Acerca de la identidad de la vida consagrada

El Vaticano II, en LG 44,d nos define de la siguiente manera: “La vida consagrada aunque no pertenezca a la estructura jerárquica de la Iglesia, pertenece, sin embargo, a su vida y santidad”. Ahí se halla el meollo de la identidad de la vida consagrada: su sentido de testimonio y de profecía. Por lo tanto, la crisis de identidad, entendida desde este presupuesto, será un reflejo de la crisis de consistencia de nuestra fe y de la consolidación de nuestras instituciones.

Veamos cómo nos encontramos al respecto. Debido a diferentes impactos de acontecimientos, lecturas, investigaciones teológicas, conocidas en ocasiones a medias o sólo por el sensacionalismo periodístico ¿se dan acaso rebajas o nubarrones en nuestra fe? Habrá que tener presente que “el que obra milagros entre vosotros ¿lo hace porque observáis la ley o porque tenéis fe? (Ga 3,5).

He ahí la lectura que nos hace James Zullo acerca de vacilaciones de la fe en algunas personas: “Para algunas personas –sacerdotes o religiosos-, la crisis de los límites aparece frecuentemente como un desplome de las formulaciones de la fe. Se supone que deberían ser expertos y modelos en el desarrollo de la fe, en espiritualidad y en asuntos religiosos, de ahí que los ministros sufran, por su misma vocación, perplejidad y miedo cuando sus perspectivas de fe cambian y se encuentran sin un sentido claro y estable de sí mismos en cuanto personas «religiosas». Las imágenes de Dios y los estilos de oración, que en el pasado los sostenían y alimentaban, se modifican y no se percibe claramente por qué todo eso se derrumba. Decía uno, cada vez me siento más en conflicto con creencias y prácticas religiosas aceptadas durante largo tiempo, y no encuentro con qué reemplazarlas. La liturgia ya no tiene el mismo sentido para mí, estoy aburrido, desasosegado. Parece que mi Dios está muy lejos”3.

Por otra parte, creo que sigue siendo válido todavía el estudio realizado por la Universidad Loyola de Chicago4 mediante una encuesta sobre la “relación entre el desarrollo de la fe y el desarrollo personal”, a partir de una «muestra» de sacerdotes (los resultados pueden interpretarse como válidos también para los religiosos/as). Encontraron cuatro categorías:

Mal desarrollados. Aunque todavía ejercen el ministerio, se debaten entre problemas psicológicos serios y crónicos, que influyen poderosamente en su vida personal y profesional.

Subdesarrollados. No ofrecen dificultades tan serias; más bien presentan fallos o incapacidad para afrontar las exigencias adultas del crecimiento psicológico. Son subdesarrollados porque su edad psicológica no se corresponde con su edad cronológica. Éstos, si bien parecen adultos, no han conseguido resolver los problemas a los que una persona necesariamente se enfrenta en la etapa de la adolescencia de su vida.

En desarrollo. Detenidos por algún tiempo en su crecimiento han comenzado de nuevo a andar y a enfrentarse con la cuestión no resuelta de su desarrollo personal. Hay torrente de energías.

Desarrollados. Han pasado triunfantes por las diferentes etapas de la vida y desarrollan satisfactoriamente sus capacidades… Tienen buena salud psicológica.

De estos resultados puede deducirse la relación que debe existir entre el «desarrollo personal» y el «crecimiento de la fe». Los dos aspectos tienen que ir a la par, ya que la persona constituye una unidad compuesta por diversos elementos. La fe mejor cualificada procede de la persona más equilibrada y sana, ya que la experiencia de la fe es la de una persona que vive la fe desde todos sus elementos constitutivos.

Conviene someter a discernimiento nuestra forma de creer y la realidad misma de nuestra fe.

Según Gordon Williard Allport, la fe religiosa es algo continuo cuyos extremos son algo intrínseco y extrínseco y funciona en relación con los procesos psicológicos; la fe no es una realidad autónoma, ya que no existe fuera de la persona: Es algo intrínseco, es decir, la fe como motivo principal mediante la cual la persona organiza y comprende todas las experiencias de la vida. En este caso, la fe funciona como una creencia religiosa desarrollada y madura. Es propio del adulto.

Es algo extrínseco, es decir, la fe, en este caso, representa sólo un determinado comportamiento religioso compartimentado y externo, sin raíces en la personalidad del individuo. La religión es tomada como fenómeno utilitario e instrumental y es empleada para cumplir sus obligaciones, calmar sus temores, y a ella se agarra para conseguir la salvación particular. Se corresponde con la religión de la persona inmadura y aún no desarrollada. Representa un valor no integrado, cuya importancia se capta sólo de modo superficial. En esta situación, algunos al llegar a la crisis de fe, abandonan la religión por creer que sus contenidos ya no les sirven para explicar su mundo o su conocimiento. Viven, acaso, un fenómeno utilitario e instrumental de la religión para cumplir con sus obligaciones, calmar los temores en vistas a la salvación, o por fuerza de una tradición o costumbre. Este tipo de religiosidad o de fe se caracteriza por su egocentrismo, rutinariedad, aspecto defensivo, utilitario, narcisista, exhibicionista, instrumentalista…

Es decir, hay una relación de la fe con los procesos psicológicos. El «homo religiosus» es también «homo anthropologicus». En la persona madura, la fe intrínseca, vertebra su identidad formando parte de su razón de ser y existir. En cambio, la fe extrínseca funciona como algo adherido para su provecho y para desvanecer angustias y fantasmas.

Todo lo dicho nos conduce a cuestionarnos sobre la calidad de nuestra fe y corregir las deficiencias y penumbras que la puedan aquejar. ¿Es una fe intrínseca o una fe extrínseca? La vida de fe es fundamental e imprescindible para dar sentido y plenitud a la vida del religioso y es el trampolín imprescindible para construir el futuro de la vida consagrada. Ante la situación que vivimos sigue siendo necesaria nuestra oración de “Señor, auméntanos la fe” y tener en cuenta la respuesta de Jesús: “Si tuvierais fe como un grano de mostaza habríais dicho a este sicómoro: ‘Arráncate y plántate en el mar’ y os habría obedecido” (Lc 17, 5). Es decir, la fe hace milagros y es capaz de reflotar el ánimo y las disposiciones en cualquier situación por difícil o insegura que se perciba. El amor dará sentido a nuestra fe y nos abrirá a la esperanza.

La búsqueda de seguridades

Dejarse llevar por el instinto de la búsqueda de seguridad es una de las maneras para disipar temores, defenderse ante el desasosiego de los reclamos en los que nos vemos invadidos, y, al propio tiempo, permanecer inactivos. El asegurar cada instante presente sin pensar en el futuro, el “ir pasando”… representa una actitud de pasividad. Y así, los problemas y retos quedan adormecidos momentáneamente hasta que, con el tiempo, detonan sin posibilidad de solución.

Fácilmente se puede incurrir en una dicotomía: por un lado, la «administración y gerencia de la misión», que resulta cada vez más problemática y por otro, lo que es propiamente la «identidad carismática y profética de la institución». El primero es cuestión de «gestión» y el segundo requiere la función de «animación». Podría pretenderse la «supervivencia» asegurando el funcionamiento de la gestión institucional, que exige atender a muchas «urgencias», sin tener suficientemente en cuenta la «animación» de la identidad religiosa, que, aun reconociendo que se trata de una cuestión prioritaria puede quedar relegada para una «posibilidad» posterior, que puede quedar más o menos olvidada. A menudo se tiene la impresión de que la mayor parte de los temas de las reuniones comunitarias e institucionales son de carácter administrativo y de gestión y parece que no hay tiempo suficiente para dialogar sobre temas de espiritualidad y de carisma institucional con el fin de mejorar nuestras actitudes frente a los retos de nuestro presente cara el futuro.

En principio, nadie duda que la misión tiene que ser animada por la identidad carismática y profética. Pero en la práctica, podría caerse en el riesgo de reducir la misión (y la institución) a una “empresa cristiana con finalidades cristianas”, a una ONG. No cabe identificar la institución religiosa exclusivamente en la supervivencia de las obras, ya que la vida consagrada no consiste sólo en el ejercicio de la misión. Y si bien, lo referente a las actividades de la misión son seguidas y atendidas, acaso se dé, en más de una ocasión que lo referente a la fe y vida espiritual se viva más bien de renta de una costumbre y de la rutina de un pasado, digamos con unas formalidades de fe, faltándole el aliciente creativo que infunde el Espíritu Santo a lo largo de la continuidad de la historia de la Iglesia y de las fundaciones de órdenes y congregaciones religiosas.

Es cierto que las circunstancias actuales que vivimos exigen un sistema de constante organización creativa, impulsados tanto por las leyes como por las exigencias de nuestra sociedad. Ello no representa ningún inconveniente, es normal que proliferen las comisiones de reflexión y de decisión, las exigencias de formación permanente, etc. Enhorabuena por este esfuerzo organizativo.

Pero, en ocasiones estas urgencias organizativas (y este forzoso activismo organizativo) pueden atentar a la misma identidad institucional de vivencia de fe y del carisma institucional, que debieran ser la causa y el motor de la misión. Pero la misión debiera partir siempre de la identidad institucional. Sabemos que vivir la identidad es prioritario, pero no pocas veces ésta se ve secuestrada por el agotamiento de las urgencias administrativas. Se podría incurrir en una actitud de «conservación», que alguien definió como de «autoapacentamiento» personal e institucional.

Si queremos dar futuro a nuestras instituciones religiosas debemos comprometernos para que “vivir el carisma” y “trabajar en y para la misión” sean dos actitudes constituyentes de cada persona consagrada, de las comunidades y de las instituciones. ¿Destinamos los mismos esfuerzos en cada uno de estas dimensiones, a nivel personal, comunitario e institucional? Sin duda alguna, que en los tiempos fundacionales de las instituciones religiosas los dos aspectos estaban en plena simbiosis, el uno para el otro y viceversa.

¿Sentimiento de resignación...?

Es una tentación que habría que vencer, ya que conduciría a inhibirse y a tratar de permanecer en una situación de pasividad y de felicidad egoísta por falta de perspectivas de futuro. No se trata de aceptar una muerte tranquila personal o institucional.

Puede que haya quien piense: hay tantas circunstancias nuevas hoy, ha cambiado tanto el sentido de valoración de los fenómenos, incluso en el aspecto moral... Hay que quemar tantas cosas que habíamos adorado y adorar tantas cosas que habíamos quemado… Hay quien ante esta percepción se le apodera un sentimiento de impotencia, refugiándose en una resignación de mera observancia, llegando incluso a experimentar que el futuro incierto y problemático de la institución no les inquieta en absoluto. Su futuro personal lo ven asegurado, aunque no el de la institución.

Esta situación puede favorecer el individualismo, que es una de las deficiencias de nuestra sociedad en todos los ámbitos. Representa una huída de la responsabilidad, tanto de los compromisos personales como respecto de la institución.

Ante el impacto por un sentimiento de imposibilidad conviene tener en cuenta que la Biblia nos ofrece importantes relatos a partir del «imposible», por ejemplo la creación viene de la «nada» y los grandes personajes del Antiguo Testamento surgen de madres estériles y que incluso Cristo nació de una virgen, porque “para Dios no hay nada imposible” (Lc 1, 37). También los Fundadores experimentaron sentimiento de imposibilidad en diversas ocasiones, sin embargo, por su fe activa y creciente y por su abandono a la Providencia consiguieron las respectivas fundaciones con siglos de vigencia.

Todos podemos y debemos ser colaboradores desde nuestras posibilidades, aun teniendo en cuenta las respectivas limitaciones propias de la edad y otras. Habrá que tener en cuenta que “el que os otorga el Espíritu y obra milagros en vosotros ¿lo hace porque observáis la ley o porque tenéis fe? (Ga 3, 5). La fe es siempre dinámica y capaz de mover montañas, según el Evangelio. Por tanto, supera todo sentimiento de impotencia y de resignación.

¿Riesgo de marginación?

El progresivo envejecimiento institucional y el hecho de que un sector de religiosos/as tenga responsabilidades de compromiso en la supervivencia institucional y en asegurar la continuidad en la misión, puede ser causa de que otro sector, más o menos numeroso, pueda sentirse marginado, -aunque dedicado a determinadas suplencias-, y aun situarse y acomodarse al margen, acaso por insuficiente información, por no estar al corriente de todos los hilos que se mueven, ni tampoco de las problemáticas que hay que resolver. Puede ocasionar sentimientos de indiferencia y de inhibición y sentirse inclinados a refugiarse en un «nido caliente». La misma edad facilita esta postura.

Si la misión del religioso/sa no se jubila nunca, por más que se le libere de determinadas tareas y responsabilidades, cabe preguntarse ¿cómo se puede facilitar, no sólo que la misión funcione, sino también que cada cual pueda sentirse colaborador según las respectivas posibilidades? Es una interpelación para las personas y para las instituciones.

Confusión en la mirada

Hay quien está anclado en el pasado, quien sólo se vuelca hacia el futuro y quien también vive sólo el tiempo presente. Si existen en realidad los tres tiempos, ¿por qué no vivirlos conjuntamente? La lectura del tiempo pasado nos procura sabiduría y experiencia sabiéndolo leer en su andadura; el tiempo futuro nos sirve de aliciente y el tiempo presente nos pone en contacto con la realidad. Los tres tiempos deben constituir unidad en la progresiva andadura de cada persona y de cada institución.

Hoy se parte del llamado «tercer hombre», es decir, del hombre que ‘con un presente saturado de pasado tiende hacia el futuro’. Se trata del hombre que, al decir de McLuhan: “en nuestra sociedad abate las fronteras borra las antiguas categorías y profundiza las cuestiones”5. Es el «hombre crítico» de cuanto recibe; acoge cuanto se le ofrece como medios para elaborar su propio criterio. Las nuevas ideas no las hace suyas por vía de autoridad ni de sumisión, sino por una cierta evidencia personal, a partir de su profundización. Es el «hombre nuevo», del cual Cristo fue el prototipo.

Ni miopía, ni ilusionismo sin consistencia. Es cierto que guardamos diversos recuerdos de los tiempos pasados. Es propio de una persona sana entresacar las líneas y valores que nos han formado viendo las constantes que todavía son válidas para hoy y para el futuro. La miopía nos puede causar ansiedad, angustia, congoja que no hace otra cosa que enturbiar la vida y bloquear todo dinamismo. Respecto de los tiempos futuros no podemos soñarlos sin ninguna referencia y sin aquilatar nuestras pretensiones, no sea que nos perdamos en la estratosfera y nos quedemos como ingenuos soñadores.

Nuestros tiempos transcurren en determinados contextos y culturas propias de cada época y de la forma como cada persona las percibe y es capaz de asumirlas. Nunca podemos tener la pretensión de plena objetividad; nuestra propia experiencia personal, a lo largo del tiempo, nos hacer ver los errores y relatividad de nuestras certezas.

Habrá que procurar la bienaventuranza de la «mirada limpia», que se corresponde con los «limpios de corazón». Constantemente deberemos limpiar nuestra mirada como limpiamos nuestras gafas. ¿Cómo? Una actitud de discernimiento evangélico nos situará en el ámbito de los auténticos valores, nos pondrá al acecho de una ligereza de improvisación y nos hará superar el politeísmo e idolatría de determinados contravalores, que infectan nuestro espíritu y desvanecen u oscurecen nuestros criterios. La autocrítica personal, comunitaria e institucional limpiará nuestra comprensión de determinadas adherencias e incrustaciones del pasado y de las fútiles ilusiones de futuro. La formación permanente, las reuniones comunitarias, etc. nos procuran contrastar nuestras opiniones y limpiarnos de cuanto nos ofusca y no nos dejan seguir correctamente por el Camino, la Verdad y la Vida que es Jesucristo. Por ahí accederemos a la lucidez que necesitamos para nuestra andadura presente y futura. Si seguimos por esta trayectoria podremos conseguir caminar por una línea profética que plasmará nuestras instituciones en la línea del Reino. Convendrá hacer nuestra la petición de Pablo: “Pido a Dios que ilumine la mirada de vuestro corazón para que conozcáis la esperanza a la que habéis sido llamados” (Ef 1, 18).

Satisfacerse con buenos documentos

Es indudable la proliferación de documentos en la Iglesia y en las instituciones religiosas, además de las numerosas revistas sobre temas análogos. Es normal que los superiores, las comisiones de reflexión y de trabajo elaboren sus orientaciones acerca del espíritu que debe animar nuestras vidas y sobre el ejercicio de la misión, como mensaje de renovación y de relanzamiento hacia el futuro.

Para algunos este esfuerzo es percibido como una inflación inútil, o a lo más, se le hace una lectura rápida. ¿Hasta qué punto las orientaciones dadas en estos tiempos cruciales y de crisis llegan a impactar y a ser norma de vida personal, comunitaria e institucional? Por otra parte, quienes se sienten comprometidos en la refundación institucional, acaso puedan sentirse frenados y aun bloqueados por la inercia de un sector.

Los documentos, por bien elaborados que estén son siempre a nivel del «decir» y en ningún caso sustituyen el «ser y el hacer». Sus orientaciones son expresión de deseos con la intención de que sean asumidos y puestos en práctica. “Cuando se ha dicho todo lo que había que «decir», todavía queda todo por «hacer»”.

Estos documentos precisan ser reflexionados, digeridos, profundizados mediante un intercambio comunitario, incluso institucional. Es una manera de comunión con los superiores y comisiones que los han redactado, al propio tiempo que son escritos tratando de incidir en situaciones concretas de caminar hacia el futuro. Sería de lamentar que quienes tienen responsabilidades de autoridad y de animación se sintieran reducidos a poderes establecidos sin suficiente poder, ni influencia real. Sería una manera de sentirse marginados.

Un providencial signo de los tiempos: la colaboración con los laicos

Religiosos y laicos, todos tenemos la misma consagración bautismal, de la cual parte nuestro género de vida o vocación específica (vida consagrada o vida laical). “La colaboración e intercambio de dones se hace más intenso cuando grupos de seglares participan por vocación, y de modo que les es propio, dentro de la misma familia espiritual, en el carisma y la misión del instituto. Entonces se instaurarán relaciones fructuosas, basadas en relaciones de mutua responsabilidad y sostenidas por oportunos itinerarios de formación, en la espiritualidad del instituto”6. Sería un excelente ejercicio de comunión eclesial.

Hay que reconocer que se ha dado una apertura institucional y gran esfuerzo en la formación permanente de religiosos y laicos conjuntamente, tanto en lo referente a la espiritualidad y carisma como en lo referente a la misión. La mutua interpelación «religiosos-laicos» ha beneficiado la vida cristiana de ambos; todos aprendemos los unos de los otros. Parece que es una solución de futuro con el fin de asegurar la continuidad del carisma y de la misión, con los que Dios ha enriquecido a su Iglesia.

Ahora bien, en varias instituciones religiosas son los seglares quienes llevan mayoritariamente la misión debido a la escasez de nuevas vocaciones7 y a la edad avanzada de los religiosos. Incluso hay centros sin ningún religioso, en otros la comunidad es simplemente testimonial con alguna colaboración adicional y en otras hay todavía algunos religiosos en activo respecto de la misión.

Pero esto no representa en sí ningún inconveniente, ya que se acepta esta situación y a partir de ella se pretende construir el futuro. Los seglares, con vivencia de fe, sentido de vocación cristiana, comprometidos en la misión y constituyendo comunidad cristiana en la misión, son, de hecho, los continuadores de la misión institucional. Sobre la relación «religiosos-laicos» se nos ha pedido una auténtica conversión, ya que los presupuestos de anteriores décadas eran todo lo contrario. Pero, para ello se nos dirá que hay que partir de una identidad carismática, asimilada y vivida8. Por eso, quizás, y es lástima, que todavía haya algunos religiosos que, al ser reticentes en asumir esta nueva trayectoria, sienten dificultad en la apertura a los laicos, tanto en lo que se refiere a compartir la vida de fe y carisma, como respecto de su relevancia en la misión. Sin pretenderlo son un freno y obstáculo a la trayectoria que se va siguiendo.

Escollos que conviene evitar

Dejo a la consideración del lector algunos escollos, entre otros, que habría que superar:

Una situación de dejadez e incluso deversión del espíritu inicial fundante. En toda institución existe un espíritu inicial, unos objetivos que entusiasmaban a los iniciadores. Con el tiempo puede darse un desencanto en los fervores y entusiasmos iniciales, llegando incluso a una perversión del espíritu fundante o carisma institucional. Por ejemplo, sustituir la vitalidad evangélica y carismática con una actitud de pasividad o tranquilizando la conciencia con una mera disciplina institucional, o incluso con un activismo de misión. De ahí derivaría una esclerosis del pensamiento y de la misma vocación y podría llegar a ser nocivo para la misma institución.

Contentarse con una reforma institucional de mera renovación asegurando sólo el presente y sin considerar perspectivas de futuro. Toda institución tiene un «lenguaje intencional» o de los objetivos que se fija y otro «lenguaje institucional» que es reflejo de la realidad del comportamiento institucional. Es normal que haya una distancia entre los dos, ya que nunca asumimos, en realidad, totalmente los objetivos propuestos. Asimismo, un análisis meramente «institucionalista» desde el interior de un contexto, sin cuestionar lo que existe, sería un análisis reformista (consistente en mejorar nuestro presente faltándole perspectiva de futuro). Un análisis «anti-institucionalista» desde el exterior cuestionando el funcionamiento de la propia institución desde la respuesta que hay que dar a unos tiempos cambiantes; éste tiene «perspectiva de futuro» y es el análisis que estamos llamados a hacer. Aquí tendría lugar la «crítica profética».

Contentarse con la reforma de las estructuras institucionales pretendiendo que por ello se dará el cambio. Lo expresa claramente Mounier, en la Révolution personnaliste: “No son las nuevas estructuras las que hacen el hombre nuevo; es un trabajo personal del hombre sobre sí mismo en el que nadie puede reemplazar a nadie. Las instituciones nuevas y renovadas pueden facilitar la tarea pero no pueden sustituir el esfuerzo. Las estructuras nuevas son un reclamo para comenzar en nosotros mismos, desde ahora, un trabajo de conversión personal en el que la ayuda institucional no será sino un episodio indispensable e independiente”.

Una fractura entre “Pedros” y “Pablos”, entre “institución y carisma”. Como decía Schillebeeckx, si sólo hay institución a ésta le falta vuelo; y si sólo hay carisma adolecería de realismo. Es normal que en toda institución haya tendencias diversas, aun actuando todos desde la mejor sinceridad y lealtad. Nadie puede arrogarse la verdad por su cuenta e imponer su criterio. Hay órganos de reflexión y de diálogo por los que se buscan las mejores soluciones… El intercambio en el diálogo es enriquecedor para las personas y para las instituciones.

Conclusión

No creo que la vida consagrada tenga comprometido su futuro, pero sí éste le representa un reto a cuya respuesta vendrá el resultado. Hay interés por reflotar la actual situación, aunque se percibe menos a nivel espiritual y evangélico que en lo empresarial. Todas las instituciones sociales, políticas, eclesiales y religiosas están en situación de fragilidad, pero siempre hay recursos de superación, sobre todo en lo que se refiere al Reino de Dios, en la medida que verdaderamente seamos capaces de pretenderlo. Dios, que dirige la historia, no negará su Gracia a la cual deberemos corresponder.

Al decir de San Juan Crisóstomo habrá que superar dos tentaciones típicas: la tristeza y la relajación. La tristeza deprime el alma y la hace lábil a todo tipo de debilidades. La relajación consiste en la búsqueda de calma, tranquilidad y paz temporal, que esterilizan todo esfuerzo9.

Estas situaciones de reto las podemos superar partiendo de lo que es esencial en la vida consagrada: el sentido de consagración bautismal, la toma de conciencia de la vocación recibida, la vivencia creciente de la fe y de la espiritualidad propias de la Consagración religiosa, la respuesta a las necesidades de las personas desde la misión, el sentido de comunión cristiana, la capacidad de colaboración con los laicos, etc. Tendremos que situarnos en la órbita de la voluntad de Dios. Si el futuro de nuestras instituciones fuera sólo o sobre todo empresarial, le faltaría su razón de ser que le proporciona la causa de Dios a través del carisma propio.

“Habrá que considerar que Dios no satisface nuestros deseos, pero sí todas sus promesas. Él permanece el Señor de la tierra. Él mantiene su Iglesia. Él nos da siempre nueva fe. Dios no nos carga con un fardo mayor del que podemos llevar, sino que nos alegra con su proximidad y su ayuda. Dios escucha nuestras oraciones y nos conduce hacia Él por el camino mejor y más recto. Y porque Dios hace todo esto, es digno de alabanza”10.



1 DUCH, Lluís. La crisi de la transmissió de la fe. Fundació Maragall, 2007, 0pág. 170.

2 Mary Ward fundó el Instituto de la Bienaventurada Virgen María en 1609 (Religiosas Irlandesas). Sufrió diversos ataques de sospechosa de «rebelión, herejía y desobediencia» por tratarse de una Congregación femenina sin Claustro y por dedicarse a la misión apostólica. Ella se definió siempre obediente al Papa, lo cual no evitó que el Papa Urbano VI suprimiera la Congregación por tratarse de una Congregación femenina sin Claustro y por dedicarse a la misión apostólica.

3 ZULLO, James. The Crisis of Limits Midlife Biginnings. In Human Development, 1983, vol 3, n. 1 pág. 11)

4 Cfr. KENNEDY, Eugene. Fe religiosa y maduración psicológica. Concilium 181, págs. 117-123

5 Cf. McLUHAN. La comprensión de los medios como extensiones del hombre. Diana, México 1969.

6 CIVC. La vida fraterna en comunidad, 1994, 70

7 Sería un tema que abre una pregunta difícil de responder, pero que no se puede soslayar. Ver PUJOL, Jaume. Hacia el futuro de la vida consagrada. San Pablo 2008, págs. 177-210.

8 “La colaboración y el intercambio de dones se hace más intenso cuando grupos de seglares participan por vocación y del modo que les es propio, dentro de la misma familia espiritual, en el carisma y la misión del Instituto… Sin embargo, para conseguir este objetivo, es necesario tener: comunidades religiosas con una clara identidad carismática asimilada y vivida, es decir, capaces de transmitirla a los demás con disponibilidad para el compartir; comunidades religiosas con una intensa espiritualidad y un gran entusiasmo misionero para comunicar… el empuje evangelizador. Así la comunidad religiosa puede convertirse en un centro de irradiación, de fuerza espiritual, de fraternidad que crea fraternidad…” (IVC, La vida fraterna en comunidad, 1994, 70)

9 Citado por GARCÍA PAREDES, José C. R. Teología de las formas de vida cristiana. Publicaciones Claretianas, I, pág. 206

10 DUCH, Lluís, La crisi de la transmissió de la fe, Fundació Joan Maragall, 2007, pág. 184

Fonte: http://www.vidareligiosa.es/index.php?option=com_content&view=article&id=234:la-situacion-actual-de-la-vida-consagrada-itiene-comprometido-su-futuro&catid=2:articulos&Itemid=3

25 de mai. de 2011

ORAÇÃO dos 800 ANOS DA FUNDAÇÃO DE NOSSA ORDEM

Altíssimo, Pai de Misericórdia, por vossa graça, iluminastes nossa Mãe Santa Clara, com o esplendor do Cristo Crucificado e Ressuscitado, seu amado Esposo, a fim de que, por uma vida vivida no amor, brilhasse como luz radiosa!
Louvado sejais, meu Senhor, pelos 800 anos de encantamento recíproco, em que firmastes uma aliança de amor com o Poverello, sua Plantinha e seus seguidores.

Louvado sejais, meu senhor, pelo nosso carisma, tão antigo, tão novo e tão especialmente belo, capaz de responder aos anseios mais profundos de nossa humanidade sedenta do infinito.

Concedei-nos, Senhor, a audácia de um testemunho encarnado e enraizado no Santo Evangelho. Que a exemplo de tão extraordinária Mãe, possamos caminhar na liberdade, com passo ligeiro e pé seguro a via da altíssima pobreza, da jovial alegria, do silêncio fecundo, da santa unidade e da contemplação.

Ajudai-nos, Senhor, a não perdermos de vista nosso ponto e partida e continuarmos com alegria e entusiasmo nosso posto de guardiãs do carisma confiado a nós.
Nosso pai São Francisco e nossa mãe Santa Clara nos abençoem, como podem e mais do que podem. Amém.

A obra de Sabatier...

A influência da obra de Sabatier no Franciscanismo

O ano de 1894 marca uma nova época no campo do franciscanismo e dos estudos históricos críticos das fontes franciscanas. Hoje se pode afirmar sem sombra de dúvida que os biógrafos franciscanos se distinguem a partir de uma maior ou menor aproximação dos estudos e pesquisas de Paul Sabatier. É ele que levanta a questão da oficialidade, carisma e instituição, a clericalização da Ordem; a partir de sua obra as fontes franciscanas são revistas sob a ótica da redescoberta de um autêntico São Francisco. É ele que mostra Francisco como o Santo da Paz Social que abala uma sociedade em mutação e sua ambiciosa estrutura econômico-produtiva. Sua obra é importante para atualização e humanização do Poverello e para enamorar-se cada vez mais do Movimento Evangélico surgido e Assis.
Com Sabatier aprendemos a colocar em primeiro lugar os Escritos de São Francisco para depois poder saborear os textos Biográficos. Conhecer verdadeiramente uma pessoa, conhecer a sua personalidade, sua mística, seus valores, é conhecer o modo como ela reza e escreve cartas pessoais. A partir dos Escritos, Sabatier reconstrói os valores de Francisco e do Franciscanismo na sua origem. Com Sabatier descobrimos o histórico texto do Perdão de Assis, a indulgência da Porciúncula, o dilema entre a Fraternitas e a Ordem, o Profetismo anti-institucional. Ele não tirou isto de suas reflexões pessoais, mas de anos de busca de textos originais que levaram ao incremento dos estudos franciscanos e seus temas atuais. Analisou obras, publicou trabalhos, encontrou textos de grande importância, traduziu e organizou edições com estudos e interpretações de textos primitivos. Por isso, você que está lendo esta obra, terá que debruçar-se pacientemente sobre uma vasta e necessária introdução do autor que, didaticamente, nos brindará, nas primeiras páginas, com um Estudo Crítico das Fontes, Escritos de São Francisco, Biografias Propriamente Ditas, Cronistas da Ordem; para depois, em 19 capítulos, criar o seu relato biográfico
Além da sua famosa “Vida de São Francisco de Assis”, Sabatier publicou ,em 1898,o primeiro volume de sua Coleção intitulada “Coleção de Estudos e de Documentos sobre a História Religiosa e Literária da Idade Média”, que contém o texto em latim do “Espelho da Perfeição”, encontrado por ele e por ele atribuído à Frei Leão, datado de 1227. Esta Coleção conta hoje com sete volumes e nela se encontra também o “Tratado da Indulgência de Santa Maria da Porciúncula”, os “Atos do Bem-Aventurado Francisco e de seus Companheiros”, o texto latino de “ I Fioretti”.
Em 1901, iniciou uma outra Coleção científica chamada “Opúsculos de Crítica Histórica”, são dezoito fascículos, onde se encontra a primeira versão da “Antiga Regra da Ordem Terceira”, descoberta pelo próprio Sabatier em Capestrano, Itália. O conjunto destas obras colabora muito para os estudos desde o seu tempo até hoje, porém o que trouxe a mais calorosa discussão são os seus artigos, ensaios e a sua famosa Biografia. Por que? Porque Sabatier quanto mais traduzido, mais discutido e com isto ficou mais na mira dos críticos; mas é inegável que ele trouxe a revalorização dos Escritos de São Francisco como fonte primária de seu conhecimento. Devemos a ele a padronização crítica dos Escritos e das Biografias; ele acentua a importância da humanização do Santo na geografia da Úmbria e na cultura medieval e italiana, e com isso abre um horizonte de estudos psicológicos, caracteriológicos, somáticos, antropológicos, sociológicos, fenomenológicos, teológicos e espirituais sobre São Francisco de Assis.
Os críticos nunca o pouparam de suas análises contrárias devido a supervalorização que Sabatier faz do “Espelho da Perfeição” e da “Legenda dos Três Companheiros”; as quais considera, com certeza, obra de Frei Leão e as únicas fontes confiáveis do conhecimento de Francisco em oposição às obras de Tomás de Celano e São Boaventura. Os críticos afirmam que Sabatier tem uma interpretação por demais objetiva e certo ranço anti-hierárquico, anti-romano.
A história precisava de um Biógrafo que mostrasse Francisco com seu cristianismo original, sedutor, supraconfessional e voltado para o mais Puro Evangelho! A história precisava deste contraste entre Francisco e o Cardeal Hugolino e este bom e fecundo encontro ou desencontro entre Carisma e Instituição. Há mais de 90 anos que Sabatier alimenta os debates que geraram a “Questão Franciscana”.
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/noticias/noticias_especiais/vidafranciscana_06/01.php

24 de mai. de 2011

Maria na espiritualidade Clariana...



Na expressão “Bendita aquela que acreditou, podemos, portanto, certamente encontrar uma série de chaves que abrem para nós a mais íntima realidade de Maria, que os anjos saudaram como “cheia de graça”. Se como “cheia de graça” ela permanece eternamente presente no mistério de Cristo, pela fé se torna co-participante do mistério de cada extensão de seu itinerário terreno.
E na clausura Clara trilhou os mesmos passos que escolheu viver somente da fé, mesmo em meio às fadigas apostólicas. Sim, ela, como nós, “acreditou nas riquezas interiores que lhe foram dadas por Deus. Nós cremos que na nossa clausura somos chamadas a um apostolado universal e a ser missionárias no mundo inteiro”
A clausura nasce e é nutrida pela nudez da fé. Para chegar ao coração do Evangelho, São Francisco e Santa Clara olharam para o mistério da cruz. Esta é a forma de vida do Evangelho. Esta é a forma de vida da Regra de santa Clara. E é a nossa vida porque é a forma de vida que o Filho de Deus assumiu sobre si. Ele esvaziou-se a si mesmo e Maria foi o puro cálice sob a cruz, transbordante e cheio até à borda , para extinguir a sede de todos os filhos de Deus . Nossa Senhora não podia ser “cheia de graça” sem estar vazia de si mesma. Clara escolheu uma vida de completa pobreza no corpo e no espírito, desejando ser somente de Deus e tornar-se terra neste mundo, para construir a sua casa. Ela desejava ser aquela “concha vazia na qual Deus pode depositar os seus dons em abundância” .

Santa Ignorância


 
Depois de controlar a queda nas ordenações, a Igreja Católica no Brasil enfrenta outro problema: o baixo nível cultural dos novos padres
Débora Crivellaro e Marceu Vieira
 
Diante das câmeras de televisão que transmitem suas palavras para milhões de fiéis, o padre Marcelo Rossi recorre vez por outra a duas citações que mantém arquivadas em seu acervo pessoal. "Quem ama canta e quem canta reza duas vezes" é uma delas. "No coração da igreja eu quero ser como uma criança" é a outra. Ambas são de autoria de Santo Agostinho, filósofo brilhante que lançou luzes sobre a Igreja Católica em plena Idade Média. Mas, despejadas aleatoriamente por padre Marcelo, ganham a força de uma coreografia inspirada em bichinhos. A performance rica em carisma e pobre em conteúdo do padre superstar é sempre vista de perto por seu mentor, dom frei Fernando Antônio Figueiredo, de 62 anos, bispo de Santo Amaro, em São Paulo. Um dos maiores intelectuais da Igreja brasileira, ele é doutor em teologia patrística, praticada nos primeiros séculos do cristianismo pelo próprio Santo Agostinho. A cada vez que sobem juntos ao altar, pupilo e mestre transformam-se no melhor exemplo do mais recente espinho da Igreja Católica do país: o nível cultural dos novos padres e freiras anda muito semelhante ao de boa parte dos recém-formados pelas universidades brasileiras — cada vez mais fraco.
Apesar de ser acompanhado de perto por dom Fernando, padre Marcelo é autor de sermões inconsistentes. "Ele foi um aluno mediano, para não dizer medíocre. Hoje tem o poder de fazer milhões de pessoas dançar. Mas suas homilias são fraquíssimas", diz o padre Benedito Ferraro, da PUC de Campinas, que foi professor de padre Rossi em São Paulo. Trata-se, na verdade, de uma deficiência comum à nova geração do clero.
Como os clérigos não fazem o provão do MEC, a melhor maneira de aferir a queda do nível cultural dos que se dedicam à vida religiosa é mesmo acompanhá-los nas missas e escolas. Observadores graduados não têm gostado do que vêem. "Alguns novos padres estão muito mal preparados. Já ouvi barbaridades, erros na construção do discurso e na interpretação das leituras bíblicas", reclama o teólogo salesiano João Luís Gonçalves. "A queda do nível dos padres é galopante", completa Luiz Roberto Benedetti, professor da PUC de Campinas.
A pesquisa que faz a melhor radiografia da indigência cultural dos novos padres é de autoria do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris). O levantamento mostra que a maioria dos religiosos do país tem a mesma origem de sempre: cresceu na zona rural e pertence a famílias pobres. Seminários e conventos — assim como a carreira militar — sempre foram destino para filhos de classes menos favorecidas. Por isso, os dados do Ceris só fazem sentido se cruzados com a decadência do ensino público e das escolas de teologia e filosofia. Quando se apresentam para a vida religiosa, os candidatos já chegam com sérias lacunas na formação. E boa parte dos seminários se revela incapaz de reeducá-los. O somatório não é dos mais animadores para o futuro da instituição. "Os novos padres são mais fracos intelectualmente. A Igreja tem um conteúdo doutrinário a ser transmitido. Se eles não forem convincentes, ficará difícil manter antigos fiéis ou arrebanhar novos", analisa Sílvia Fernandes, socióloga do Ceris.
Até três décadas atrás, os candidatos entravam para os "Seminários Menores" ainda na infância e faziam o equivalente aos antigos ginásio e colegial sob a orientação da Igreja. Depois, iam para o Maior, correspondente ao terceiro grau, onde enfrentavam uma média de sete anos de estudos. Só então eram ordenados. Esse sistema de preparação fechado começou a entrar em desuso por conta das mudanças determinadas pelo Concílio Vaticano II, que desenhou a Igreja moderna. Também contribuiu para a queda desse tipo de educação um fenômeno iniciado na Europa. Os casais começaram a ter menos filhos e preferiam mantê-los em casa até os 18 anos. No Brasil, houve um ingrediente a mais: o crescimento da Teologia da Libertação, que desaprova os Seminários Menores e privilegia o contato do candidato com a comunidade.
 
“Sou órfão de pai, tenho seis irmãos e sempre estudei em escolas públicas. No início tive dificuldades com os estudos no seminário. Mas consegui superá-las” --  Mário Barbosa Filho, estudante do Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio.
 
Assim como ocorre com as faculdades privadas, os seminários multiplicam-se pelo país afora. Hoje, cada diocese quer ter o seu. Torna-se mais difícil, então, controlar o nível de ensino. "Já fui convidado a dar cursos em outros Estados porque os alunos não agüentavam padres e bispos que ensinavam matérias que não dominavam", conta o teólogo Fernando Altemeyer Júnior, professor da PUC de São Paulo. Os jovens que escapam das dioceses e entram em uma ordem ressentem-se menos disso. Roque Luiz Sibione, de 30 anos, poderia ser exemplo da pesquisa do Ceris. Veio da zona rural de Urupês, no interior paulista, e é filho de lavradores. Mas entrou para a ordem dos salesianos aos 23 anos e hoje tem mestrado em educação.
As instituições mais rígidas tentam manter o nível de ensino a duras penas. Antes, elas costumavam ter entre os alunos integrantes de uma elite que destinava pelo menos um dos filhos para uma respeitável carreira religiosa — e em um movimento circular também era conferido status à instituição. Hoje, esses seminários se limitam a transferir prestígio aos novos alunos. Roberto Luiz Oliveira Almeida, de 23 anos, está no Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio de Janeiro, desde 1999. É de Santa Cruz, bairro pobre na Zona Oeste da cidade. Quando a vocação despertou, era vendedor de uma fábrica de chocolates. "Eu pensava em seguir carreira militar", lembra. "Nos estudos tive surpresas, mas não cheguei a levar um choque."
"Os meninos que chegam com péssima bagagem cultural têm acompanhamento intensivo", diz dom Karl Joseph Romer, bispo auxiliar do Rio, há 26 anos responsável pelas vocações. Os seminários cariocas contam com laboratório de idiomas, bibliotecas e bons professores. Cada aluno custa R$ 800 mensais à Arquidiocese do Rio. "Eu sempre digo a eles: empenhem-se e reconheçam o que a Igreja fez por vocês, pois no fim de oito anos de seminário seria possível construir uma igreja por aluno", diz o padre João Geraldo Bellocchio, vice-reitor do Seminário Arquidiocesano de São José. Mário Antônio Barbosa Filho, de 27 anos — morador do Morro do Salgueiro, uma das mais violentas favelas cariocas, órfão de pai e com seis irmãos —, segue à risca o conselho do professor. Está há três anos no seminário e integra a parcela dos que recebem atenção redobrada. "Tive dificuldades no início", reconhece.
Em São Paulo, o nível dos candidatos é tão preocupante que a arquidiocese implantou há quatro anos um intensivo chamado propedêutica. "Eles estudam a fé católica e a catequese, mas também preenchem lacunas", conta dom Gil Antônio Moreira, bispo auxiliar. Dom Gil imagina que em cinco anos a média de ordenações em São Paulo duplique.
Por ironia, os bispos esperam que algumas novas vocações sejam despertadas pelo sucesso de Marcelo Rossi, que em seus tempos de seminário tinha notas apenas regulares. A inspiração pode não ser tão ruim assim. No debate sobre a importância do nível cultural dos novos clérigos, há sempre quem lembre de São Francisco de Assis, para quem discussões filosófico-teológicas não tinham relação com seguir os ensinamentos de Jesus Cristo. Além disso, o protetor dos párocos foi um francês nascido no fim do século XVIII que comeu o pão que o diabo amassou para tornar-se padre. Aluno limitado, São João Maria Batista Vianney chegou a ser expulso do seminário. Foi reconduzido por sua bondade e se tornou um dos religiosos mais reverenciados da história da Igreja. Resta saber se todo novo padre no Brasil vem abastecido com essa santidade.
Fonte: Revista Época Globo.com/Brasil Notícias, 20-04-2010

18 de mai. de 2011

Acompañar institutos que corren riesgo de extinción. La opción de morir con dignidad. El arte carismático de mori

Este es el interpelador título que me han ofrecido para estas reflexiones. Las comienzo con tres citas de un autor clásico en el tema: “El ciclo vital completo de las agrupaciones de vida religiosa se extiende por un periodo que varía entre 250 y 300 años” 1. También nos recuerda que “La decadencia está inscrita en el mismo destino de estas agrupaciones”2. Y continúa afirmando que “se ha dado la extinción por inanición. Esta es la eventualidad más frecuente en la historia. Recordemos que de las 105 fundaciones realizadas antes de 1600, no hay más que 25 que aún permanecen con vida. Por tanto, es claro que los ejemplos de longevidad constituyen excepciones. Tres de cada cuatro fundaciones han cerrado el ciclo que hemos puesto de relieve. Se han extinguido para siempre”3.
La muerte de los institutos religiosos es una posibilidad, un riesgo y en algunos casos una realidad. Me ha tocado en un par de ocasiones ser “autoridad” para formalizar “defunciones”; en un caso se trató de un monasterio y en otro de una congregación religiosa femenina. He visto “morir” obras, comunidades, provincias o viceprovincias. Así desde una fecha determinada y en una concreta ciudad no hay ningún religioso de una congregación que en su día fue la primera en llegar hace una par de siglos. Murieron ahí. Algo de esas experiencias volcaré en estas páginas. Pero lo que está en mi mente en este momento es, sobre todo, las varias páginas que he escrito sobre la refundación de la vida con-sagrada y el esfuerzo por hacerla realidad en el mundo cercano de la vida marianista y en el más lejos de la vida consagrada en general y todo ello para evitar las defunciones o al menos para no adelantarlas. Hace 15 años escribía unas páginas en el libro Por un presente que tenga futuro4 sobre la “vida consagrada hospitalizada” y cómo se tenía que hospitalizar para librarla de la muerte. Parte de esa reflexión también nos va a servir en este artículo. Ahora, después de pre-sentar un icono para toda esta reflexión daremos un primer paso y hablamos de la muerte. Eso le ocurre al que está enfermo y los médicos no aciertan en el diagnóstico y en la medicación y cuidados. En un segundo momento hablaremos de la muerte de los institutos y, por fin, del acompañamiento para ayudar a morir con dignidad; para morir carismáticamente. Por supuesto, que en este momento son varios los institutos que enfrentan la realidad de la muerte. Están aboca-dos a vivir su ocaso. Otros, incluso nacen ya con pocas posibilidades de pervivencia
Vaya una primera convicción. La palabra muerte impresiona. No son pocos los grupos que tienen que afrontar esta inevitable muerte a menudo tan apartada de nuestra cultura contemporánea5. No hay duda que se pone más energía en nuestros días en alargar la vida que en darle calidad6. Por lo mismo, se precisa, como nunca, aprender a vivir para saber morir. Si logramos captar la muerte como el ocaso de la vida quizás podremos entender todos los matices que ese ocaso suele regalarnos. Acertar a humanizar el recorrido hacia la muerte nos permite, además, no renunciar a un valioso patrimonio de emociones únicas y de sentimientos valiosos.
ICONO PARA ESTA REFLEXIÓN
“Ante ti están la vida y la muerte, la bendición y la maldición. Elige la vida y vivirás tú y tu descendencia, amando al Señor tu Dios, escuchando su voz y el que garantiza la permanencia en la tierra juró dar a tus antepasados, a Abrahán, Isaac y Jacob” (Dt 30, 19-20).
Moisés en el libro del Deuteronomio ha con-versado muchas veces con su pueblo para recordarle que Dios “ni le abandonará ni le destruirá” (Dt 4,30). Ahora le habla por última vez. En esa ocasión hace una recapitulación de todo lo que había dicho durante el tiempo de la travesía del desierto. Por eso le entrega el corazón de su mensaje. Delante de los israelitas y delante de nosotros aparece un doble camino: uno que lleva a la vida y otro que conduce a la muerte. El pueblo de Israel y cada uno de sus integrantes puede elegir el uno o el otro. Si elige el primero será ben-decido por Dios con los frutos de la fecundidad, la fidelidad y la felicidad. Si elige el camino de la muerte le espera la esterilidad, la infidelidad y la tristeza; en una palabra, un fin trágico; se romperá la alianza, nacerá el conflicto. En otras palabras, Moisés recuerda a su pueblo que el Señor acostumbra a ponernos ante una doble alternativa: la de la salvación o la de la condenación. Sabemos bien, como nos lo dice el pro-feta, que Israel hizo una opción clara por la vida plena y fue cien por cien responsable de su decisión frente a esta propuesta (Jr 11, 1-14). Sabemos, también, que esta propuesta, en el fondo, pide más vida y una tal calidad de vida que esté marcada por la cercanía al Señor.

Cristo, como buen judío, conocía este mensaje: el de la vida o la muerte; su existencia se mueve entre esa doble realidad. Pero nos ofrece una perspectiva nueva para entenderlo bien. Invita a su pueblo a caminar por la senda estrecha; la que lleva a la vida y a esquivar la ancha, que conduce a la muerte (Mt. 7,13). La primera exigirá sacrificios (Mt 10, 32-39); pero dará mucho fruto siempre que nazca de una pasión por la vida y por el Reino que él anuncia. Cristo ha reorientado y mejorado la propuesta. En nuestra historia habrá muerte y vida; pero triunfará la vida; la muerte es el camino para la vida. No dudemos que seguimos las huellas de alguien que pasó de la muerte a la vida; que nos ha mostrado el camino de la vida en abundancia. No hay duda, hay signos de muerte en la vida consagrada de nuestros días. Quienes creen en la resurrección del Señor y siguen las huellas de un resucitado están llamados a transformarlos en signos de vida.
En realidad tenemos que colocarnos cotidianamente ante esta alternativa: generar, revitalizar, asimilar, transmitir vida en el contexto cultural de nuestros días o morir. Se trata de elegir entre caminos de vida y caminos de muerte. Vida o muerte se ponen delante de nosotros; nos toca optar (Dt 30,15-20). De todas formas no es fácil pagar el precio por la vida; por eso en la práctica, sin querer queriendo, optamos por la muerte.
LA MUERTE NO ES EL FINAL DEL CAMINO
Ofrecemos ahora unas reflexiones sobre la muerte. Es un hito más de nuestra historia y en parte una opción y en parte una “imposición” y exigencia.
- Entre la vida y la muerte
La vida es una opción y la muerte también. Cada uno elige su pasado y elige también su futuro y puede optar por un presente que tenga futuro. Elige la vida el que opta por el nacer, el crecer y el dar fruto; el que se hace significativo y fecundo; el que dice algo y tiene proyecto y en él se da la abundancia. Se anima a liderar la vida y llega a vida larga. Elige la muerte el que prefiere la mediocridad, la destrucción. El filósofo Adorno aseguraba que la normalidad era la enfermedad del siglo XX. Nos tenemos que animar a ser más que uno más y del montón, alguien que no resulte perfectamente intercambiable por cualquier otro, que no se identifique con un tipo normal y corriente, incoloro, inodoro e insípido, un mediocre. Se precisa estar muy atentos para no hacer de la mediocridad el ideal, de la carencia del valor propio el valor más venerado. La indiferencia ante lo malo lleva aparejada la apatía hacia lo bueno y lo excelente.
Con el Evangelio en mano y el carisma reavivado un instituto religioso nunca debería dejarnos en lo neutral e inconsistente. Por el contrario elige, verifica, presupone, elogia, des-carta, provoca, perturba, estimula; intenta favorecer un tipo de ser humano frente a otros. La vida cotidiana de una instituto religioso deberá ser el arte de admirar la excelencia y de ponerla por obra. Un enemigo declarado de la formación marcada por la vida y los valores es la tolerancia mal entendida. En nuestros días se tolera para no tener nada que admirar y así se camina poco a poco hacia la muerte; la genuina tolerancia, tolera a los demás, tan sólo porque no renuncia a la búsqueda del bien más apropiado. La falsa tolerancia es la que acaba comulgando sin más con lo tolerado. La buena tradición religiosa estimula y pone la superación en su debido lugar; uno diría que no nos permite morir, nos mantiene en vida. La mediocridad es un modo por el que adelantamos la muerte; y en el fondo, nos organizamos para celebrarla.
Otra manera de optar por la muerte es optar por la oscuridad y el caos. Conviene superar las identidades estáticas y llegar a una comprensión más profunda y lúcida7. El buen diálogo no pretende convencer al interlocutor sino acercar más a todos a la verdad siempre mayor y siempre nueva; la confusión mata. Otro modo de optar por la muerte es escoger el tiempo de invierno para nuestros días. Así se bloquea y paraliza la vitalidad. Se llega a la muerte, también, cuando se busca o se acepta la hostilidad8. Algunas veces, pocas, me ha asaltado la preocupación de poder morir solo en medio de la hostilidad llevándome las ilusiones conmigo mismo a la tumba. Parece que algunos lo hacen. De todas formas al escribir estas páginas ha sido constante la invitación a ir más allá de mi condición inconsecuente y empezar a construir una vida en íntimo contacto con las grandes realidades que nos están preparadas. Se trata de convertir en un proyecto teológico, espiritual, pastoral, cultural y sociopolítico las propuestas dispersas. Sólo así los sueños no mueren y se convierten en semillas de esperanza de un futuro deseable. Se sigue transmitiendo vida.
A más de alguno de los que lean esta reflexión y miran la presente realidad de la vida religiosa les surgirán algunas de estas preguntas: ¿Serán religiosos “nuestros hijos”? ¿Qué viene después de esto? ¿Se interrumpirá la cadena de la transmisión del carisma que no se acertó a hacer cultura? ¿Surgirá la alternativa revitalizadora? ¿Aparecerá vida? Estas preguntas las comparto, pero no me dejan deprimido ni quiero que sean ocasión para que transmitan amargura o angustia. Por el contrario, me las he hecho y las hago como llamadas a superar el miedo y a mantener la esperanza que se sustenta en la fe y se manifiesta en la caridad aunque no se descarta la premonición de posibles muertes. Estoy convencido que la presente situación no es peor que la de otras épocas que tendemos a añorar por tenerlas idealizadas. No dudo que para descubrir en ella indicios y brotes de esperanza está pidiendo una interpretación, una atención y una acción renovada que no siempre existen. Por eso, no es de extrañar que en distintos lugares de la geografía religiosa aparezcan iniciativas, escenarios, brotes de una real revitalización y también muertes reales. No debemos dejarnos domesticar ni por el medio ambiente eclesial ni por la posible mediocridad de nuestra Familia religiosa que con frecuencia podría estar caracterizada por las palabras de Machado en las cuales “difícil” se substituye por “imposible”: “Qué difícil es cuando todos bajan no bajar también”.
Hay una escena campestre que merece nuestra atención. Los burros muchas veces se resisten a moverse, pero en cuanto se les echa una carga encima comienzan a caminar. Tener pasión por hacer algo nos ayuda a realizarlo. Cuando asumimos una responsabilidad o nos fijamos una meta, nos ponemos a caminar. No debemos esperar que la presión venga de fuera. Si queremos superarnos necesitamos ponernos “cargas”. Así salimos de la tiranía del “no tengo ganas”. Cuando nos excedemos en el peso el resultado es tensión o agotamiento. La reflexión sabia me ha hecho comprender que es conveniente tener una carga un poco mayor de la que espontáneamente asumimos para no entrar con demasiada facilidad por caminos de muerte.
Por supuesto que hay que tener miedo a la muerte dulce. Sería injusto reprochar insensibilidad a los responsables de nuestras Congregaciones de este bloqueo real de nuestra vitalidad. Yo mismo, por lo demás, me debería atribuir algunos de estos reproches. Con todo, causa extrañeza la dificultad que la mayor parte experimentamos para hacer nuestros los análisis que los manifiestan. Más de una vez he llegado a pensar que lo que nos pasa es que no sabemos bien lo que nos pasa y no hacemos mucho para encontrar claridad. Sólo prejuicios poderosos explican la incapacidad de algunos de los responsables para hacerse cargo de la realidad que tienen ante sus ojos y la facilidad con que recurren a determinadas estratagemas para disimularla.
- Opción por la vida
Las palabras hechas canción de Gloria Fuertes son una clara advertencia: Atención, “no perdamos el tiempo que al corazón le llega poca sangre”; prestemos atención que el desierto avanza en la vida consagrada y lo dice un creyente y cultivador fiel de la esperanza. Y más de una vez eso ocurre porque no se opta por la vida. Creo que una persona, una comunidad, un grupo o un país que no es capaz de ver los reales signos de vida en él no tienen ningún futuro. Pero no hay que confundir los deseos de vida con los reales signos de vitalidad. Es importante identificar los signos de vida, lo es también ponerles nombre, situarlos, convertirlos en punto de partida de etapa nueva y agradecer y alabar al Señor de la vida y por esos claros signos de vitalidad. De la opción por la vida nacieron en la vida consagrada todos los procesos de renovación, revitalización, regeneración, refundación y reestructuración9. Al mismo tiempo bien podemos decir que surgió la necesidad de evitar la muerte. Empleando una imagen médica o del mundo de la salud consideramos a Jesús como la célula regeneradora, anticancerígena que ha introducido en este mundo un dinamismo, un modo de vida que lo cambia todo. Amó tanto a este mundo que el Padre le dio a su Hijo único para que tengan vida y vida definitiva (Jn 3,16). Jesús es sangre viva que enciende nuestro cuerpo vivo y con un fuego inextinguible.
- Opción por la muerte
La muerte es un fenómeno que hace presa incluso a los vivos. Tenemos que vivir la muerte de tal forma que se pase por la muerte para llegar a la vida. No es exagerado afirmar que en buena parte la vida es lo que es a causa de la muerte. La muerte posee de por si una densidad natural. Por eso bien podemos afirmar que tenemos derecho a la vida y también a la muerte.
Pero apostar por la muerte es un riesgo y la muerte misma es un riesgo, un momento clave
en la historia de una persona, denso e intenso . Es el fuerte mensaje de la estupenda novela Madre que estás en los cielos. A los 77 años, Julia, descubre que padece un cáncer terminal. Tomando por sorpresa a su familia y los médicos se niega a recibir el tratamiento que podría prolongar su vida y librarle de la muerte cercana. Decide tomar el camino de la muerte. Según ella, más tarde o más temprano, de igual manera, deberá enfrentarse a la muerte. Como preparación a esa muerte evidente y “querida”, Julia se dedica a rehacer el camino que siguió su vida, reencontrándose con las flores, con las personas, los lugares y las ruinas de su existencia. El libro es conmovedor, el suspense engancha desde el principio. Es una verdadera lección de vida. Con esta novela se entra en la muerte sin miedo y sin culpa11.
No hay duda que hay institutos religiosos que creen que ya cumplieron su misión y que han dado vida y de hecho, no se preocupan de “tener hijos” y esperan, como se dice vulgarmente, a que el último cierre la puerta. Dura realidad que algunos religiosos la viven a la luz del Eclesiástico: mientras eran jóvenes tuvieron un corazón juvenil y vivieron felices pero hay un tiempo para nacer y un tiempo para morir, un tiempo para plantar y un tiempo para arrancar lo plantado… (Ecl 3, 1-2). Para ellos ese tiempo para morir ya llegó.
REALIDAD DE LA MUERTE DE LOS INSTITUTOS RELIGIOSOS: LA OPCIÓN DE MORIR CON DIGNIDAD
Quiero repetir que todo nos indica que no estamos avocados a la desaparición de la vida religiosa. Sí centra nuestra atención la desaparición de determinadas formas de vivirla y la “evaporación” de congregaciones que están en riesgo de desaparecer y Hostie nos ha recordado que es bastante frecuente. ¿Cuáles son las previsiones sobre el futuro de los institutos religiosos? Esta pregunta no puede faltar. Bien sabemos que hacer previsiones, sobre todo a largo plazo, es una de las formas más seguras de equivocarse. Además, el futuro es tanto más difícil de prever cuanto más insegura y movediza es la situación desde la que se establecen las previsiones. Pero precisamente en tales situaciones la preocupación por el futuro resulta inevitable. De hecho, durante las últimas décadas del s. XIX y XX, han sido incontables las previsiones de un final del cristianismo a fecha fija por parte de las personas más diversas. Hoy son en buena medida esas personas o corrientes las que han perdido vigencia, mientras el cristianismo sigue dando razones para creer, esperar y amar a mucha gente. Para nosotros la pregunta es más concreta: ¿Mi instituto religioso va a seguir viviendo o va a morir?
El tema no hay que analizarlo sólo desde la perspectiva del futuro si no del presente: hay congregaciones que se terminan, que dejan de existir. Y cuando eso ocurre, como ya hemos dicho, hay que proceder en una primera etapa a no dejarse morir, a saber el buen diagnóstico, a ponerse en manos de un buen médico, a rebrotar la vida. Hay que ver, actuar, emprender, pro-poner y sobre todo acompañar. Bien sabemos que la acción de resucitar muertos no es de los humanos; el Señor nos enseñó a rezar pero no a hacer milagros; pero sí sabemos y podemos convertir esta eventualidad de una instituto en una gracia.
Toda la reflexión que se ha hecho pretende que no quedemos a merced del futuro sino que estemos dispuestos a configurarlo. Nada justifica, a mi modo de ver, las visiones catastróficas o apocalípticas de algunos planteamientos y que numéricamente concluirían que la mayor parte de la vida consagrada desaparecería. La situación actual y la existente en algunos lugares no son ciertamente nuevas en la historia de las congregaciones religiosas ni peor que en periodos anteriores. De todas formas, mejor o peor, esta situación es la nuestra y la que nos puede tocar vivir y se precisa acompañar a los institutos que entran en procesos degenerativos y que conducen a la muerte.
No puedo ofrecer números sobre si son muchos o pocos y cuáles son los que han llegado o están llegando a esta situación. La muerte, en sus diversas expresiones, se ha acercado a la vida consagrada a la que toca, como a otras instituciones, aprender y enseñar a hacer y vivir el duelo y por supuesto resistir y superar la “enfermedad”.
EL ARTE CARISMÁTICO DE MORIR: HACER DE LA MUERTE UN MOMENTO DE GRACIA
Atrévete a volar y te nacerán alas. El atreverse a volar corresponde al surgir de un instituto religioso; esa audacia viene de un Fundador o Fundadora que se atrevió a volar en la Iglesia y la sociedad a las que hizo el don de la fundación de un nuevo instituto religioso. Pero los fundadores no fueron siempre capaces, no tuvieron la gracia para que a sus seguidores les nacieran alas. Y por lo mismo, no pudieron remontar las alturas y planear. A esos institutos les ha llegado o les puede llegar el momento de aterrizar y “morir”; quizás no deberían haber nacido. En más de una ocasión nacieron muertos; con poco carisma; les faltaba vino nuevo y desde luego odre adecuado, proyecto original y tarea significativa y en ocasiones hasta nombre original. A otros les pasa que han sido o son institutos religiosos para corto tiempo; y desde luego no para siempre. En sentido contrario hay institutos religiosos que no deberían haber muerto y que casi podemos afirmar que se han “suicidado” o al menos han realizado acciones suicidas y ello consciente o inconscientemente. Por supuesto que existen los responsables de este modo de proceder de tan nefastas consecuencias.
Lo menos que podemos decir es que se debe humanizar ese acontecimiento de la muerte de un instituto y lo más que hacer es ayudar a sufrir y a transformar este evento en vida. Para ello muchas veces se precisa de una ayuda extraordinaria12. Vivir bien este momento es todo un arte y una gracia; para adquirir ese arte y enseñarlo van algunas sugerencias:
-No conviene prolongar un ciclo vital que debe concluir, no conviene hacer uso del encarnizamiento que nos ofrece la tecnología médica. Así como morir dignamente ante una enfermedad irreversible, sigue siendo un derecho difícil de concretar, también terminar los días de un instituto religioso. Sin embargo, en algunos casos es la mejor decisión. Duro es afirmarlo, pero bien podemos decir que hay momentos en que se concluye que “la vida es una pasión inútil” (Sastre) por ser imposible.
-Vigilancia para descubrir los signos de muerte: en todas estas vicisitudes no hay duda que existen grupos que no llegan a ver los claros signos de muerte que hay en ellos. Los hay que no identifican bien los momentos de crisis y por tanto no los gestionan adecuadamente, no corrigen los errores y no salen fortalecidos y pro-ceden con responsabilidades no siempre bien asumidas. Sabemos que esas crisis pueden hacer temblar los cimientos de nuestras congregaciones. Tarea importante en el arte de acompañar la vida consagrada en riesgo es abrir los ojos y llamar crisis a lo que realmente lo es13. El buen acompañamiento en esta situación lleva a concluir que lo que no nos destruye nos hace más fuertes.
-Identificar el momento de muerte y ponerle nombre: no es fácil acompañar a morir, a desaparecer, a terminar y a quedar aniquilado y conseguir que esa realidad se viva como un momento de gracia. Para acertar en este acompañamiento es importante evidenciar las debidas motivaciones de la llegada de ese acontecimiento. ¿Por qué nuestro instituto va a morir? Hay que llegar a dar los auténticos motivos por los que lo mejor que se puede hacer es asumir esa muerte. Normalmente no se quiere morir; ni se acepta la muerte aunque sea muerte dulce; es normal que así sea ya que se identifica con destrucción, finalización, fracaso, incerteza, impotencia, liquidación y ruina. Otras se llega a pensar que nuestro instituto no puede morirse; se cree imprescindible y, además, como a veces ocurre, las obras tienen la vitalidad, actividad y viveza que a las personas les falta. De la muerte lo menos que se puede decir que es un enigma14. Es todo un arte llevar a un grupo a la convicción de que le ha llegado la hora de la muerte y dar las razones de ello; del final de su vida como institución, de no poder seguir como está y de que al fin, el tiebraek no hace más que prolongar la agonía; aunque es verdad que mientras hay vida hay esperanza.
-Transmitir una especial fortaleza. Por tanto hay que ayudar a querer y poder morir. Se precisa fuerza para ello. Se ha llegado a decir que en ocasiones esa fuerza es mayor que la que se precisa para seguir viviendo. Normalmente cuesta mucho más cerrar una obra que abrirla y la razón es muy sencilla: el dolor de la desaparición es muy grande. Por eso mismo, cuando todavía se está a tiempo hay que proceder de modo diferente. Y por supuesto hay un tiempo en el que cuando algo se cierra se debe abrir otra cosa. Hay que evitar entrar en la pendiente que lleva a la muerte. Como mejor se muere es que-riendo vivir. Esa fortaleza no hay duda que a veces viene del “sanador herido” que logra convertir sus propias heridas en fuente principal decuración15.
-Hay que enseñar a soltarse; a saber abandonar lo que ya no tiene razón de ser para ir al encuentro de lo que viene; este apoyo se precisa muchas veces para vivir emociones negativas, duelos, divorcios, muertes. Soltarnos nos permite pasar a etapa nueva y recomenzar a poder “vivir de pie”16. Este ejercicio prepara a bien morir que en el fondo es soltarse de la vida que a uno le quiere apasionadamente sostener y retener.
-Elaborar la lista de las pérdidas sucesivas que se han ido dando; de los números que van cayendo. Con frecuencia uno se hace la pregunta del millón: ¿Qué nos pone enfermos y que nos da la salud? ¿Qué no da vida y que nos lleva a la muerte?17. De forma general es bueno recordar que cuando se pierde la fuerza carismática se pierde todo: “No es la muerte de las instituciones lo que los religiosos tienen que temer sino la pérdida del fuego del carisma” (J. Chittister). La espiritualidad juega un rol importante en la enfermedad y la salud, en el nacer y en el morir. El mensaje es muy claro: tenemos que aprender a vivir y dar vida para no morir o morir bien. Así llegamos a una auténtica encrucijada vital en la cual si damos recibimos18. Los dos signos de muerte cercana para un instituto son la falta de significado y de fecundidad19. Las vidas y las actuaciones de los integrantes de ese grupo ya no dicen nada y no significan nada para los demás; no hay en la Institución fecundidad; se decrece, se llega a pocos y a casi ninguno. En realidad se está muerto en vida. Las obras se cierran, las comunidades también, el carisma deja de tener fuerza, no toca la cultura.
-Dar bien los pasos previos. Por supuesto que un instituto religioso tiene que reaccionar y recuperar la vida cuando se da cuenta que la está perdiendo y tomar conciencia de que está herido20; para recuperarse de esas situaciones sirven los procesos de regeneración, revitalización o refundación21. Son varias posibilidades contempladas en la iglesia y en la tradición de la vida religiosa previas a la muerte: la federación, confederación o fusión. Estos pasos hay que darlos antes de que sea demasiado tarde. No pocas veces se llega a ellos cuando ya solo hay una alternativa cierta: la de la muerte. Hacerse a la vida ayuda a contagiarse con la vida y a seguir viviendo.
Un consejo final y de sabios es la invitación a situar la muerte entre la vida que le precede y la resurrección que le sigue. Así se vive la muerte como un momento clave y por supuesto, un momento fuerte de gracia; así cada cosa, cada momento forma parte de un todo unido. Sólo así se puede morir en paz ya que nuestros ojos han visto y van a ver la salvación. (Lc. 2, 29-32).
1 R. Hostie, Vida y muerte de las órdenes religiosas.
DDB, Bilbao, 1973, p. 371 2 Ídem p 371 3 Ídem p 372-73 4 J.M. Arnaiz, Por un presente que tenga futuro, Ed.
Publicaciones claretianas, Madrid, 2002 5 A. Pangrazzi, Vivir el ocaso, miedo, necesidades y esperanzas frente a la muerte, PPC, Madrid, 2007 6 EV 23; de hecho la realidad de la muerte en una mentalidad técnica es muy novedosa. 7 Panikkar, R., El diálogo indispensable, Península, Barcelona, 2003. 8 C.S. Lewis, La abolición del hombre, El Encuentro, Madrid, 2007 9 J. Pujol I Bardolet, Hacia el futuro de la vida consagrada, San Pablo, Madrid, 2008, p. 73-84
10 V. Janelevitich, La mort, Flammarion, Paris, 1977, p. 123-124
11 P. Simonetti, Madre que estás en los cielos, Planeta, Santiago de Chile, 2008
12 J.C. Bermejo, Humanizar el sufrimiento y el morir, PPC, Madrid, 2008
13 E. Alcat, Y ahora ¿qué?, claves para gestionar una crisis y salir fortalecido, Ed. Empresa Activa, Barcelona, 2005
14 M. Th. Nadeau, Qué les sucede a los muertos, San Pablo, Colombia, 2007
15 H. J.M. Nouwen, El sanador herido, PPC, Madrid, 1996, p. 97-117
16 B. Dobbs y R. Poletti, Soltarse, Decirle sí a la vida, Sal Terrae, Santander 2008, p. 107
17 A. Grün-W. Müller, Qué enferma y qué sana a los hombres, Verbo Divino, Estella, 2006.
18 P. Urieta Guijarro, Padres sin hijos, PPC, Madrid , 1996, p. 67-91
19 “Todo ello para ser más significativos y fecundos. Significatividad puede ser una palabra muy general y abstracta; es, sin duda, una cualidad que marca nuestra vida y nuestra acción. Ésta es más fuerte e intensa cuando la referimos a un grupo que cuando la atribuimos a una persona. En el segundo caso produce admiración; en el primero arrastra. Impacta de tal forma que los demás siguen el mismo camino. Aquí entra también la creatividad; por ella encontramos los modos y las mediaciones más adecuadas para hacer significativa la vida religiosa. Los estilos de vida, las formas de presencia, el modo de inserirse en los con-textos eclesiales y sociales, obras y actividades, hacen más visible el carisma y la cultura religiosa. Son varias las condiciones para hacer significativo y fecundo el carisma religioso encarnado en una cultura y vivida por hombres y mujeres del siglo XXI. Se necesita des-tacar una doble condición para que tanto la significatividad como la fecundidad sean una realidad. La radicalidad que viene de la intensidad es indispensable para llegar a hacer original y provocativa una cultura (J. M. Un carisma hecho cultura, Ed Claretiana, Buenos Aires, 2009, p 145-46)
20 H. J. M. Nouwen, El sanador herido, PPC, Madrid, 1996
21 J.M. Mardones, Matar a nuestros dioses. Un Dios para un creyente adulto, PPC, Madrid, 2006, p. 77-89