31 de dez. de 2010

Ano novo.


Que a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com todas as bênçãos espirituais, no Céu, em Cristo.
O ano esta chegando ao final. Com alegria iniciamos novo ano. É o tempo que precisamos nos preparar, juntos com amigos e nossos familiares, para chegada do ano novo. Celebramos o nascimento do Menino que veio para nos redimir e resgatar para o Pai.
Ele já veio, mas continua nos visitando e, por isso precisamos estar atentos para o nascimento, o novo nascimento de Jesus. Devemos estar atentos e preparados à sua nova vinda que se anuncia neste novo ano. Ano que vai ser um  tempo especial de vivência e experiência cristã. ELE, o Deus Conosco desceu a terra para formar uma nova aliança com a humanidade.
Devemos neste ano novo formar uma nova aliança com Jesus, o Deus conosco. Formar uma nova aliança  implica em uma mudança de vida e de valores. Por que o Jesus humano não é violento, seus valores têm base no mandamento do Amor. Jesus é aquele homem manso e humilde de coração. Inaugura um mundo novo, no qual se deve "fundir suas espadas, para fazer bicos de arado, fundir as lanças, para delas fazer foices."  
Que em 2011 seja inicio do mundo novo proposto pelo Deus – Menino. Um ano em que não tenha espaço para as fabulosas e incalculáveis riquezas que são gastas com as mais sofisticadas e poderosas armas.  Que neste ano e nos demais  esse dinheiro seja aplicado para acabar com a fome, com a ignorância, com o desemprego, com a morte prematura, proporcionando condições de vida digna para todos.  
Jesus, Filho do homem, é o Jesus, filho de Deus Pai, encarnado, nascido de Maria, que viveu com seus pais em Nazaré, e, depois, envolve-se no ministério da libertação dos oprimidos, comunicando sua vida divina a todos que nele crêem e a todos que amam, respeitam e promovem a vida.  
Somos e fomos convidados no advento a meditar; Jesus compreender a sua divina presença encarnado entre nós, no dia a dia, a partir de seu nascimento. Estar vigilante, desperto do sono, é envolver-se no cumprimento da vontade do Pai, que nos é revelada por Jesus. Envolve-se no ministério da libertação dos oprimidos, comunicando a vida divina de Jesus e a todos que nele crêem e a todos que amam, respeitam e promovem a vida.  
Neste ano novo peço a Deus que abençoe a todos os de nossa Paróquia; e os encorajo a serem anunciadores da Boa Nova do Natal à Cidade. Peço que o Ano novo traga muita alegria e bênção para todas as famílias!
Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence à glória, vos dê um espírito de sabedoria que vos revele Deus e faça que O conheçais profundamente.
Aos meus irmãos de São Jose do Norte, paz, amor e fé da parte de Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo. A graça esteja com todos os que amam a nosso senhor Jesus Cristo com amor eterno.
Feliz e abençoado 2011 a todos! E que este ano seja portador de bênçãos e boas realizações, com a graça de Deus!

28 de dez. de 2010

Um bom livro.

JOSÉ LUIS VÁZQUEZ BORAU
La inteligencia espiritual o el sentido de lo sagrado
Desclée De Brouwer
Bilbao 2010, 146 pp.


La pregunta por el sentido de la vida, a pesar de los avances de la ciencia, no ha encontrado todavía respuesta. Es más, probablemente la ciencia ante preguntas como: ¿por qué vivir?, ¿por qué amar?, ¿cuál es el sentido de las cosas?, no tenga más palabra que el silencio. En este silencio misterioso estaría para José Luis Vázquez Borau el ápice espiritual o conciencia por medio de la cuál Dios nos puede hablar. Este libro pretende demostrar que Dios es consustancial al ser humano, que la persona es el único ser de la creación que puede preguntarse por el sentido y el fundamento de su ser y de su vida.

En la primera parte titulada “El cerebro humano”, aborda el autor tres tipos de inteligencia: racional, emocional y espiritual. Esta última vendría a completar o a ensanchar las dos anteriores pues desde ambas se estaría contemplando al ser humano de una forma incompleta y unidimensional. Vázquez Borau explica cómo la experiencia religiosa se refleja en la actividad cerebral y ésta es la que permite realizar las preguntas fundamentales.
“La inteligencia espiritual como respuesta integral a la crisis de sentido”, es la segunda parte. En ella analiza cómo el lugar de la religión en el hombre no está en la razón, sino en la emoción profunda: creer en Dios no es pensarlo sino sentirlo en la totalidad del ser. Cuando acogemos a Dios en nuestra vida se convierte en inteligencia que intuye y en sabiduría que impregna de sentido la vida.
La tercera parte: “La inteligencia espiritual aporta una mirada contemplativa”, muestra la inteligencia espiritual como impulso hacia la mística, ella nos puede conducir a vivir en el amor, promueve la paz cívica y se rinde ante el encuentro con el resucitado. En esta última parte presenta a Cristo como punto de encuentro entre la humanidad y Dios e invita a presentar a Cristo como único Salvador ante el relativismo.
La reflexión realizada por Vázquez Borau pretende dar respuesta integral a la crisis de sentido de la sociedad y el individuo. El hombre está, según el autor, necesitado de autoliberación, de una existencia plena y auténtica, y sólo Dios puede ofrecer la verdad identitaria del ser humano y su perfección debida. La alternativa cristiana es, sin duda, una respuesta que da sentido a la vida y plenifica la personalidad de manera global. Dar razones de nuestra fe desde una clave antropología personalista cristiana, donde, lejos del dualismo helénico, el hombre es capacitado por Dios para amar es el principal logro de esta obra. “El futuro es místico”.

22 de dez. de 2010

Presentes ao Menino Deus.

Publicado 2010/12/17
Autor: Gaudium Press
Secção: Espiritualidade

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Magos vindos do Oriente, aos quais apareceu a miraculosa estrela mostrando-lhes o caminho até Jerusalém, personagens míticos que não se sabe bem sua procedência, se vieram da Arábia, da Babilônia ou talvez da Pérsia. A piedade cristã os denominou reis, cujos nomes ficaram conhecidos como Gaspar, Melchior e Baltazar.
A estes magos astrônomos, acostumados pela observação do céu a interpretar os acontecimentos, Deus quis revelar-se primeiro pela natureza através de um astro, mas logo que chegaram a Jerusalém, sua inspiração foi confirmada pelas Sagradas Escrituras, na profecia de Miqueias, como indicaram os príncipes dos sacerdotes e os escribas, grandes conhecedores das Escrituras. A cidade em que deveria nascer o menino era a antiga cidade de David: Belém, na Judeia.
Herodes, que governava toda aquela região, possuía grande poder e prestígio, mas acabou por amedrontar-se pelo nascimento daquela criança, que - segundo ele - poderia vir a fazê-lo perder seu trono. Enviou os magos a Belém na esperança de descobrir o paradeiro deste rei que acabava de nascer, a fim de matá-lo. Não conseguiu levar a cabo seu plano e, por isso, cometeu um grande assassinato de crianças inocentes, com o intuito de atingir também o Menino Deus, mas os desígnios da Providência não foram alterados e a Sagrada Família saiu ilesa deste atentado.
Os magos foram os primeiros representantes do mundo pagão a adorar o Menino Jesus. Por meio deles está simbolizado que o Filho de Deus veio à terra para atrair a Si todo o mundo. Quando entraram na casa onde se encontrava Maria Santíssima com seu Divino Filho, não viram um suntuoso rei ostentando riquezas e um poder inigualável, mas apenas uma criancinha protegida por sua Mãe; e eles o adoraram...
Que presente oferecer ao rei que acabava de nascer?
Os presentes que eles ofertaram eram as riquezas do Oriente naquela época: ouro, incenso e mirra. Há um simbolismo feito pelos Padres da Igreja, e entre eles Santo Agostinho, acerca destes dons regalados ao Menino Jesus. O ouro, símbolo da realeza, foi entregue a fim de lembrar que aquela criança é o Rei dos reis; o incenso, cuja fumaça sobe aos céus durante os sacrifícios, recorda que esta pequena e frágil criatura é o Senhor do Universo, Deus verdadeiro; e a mirra, unguento perfumado, geralmente usado para embalsamar os mortos, prediz que Jesus Cristo veio ao mundo a fim de salvá-lo através de seu oferecimento de morte na cruz.
Outros santos, como São Gregório Magno, interpretaram de outro modo o valor espiritual destes presentes. Viram no ouro o oferecimento da luz da sabedoria a Nosso Senhor; no incenso, é expressa a devoção a Deus por meio da oração; e na mirra, damos a mortificação da própria carne, com a abstinência.
Neste Natal rememoramos o nascimento do Menino Jesus, mas será que já pensamos em algum presente para lhe oferecer?
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Talvez não tenhamos estas riquezas do Oriente. No entanto, há uma coisa que se pode regalar ao Divino Infante neste Natal, é a nossa fé. Mais importante que os presentes obsequiados pelos magos quando visitaram a casa onde se encontravam o Menino com sua Mãe, foi a adoração que fizeram, como afirma o Papa Bento XVI: "O ápice do seu itinerário de busca foi quando se encontraram diante ‘do menino com Maria sua mãe' (Mt 2, 11). Diz o Evangelho que ‘se prostraram e o adoraram'. Teriam podido ficar desiludidos, aliás, escandalizados. Mas não! Como verdadeiros sábios, estão abertos ao mistério que se manifesta de modo surpreendente; e com os seus dons simbólicos demonstram reconhecer em Jesus o Rei e o Filho de Deus. Precisamente com aquele gesto cumprem-se os oráculos messiânicos que anunciam a homenagem das nações ao Deus de Israel".1
Nós também podemos Lhe prestar esta adoração e reconhecê-lo como Deus que se Encarnou e morreu na cruz para nos salvar.
Thiago de Oliveira Geraldo

1-BENTO XVI. Solenidade da Epifania do Senhor. Angelus. Quarta-feira, 6 de Janeiro de 2010.

2 de dez. de 2010

Padre reitor do santuário da Penha não se ausenta da sua comunidade em momentos de tensã



.- O Padre Serafim Fernandez, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha, localizado próximo à zona ocupada recentemente pelas forças de segurança do Estado, afirmou ao site da arquidiocese do Rio de Janeiro que não sairá do local apesar dos momentos de tensão vividos.
"Passamos por um momento difícil, mas a esperança de paz nunca morre. É tempo de nos unirmos em oração na certeza de que o bem sempre vai superar o mal”, afirmou o padre reitor da Penha.

Desde o início das operações das forças de segurança na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Estado, esta foi a postura assumida pelo Reitor do Santuário Nossa Senhora da Penha,que vem sendo um motivador para a Comunidade.

“Minha missão é ser uma presença solidária para tentar animar aqueles que possam estar abatidos com todos estes confrontos, disse o Pe. Fernandez na entrevista divulgada pelo site da arquidiocese carioca.
Com um perfil atencioso, acolhedor e voltado para a solidariedade, Padre Serafim, há 14 anos no Santuário, neste momento em que a situação é ainda turbulenta em sua comunidade, vem buscando levar todos à fé. No último domingo, 28 de novembro, os horários das missas não foram alterados. Durante as 4 celebrações eucarísticas do dia, a presença dos fieis foi marcante: mais de 400 pessoas.

“Não aceitamos mudar a programação da Igreja devido ao confronto. (...) Passamos por um momento difícil, mas a esperança de paz nunca morre. É tempo de nos unirmos em oração, na certeza de que o bem sempre vai superar o mal”, afirmou o padre reitor da Penha.

Sua maior preocupação está sendo com as vidas envolvidas. Tanto as dos policiais quanto as dos traficantes:  “O que fico preocupado nesses confrontos é com as vítimas. Das duas partes, há pessoas com famílias”, afirmou o sacerdote.

Sobre a ocupação, Padre Serafim explicou que principalmente a sua fé o faz otimista.
“Percebo, de todos os lados, um sentimento de esperança por parte dos moradores. Se a ocupação vai dar certo e trazer a paz que tanto desejamos, só o tempo vai dizer”, partilhou.

Embora na quarta-feira Padre Serafim tenha passado pela experiência da invasão de bandidos ao Santuário, na busca por refúgio, e na quinta tenha precisado driblar o clima de tensão e dar continuidade à programação das missas, mesmo durante uma das mais intensas operações policiais da história da Cidade, o Sacerdote não se ausentou da comunidade.

“Nunca fui incomodado por algum líder do tráfico ou algo assim. Mas não vou sair daqui. Não importa o que aconteça. Não vou abandonar o barco, mesmo com toda essa confusão”, afirmou o padre Serafim na entrevista publicada no site da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20727

Iglesia Católica es institución que más ayuda a enfermos de SIDA en el mund


ROMA, 01 Dic. 10 / 01:16 pm (ACI)

Del total de personas infectadas en el mundo con el VIH/SIDA, aproximadamente el 25 por ciento es atendida por alguna institución de la Iglesia Católica, lo que la convierte en la institución más importante a nivel mundial en este tema. Este porcentaje aumenta en el caso de África, en donde la Iglesia cuida de casi el 50 por ciento de los afectados por este flagelo.
En entrevista concedida a la plataforma multimedia de la organización Ayuda a la Iglesia que Sufre, Wheregodweeps.org, el P. Michael Czerny, fundador de la Red Jesuita para lucha contra el SIDA en África, precisa que en algunos lugares alejados de las grandes ciudades, la cantidad de personas que sufren esta enfermedad y que son atendidas por la Iglesia llega incluso al 100 por ciento.
"Con frecuencia los únicos servicios para lidiar con el SIDA en áreas remotas con las clínicas de la Iglesia", añade el sacerdote jesuita que dirige la mencionada red en la ciudad de Nairobi, Kenia.
El sacerdote resalta luego que "la Iglesia en el mundo es la entidad que más cuida a enfermos de VIH, a quienes ya padecen el SIDA y cuida además de quienes son afectados por este flagelo: las viudas, los huérfanos y demás personas que tienen que lidiar con este problema".
"Dado que el HIV y el SIDA no son solo una infección o enfermedad sino también un problema personal, familiar, social y espiritual, lo que la Iglesia puede hacer y lo que efectivamente hace que me enorgullece es acoger a la personas de manera integral, considerando su dimensión psicológica y espiritual, básicamente, y no solo al nivel médico", explica.
El SIDA y el condón
Tras comentar que se lucha contra el SIDA con espíritu de familia, llevando a Cristo a todos los afectados, amigos y parientes, el P. Czerny recuerda lo dicho por el Papa en su viaje a África en 2009 sobre el hecho de que el condón no resuelve el problema, sino una auténtica humanización de la sexualidad.
Esta afirmación secundada por el Dr. Edward Green, entonces Director del programa para la prevención del SIDA de la Universidad de Harvard. Este experto explicó, días después del viaje del Santo Padre, que "el condón no previene el SIDA, solo la conducta sexual responsable puede responder a esta pandemia".
Luego de explicar que la clave para la lucha contra el SIDA está en la promoción de la abstinencia y la fidelidad, que permiten vivir la sexualidad de manera sana y bella, el sacerdote denuncia que en África, "la masiva promoción del condón es sinónimo de destrucción".
"Eso no está haciendo frente al problema, pero desafortunadamente no es el único ejemplo de aproximaciones equivocadas impuestas a África a las cuales ha sobrevivido este continente", añade.
Finalmente el P. Czerny expresa su esperanza de que "con la enseñanza que el Santo Padre ha dado progresemos. El éxito real está en que la gente joven sea capaz de vivir su sexualidad más responsablemente. Cuando las parejas casadas viven su sexualidad de esta forma, y cuando el SIDA se enfrenta todos juntos como la familia de Dios, entonces avanzamos en África".
Más información, en inglés, www.WhereGodWeeps.org 

30 de nov. de 2010

A BUSCA DE DEUS



Onde Deus esta? Onde podemos encontrar Deus? Onde podemos buscar o Absoluto, criador de tosas as coisas? Conta uma historia que em um determinado lugar havia um pequeno menino que queria se encontrar com Deus. Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente, portanto ele encheu sua mochila com pasteis e guaraná, e começou sua caminhada. Quando ele andou umas 3 quadras, encontrou um velhinho sentando em um banco da praça olhando os pássaros. O menino sentou-se junto dele, abriu sua mochila, e ia tomar um gole de guaraná, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, então ofereceu-lhe um pastel. O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino.
Seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de novo, então ele ofereceu-lhe seu guaraná. Mais uma vez o velhinho sorriu ao menino. O menino estava muito feliz! Ficaram sentados ali sorrindo, comendo pastel e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro. Quando começou a escurecer o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, mas antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço no velhinho. O velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido. Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade estampada em sua face.
"O que você fez hoje que te deixou tão feliz?
Ele respondeu.
"Passei a tarde com Deus" e acrescentou "Você sabe, ele tem o mais lindo sorriso que eu jamais vi"
Enquanto isso, o velhinho chegou em casa radiante, e seu filho perguntou:
"Por onde você esteve que te deixou tão feliz?"
Ele respondeu:
"Comi pasteis e tomei guaraná no parque com Deus".
Antes que seu filho pudesse dizer algo ele falou:
"Você sabe que ele é bem mais jovem do que eu pensava?"
Nunca subestime a força de um sorriso, o poder de uma palavra, de um ouvido para ouvir, um honesto elogio, ou até um ato de carinho.
Tudo isso tem o potencial de fazer virar uma vida.
Por medo de diminuir deixamos de crescer.
Por medo de chorar deixamos de sorrir!!!
Portanto Sorria

16 de nov. de 2010

«Se amamos o Criador, devemos amar a Criação»

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Entrevista do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I a Paulo Sotero, enviado especial de O ESTADO DE SÃO PAULO a Istambul - Turquia
Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla fala sobre lado espiritual da ecologia e reconhece dificuldades do diálogo de reconciliação com a Igreja Católica
  Por que seu interesse pela Amazônia?
Patriarca Bartolomeu: — Sabemos que há uma preocupação mundial com a Amazônia. Queremos conhecer e aprender. E queremos oferecer nossa perspectiva e contribuir para o diálogo que leve à solução dos problemas. O simpósio em si não trará nenhuma solução. Mas acreditamos que a participação de especialistas de diferentes disciplinas e países, bem como de formuladores de políticas, facilitará o entendimento, pois trará ao debate as dimensões científica e espiritual da ecologia.
O que o senhor espera alcançar com o simpósio?
Patriarca Bartolomeu: — Nosso objetivo não é resolver todos os problemas ecológicos, mas sensibilizar as pessoas, criar consciência ecológica. É obrigação sagrada da igreja proteger a criação, de acordo com a vontade do Criador. Essa é a razão, em última análise, pela qual o Patriarcado Ecumênico decidiu abraçar esse trabalho. Achamos que é nosso dever. Atuamos em colaboração com a Igreja Católica, que é a maior das denominações cristãs, o que aumenta a eficácia dos nossos esforços e seu impacto junto aos fiéis. Se dizemos que respeitamos e amamos o Criador, temos então que respeitar e amar sua criação.
O Brasil é o país que tem o maior número de católicos batizados. A reconciliação das Igrejas Católica e Ortodoxa acontecerá um dia?
Patriarca Bartolomeu: — Será um longo caminho. Temos um fosso criado por uma separação de nove séculos e meio. Iniciamos um diálogo há quase 50 anos, quando o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras tiveram um encontro histórico na cidade de Jerusalém, ao final do Concílio Vaticano II. Levantaram-se as excomunhões mútuas que as igrejas haviam decretado. O diálogo teológico começou depois da visita do papa João Paulo II ao Patriarcado, em 1979. No entanto, a comissão mista formada para estudar os pontos de diferenciação dos dois sistemas, com o objetivo de chegar a um consenso, entrou em crise depois de 20 anos de trabalho.
Por quê?
Patriarca Bartolomeu: — O problema gira em torno das igrejas ortodoxas do movimento uniata, que seguem Roma. Elas mantêm os paramentos e ritos litúrgicos das igrejas orientais mas estão unidas a Roma. Os ortodoxos acreditam que os chamados ritos orientais foram uma invenção de Roma para fazer proselitismo junto aos cristãos do leste. Os nossos irmãos católicos romanos dizem aos ortodoxos que não são teologicamente educados, que não há diferença substancial entre as igrejas, que a diferença está só nas roupas, e que se trata apenas de mencionar o nome do papa de Roma na liturgia, porque somos todos o mesmo povo.
E não é assim?
Patriarca Bartolomeu: — O entendimento ortodoxo é que esse não é um argumento honesto e sincero. Depois do colapso do comunismo, várias das igrejas uniatas que seguem Roma passaram a desfrutar de mais liberdade e assumiram atitudes agressivas em relação aos ortodoxos. Houve uma reação forte e o diálogo parou.
Em setembro passado convoquei os representantes de todas as igrejas ortodoxas e propus a retomada do diálogo, que foi aceita. Roma também concordou. Em setembro próximo haverá, em Belgrado, a primeira reunião plenária da comissão de 30 teólogos ortodoxos e 30 teólogos católicos. O tema será a estrutura da igreja.
Qual é a maior diferença?
Patriarca Bartolomeu: — É a posição hierárquica do bispo de Roma na estrutura geral da igreja cristã e isso nos leva ao principal obstáculo em nossas deliberações. Nós, ortodoxos, dizemos que o papa tem a primazia do amor e da honra. A Igreja Católica afirma que o papa tem também a primazia de jurisdição sobre toda a igreja cristã e pretende que isto seja um direito divino, enquanto que nós entendemos que se trata de um direito criado pelos homens.

10 de nov. de 2010

Amor de Beija Flor

Quando fugir da prisão
que envolve o teu coração,
procure um Beija Flor
e confesse o seu amor
e faça pro passarinho,
uma prece de saudade.
 
Pois quem sabe longe do ninho,
aches a felicidade,
mas se ele nem te ligar,
se continuar a voar,
não perca a esperança.

Continue a procurar,
pois quem sabe o passarinho,
fugiu para não chorar.
Fugiu para ter sossego,
pois ele também pode amar

Continue a procurar,
pois quem sabe o passarinho,
fugiu para não chorar.
 
Fugiu para ter sossego,
pois ele também pode amar. 

7 de nov. de 2010

A ESPIRITUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DA PAZ.


Todos os fatores e práticas nos distintos setores da vida pessoal e social devem contribuir para a construção da paz tão ansiada nos dias atuais. Os esforços seriam incompletos se não incluíssemos a perspectiva da espiritualidade.
A espiritualidade é aquela dimensão em nós que responde pelas derradeiras questões que sempre acompanham nossas indagações: De onde viemos? Para onde vamos? Qual o sentido do universo? Que podemos esperar para além desta vida?
As religiões costumam responder a tais indagações. Mas elas não detêm o monopólio da espiritualidade. Esta é um dado antropológico de base como é a vontade, o poder e a libido. Ela emerge quando nos sentimos parte de um Todo maior. É mais que a razão, é um sentimento oceânico de que uma Energia amorosa origina e sustenta o universo e cada um de nós.
No processo evolutivo de onde viemos, irrompeu, um dia, a consciência humana. Há um momento nesta consciência em que ela se dá conta de que as coisas não estão jogadas aleatoriamente ou justapostas, ao léu, umas às outras. Ela intui que um “Fio Condutor” as perpassa, liga e re-liga.
As estrelas que nos fascinam nas noites quentes do verão tropical, a floresta amazônica na sua majestade e imensidão, os grandes rios como o Amazonas chamado como razão de rio-mar, a profusão de vida nas campinas, o vozerio sinfônico dos pássaros na mata, a multiplicidade das culturas e dos rostos humanos, a misteriosidade dos olhos de um recém-nascido, o milagre do amor entre duas pessoas apaixonadas, tudo isso nos revela quão diverso e uno é o nosso mundo universo.
A este “Fio Condutor” os seres humanos chamaram por mil nomes, de Tao, de Shiva, de Alá, de Javé, de Olorum e de outros mais. Tudo se resume na palavra Deus. Quando se pronuncia com reverência este nome algo se move dentro do cérebro e do coração. Neurólogos e neurolinguistas identificaram o “ponto Deus” no cérebro. É aquele ponto que faz subir a frequência hertz dos neurônios como se tivesse recebido um impulso. Isto significa que no processo evolutivo surgiu um órgão interior pelo qual o ser humano capta a presença de Deus dentro do universo. Evidentemente, Deus não está apenas neste ponto do cérebro, mas em toda a vida e no inteiro universo. Entretanto, é a partir daquele ponto que nos habilitamos a captá-lo. Mais ainda. Somos capazes de dialogar com Ele, de elevar-lhe nossas súplicas, de render-lhe homenagem e de agradecer-lhe pelo dom da existência. Outras vezes, nada dizemos, apenas O sentimos silenciosos e contemplativos. É então que nosso coração se dilata às dimensões do universo e nos sentimos grandes como Deus ou percebemos que Deus se faz pequeno como nós. Trata-se de uma experiência de não-dualidade, de imersão no mistério sem nome, da fusão da amada com o Amado.
Espiritualidade não é apenas saber, mas principalmente poder sentir tais dimensões do humano radical. O efeito é uma profunda e suave paz, paz que vem do Profundo.
Desta paz espiritual a humanidade precisa com urgência. Ela é a fonte secreta que alimenta a paz cotidiana em todas as suas formas. Ela irrompe de dentro, irradia em todas as direções, qualifica as relações e toca o coração íntimo das pessoas de boa-vontade. Essa paz é feita de reverência, de respeito, de tolerância, de compreensão benevolente das limitações dos outros e da acolhida do Mistério do mundo. Ela alimenta o amor, o cuidado, a vontade de acolher e de ser acolhido, de compreender e de ser compreendido, de perdoar e de ser perdoado.
Num mundo conturbado como o nosso, nada há de mais sensato e nobre do que ancorar nossa busca da paz nesta dimensão espiritual.
Então a paz poderá florescer na Mãe Terra, na imensa comunidade de vida, nas relações entre as culturas e os povos e aquietará o coração humano, cansado de tanto buscar.
Leonardo Boff

4 de nov. de 2010

Instituto Nacional de Pastoral realiza Seminário sobre Pastoral Urbana

O Instituto Nacional de Pastoral (INP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), programou um Seminário Nacional sobre Pastoral Urbana, que acontecerá em Brasília, nos dias 10, 11 e 12 de novembro. Segundo o presidente do INP, padre Agenor Brighenti, o objetivo do Seminário é contribuir com a obra de evangelização da Igreja do Brasil no contexto urbano.

Durante os três dias, serão abordados temas como “Territórios e desterritorialidade”; “Subjetividade e autonomia”, “Midiatização e mediatização” e “Novas formas de sociabilidade e exclusão”. O Seminário é direcionado aos coordenadores de Pastoral de cem dioceses das cidades de maior população do Brasil e a metodologia de trabalho parte das reflexões feitas no seminário com o mesmo tema realizado em novembro do ano passado, na sede da CNBB em Brasília.

“O Seminário pretende oferecer subsídios para a atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008 a 2010), a serem aprovadas na próxima Assembleia Geral da CNBB, a ocorrer em Aparecida (SP), de 4 a 13 de maio de 2011”, disse o secretário executivo do INP, padre Antônio Silva da Paixão
Veja aqui mais informações sobre o Seminário: http://www.cnbb.org.br/site/inp/5026-instituto-nacional-de-pastoral-realiza-seminario-sobre-pastoral-urbana


31 de out. de 2010

O Papa e o aborto no Brasil.

Por Leonardo Boff
É importante que na intervenção do Papa na política interna do Brasil acerca do tema do aborto, tenhamos presente este fato para não sermos vítimas de hipocrisia: nos catolicíssimos países como Portugal, Espanha, Bélgica, e na Itália dos Papas já se fez a descriminalização do aborto (Cada um pode entrar no Google e constatar isso). Todos os apelos dos Papas em contra, não modificaram a opinião da população quando se fez um plebiscito. Ela viu bem: não se trata apenas do aspecto moral, a ser sempre considerado (somos contra o aborto), mas deve-se atender também a seu aspecto de saúde pública. No Brasil a cada dois dias morre uma mulher por abortos mal feitos , como foi publicado recentemente em O Globo na primeira página. Diante de tal fato devemos chamar a polícia ou chamar médico? O espírito humanitário e a compaixão nos obriga a chamar o médico até para não sermos acusados de crime de omissão de socorro.
Curiosamente, a descriminalização do aborto nestes países fez com que o número de abortos diminuísse consideravelmente.
O organismo da ONU que cuida das Populações demonstrou há anos que quando as mulheres são educadas e conscientizadas, elas regulam a maternidade e o número de abortos cai enormemente. Portanto, o dever do Estado e da sociedade é educar e conscientizar e não simplesmente condenar as mulheres que, sob pressões de toda ordem, praticam o aborto. É impiedade impor sofrimento a quem já sofre.
Vale lembrar que o cânon 1398 condena com a excomunhão automática quem pratica o aborto e cria as condições para que seja feito. Ora, foi sob FHC e sendo ministro da saúde José Serra que foi introduzido o aborto na legislação, nas duas condições previstas em lei: em caso de estupro ou de risco de morte da mãe. Se alguém é fundamentalista e aplica este cânon, tanto Serra quanto Fernando Henrique estariam excomungados. E Serra nem poderia ter comungado em Aparecida como ostensivamente o fez. Mas pessoalmente não o faria por achar esse cânon excessivamente rigoroso.
Mas Dom José Sobrinho, arcebispo do Recife o fez. Canonista e extremamente conservador, há dois anos atrás, quando se tratou de praticar aborto numa menina de 9 anos, engravidada pelo pai e que de forma nenhuma poderia dar à luz ao feto, por não ter os órgãos todos preparados, apelou para este cânon 1398 e excomungou os médicos e todos os que participaram do ato. O Brasil ficou escandalizado por tanta insensibilidade e desumanidade. O Vaticano num artigo do Osservatore Romano criticou a atitude nada pastoral deste Arcebispo.
É bom que mantenhamos o espírito crítico em face desta inoportuna intervenção do Papa na política brasileira fazendo-se cabo eleitoral dos grupos mais conservadores. Mas o povo mais consciente tem, neste momento, dificuldade em aceitar a autoridade moral de um Papa que durante anos, como Cardeal, ocultou o crime de pedofilia de padres e de bispos.
Como cristãos escutaremos a voz do Papa, mas neste caso, em que uma eleição está em jogo, devemos recordar que o Estado brasileiro é laico e pluralista. Tanto o Vaticano e o Governo devem respeitar os termos do tratado que foi firmado recentemente onde se respeitam as autonomias.
Um abraço fraterno


23 de out. de 2010

Logo Marca da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes



A Equipe de divulgação e Comunicação dos 200 Anos da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em São Jose´Do Norte criou a marca para festa da padroeira.
O logo passará a ser utilizado nos materias comemorativos para o evento.

São Jose do Norte RS





20 de out. de 2010

Frei Betto: Dilma e a fé cristã

Reproduzo artigo de Frei Betto, publicado na coluna "Tendências/Debates" da Folha:

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.

Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

Escolhida música do hino da Campanha da Fraternidade de 2011

A letra do hino da Campanha da Fraternidade de 2011 já havia sido escolhida através de concurso realizado, de setembro a dezembro de 2009. Agora foi escolhida a música. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu mais de 80 músicas e a escolha foi feita por uma equipe formada por profissionais da área liturgico-musical e homologada pelos bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep).
O assessor de músicas da CNBB, padre José Carlos Sala, ressalta a riqueza das composições e a grande diversidade musical, própria da realidade cultural de nosso país. “A letra do hino tem profunda fundamentação bíblica, é um convite à reflexão sobre as agressões à vida no planeta e um impulso maior ao cuidado da vida. Nossa mãe terra, Senhor, geme de dor noite e dia. Será de parto essa dor? Ou simplesmente agonia?! Vai depender só de nós!”, destaca o assessor, citando um dos trechos do hino da CF 2011.
Desde 2006, por decisão dos bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), o CD da Campanha da Fraternidade traz o hino e o repertório quaresmal correspondente a cada ano.
Segundo o padre Sala, o hino poder ser executado nas celebrações, a critério da equipe de celebração e de quem preside. “Por exemplo, em algum momento da homilia – o que facilitará a vinculação da liturgia da palavra com a vida (tema da CF) – ou nos ritos finais, no momento do envio”.
A Campanha da Fraternidade 2011 tem como tema: Fraternidade e a vida no planeta, lema: “A criação geme em dores de parto.” (Rm 8,22). A letra do hino foi composta pelo padre José Antônio de Oliveira, e a música é de Casimiro Nogueira. A CNBB agradece a todos aqueles que colocaram seus dos poéticos e musicais participando do concurso do Hino da CF 2011.
O hino passará agora pelo processo de gravação para no segundo semestre estar à disposição das comunidades.
Confira aqui o hino da CF 2011.

19 de out. de 2010

Nossa Senhora dos Navegantes


 
 Em 1811 um grupo de homens que trabalhavam nas operações de carga e descarga dos navios iniciou um movimento de festividade religiosa em veneração a Nossa Senhora dos Navegantes. Como não tinham a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, utilizavam uma imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Desde o inicio o vigário da povoação do Norte prestigia a festividade de origem popular. Acompanhado pelos devotos, o sacerdote abria uma procissão, em que levada em andor a imagem de Nossa Senhora do Rosário e, chegando à praia, todos tomavam os seus lugares nos barcos que enveredavam em direção aos navios ancorados. Ao passar por eles, o vigário lançava a sua benção, em gesto de gratidão os tripulantes lançavam às águas as suas oferendas e flores.
Anos mais tarde, o templo de São José do Norte ganhou a sua imagem de Nossa Senhora dos Navegantes que, segundo o escritor rio-grandino Marcos de Miranda Armando (intendente municipal de São José do Norte entre 1912 à 1920), foi oferecida a Irmandade criada sob à sua invocação por capitães, mestres tripulantes de variadas categorias, homens que, arrostando, permanentemente os perigos do mar em frágeis embarcações enchiam-se de fé para implorar a proteção da Virgem.
A imagem era de pequenas dimensões e fora mandado fazer na Bahia então um centro famoso de artistas escultores em madeira, com finalidades sacras.
Colocada no interior de um barquinho delicadamente confeccionado a imagem chegou ao Rio Grande no dia 21 de dezembro de 1875 e logo foi levada para a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes da Vila do Norte, tendo sido levada processionalmente através do canal, a bordo de uma catraia pertencente a Fortunato Gomes Polônia. A catraia foi rebocada pelo vapor “Progresso”, seguido de extenso cortejo de embarcações.
Em 2011 a festa completa 200 anos a mais antiga do estado. O tema que guiará a reflexão é: "Com Maria, na fé e na perseverança, celebramos 200 anos de caminhada".

Eleição, agressividade e o Espírito


Jung Mo Sung *
É cristianismo uma religião da proibição, que impõe sobre toda a população (seja cristã ou não) seus valores à base da "espada" ou da lei do Estado? A história nos mostra que em parte foi e continua tentando ser esse tipo de religião da imposição através da proibição. Valores religiosos não podem ser impostos a não ser proibindo alternativas, pois valores religiosos e éticos só são valores para as pessoas que os praticam se assumidos livremente. Como não se pode impor o assumir livremente, o que seria uma contradição, a única forma de realizar o desejo da imposição dos seus valores é proibindo alternativas - através da força, do medo do inferno ou da lei do Estado.
No fundo é isso que está acontecendo nesta eleição, como também ocorreu nas anteriores, em torno da questão do aborto e do casamento ou união civil dos homossexuais (tema que está, entrando agora na polêmica). Setores da igreja católica e das igrejas evangélicas, que fora da época das eleições se vêem como "inimigas", se unem contra um mesmo inimigo proibindo os seus fiéis de votarem na figura que representaria o mal por não querer obedecer às leis de Deus (leis essas reduzidas ao campo da sexualidade humana e na forma interpretada pela sua igreja).  
(A teoria do desejo mimético de René Girard nos oferece uma interpretação muito interessante de como esses dois setores rivais do cristianismo estão, no fundo, imitando uns aos outros, sendo iguais, tanto na eleição quando lutam contra o inimigo comum, quanto na luta de um contra o outro na ausência desse inimigo. É por isso que muitos desses setores evangélicos assumem discursos e ritos católicos, como setores católicos -carismáticos ou mais conservadores- imitam as igrejas evangélicas conservadoras e pentecostais.)
Esta imposição traz consigo uma contradição interna. As pessoas que querem impor, em nome de Deus, os seus valores ou crenças religiosas sobre outros grupos sabem, no fundo, que há algo de errado neste processo. Sabem que tentar impor esses valores a toda população através de proibições é no fundo reconhecer que são incapazes de mostrar, através de testemunho e ensino, o valor dessas crenças e valores morais. Ao tentar impor sobre os diferentes os seus valores, reconhecem que estão falhando na sua missão de anunciar a boa-nova (o evangelho) que só pode ser assumido livremente. Por isso, o discurso da proibição vem acompanhado de tanta agressividade contra os ditos "inimigos" de Deus ou das suas igrejas. No fundo é uma agressividade dirigida contra o "inimigo" e ao mesmo tempo contra o seu sentimento de fracasso no que pensa ser a sua missão.
Agressividade e falta de cuidado em verificar a veracidade das informações difundidas (para dizer o mínimo) revelam que há algo de errado no cristianismo vivido e defendido por esses grupos.
Se é verdade que historicamente o cristianismo foi vivido e se expandiu através desses mecanismos de imposição e proibição do alternativo, do diferente, também é verdade que nem toda a história do cristianismo foi e é assim. Mais importante do que isso, não é compatível com o cristianismo primitivo, muito menos com a vida de Jesus de Nazaré.
A boa-nova aos pobres e às vítimas das situações e estruturas opressivas (nisso resume a evangelização, cf. Lc 4) deve ser anunciada e testemunhada de forma propositiva para que seja aceita e vivida em liberdade. Pois como ensinou são Paulo, "onde está o Espírito, está a liberdade" (2Cor 3,17).
Por isso, a atuação dos cristãos na política deve ser fundamentalmente de modo propositivo e não acusatório e agressivo. Pois estamos anunciando e lutando por valores que "valem por si"; e que só são valores na medida em que são vividos com respeito e tolerância aos diferentes, dentro de espírito da liberdade. Devemos apresentar e lutar por propostas sociais e políticas, baseadas em nossa esperança de um mundo mais justo e solidário, onde até os mais pobres possam viver dignamente, com "respeito e mansidão" (cf 1Pe 3,15).
É claro que entre cristãos pode e deve haver diversidade nas linhas de propostas políticas e sociais, pois o evangelho não nos oferece programa político concreto para os nossos dias, mas nos ensina que devemos lutar para que todos e todas tenham vida em abundância (cf Jo 10,10). O que significa que lutar pelo "pão" dos mais pobres e o reconhecimento da dignidade humana de todas as pessoas devem ser uma prioridade na ação social e política dos cristãos e das igrejas.
A forma como se faz a política e atua nas eleições revela o verdadeiro espírito que move os seus agentes. É verdade que no "mundo" há muitos políticos que crêem que tudo é válido para alcançar os seus objetivos. Há muitos que acreditam que a agressividade nas acusações (e calúnias) revela a seriedade do seu compromisso religioso e ético. Mas, eu penso que a agressividade revela outra coisa, um outro espírito, diferente do Espírito do Amor-solidário (ágape)que deveria mover as comunidades e pessoas cristãs.
[Autor, junto com Hugo Assmann, do livro "Deus em nós: o reinado que acontece no amor-solidário aos pobres", 2010, Paulus].
* Coord. Pós-Graduação em Ciências da Religião, Universidade Metodista de São Paulo
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=51676

7 de out. de 2010

Camihares de São Fancisco


Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Em anuência à simplicidade,
Francesco despe as vestes do poder,
as personas da nobreza,
troca o relativo pelo absoluto
e sai
pelo mundo a colecionar belezas:
as águas que lhe mitigam a sede,
o sol
que a pele lhe aquece,
a lua
que o veste de luz
as aves
cuja siringe o en/canta
as árvores
em cuja sombra
descansa
qual cordeiro do Senhor...
Francesco enlouquece
de Amor !
Fala com as criaturas
chamadas irracionais,
não se abriga aos temporais,
divide todo alimento...

Prefere
ser ferido a ferir,
nem com a palavra mais leve,
ele fere
a doçura é o seu agir...

Não se toca
se não é compreendido:
o que importa é compreender...

Francisco,para quem a porta
se sua casa se fechou,
envergonhou a família
ao se apaixonar pela singeleza,
tão pouquinho sendo manto,
a mera manhã tendo tanto
brilho em seu canto
quando canta o amigo sol,
da irmã lua,o encanto...

Desamado,
não se põe envergonhado
perante o Absoluto,
que o enriquece
de Graça...
O importante é amar...
E ama,apaixonado
pelo vôo da borboleta,
pelo teatro das nuvens,
pelas cores das folhas,
das flores...

Ama e ora,sem necessidade de Missa,
sem nenhum rito da Igreja...
E Francisco ama Clarissa
sem desejo carnal...
Ela
o segue no ideal,
de servir,
antes de servidos serem...

Ela o compreende,isso é tudo...
"Oh Pai,reza ele,
fazei que eu possa mais
compreender que ser compreendido"...

Ele se dá,na gloriosa alegria
da loucura santa...
"É doando que se recebe"...
E aos olhos do povo,em louco se faz,
de si mesmo,se refaz:
"Senhor,fazei de mim
um instrumento de Tua Paz"...

"Onde ódio houver,
que o amor eu leve",
leve folha a voar pelas estradas,
poentas e solitárias,
a falar de amorosidade,
em cada cidade,
a cada pessoa
ensina ,determina,
que é preciso ser sempre boa,
a cada instante ,de fato...

Em havendo dúvidas,
pedia o louquinho de Deus,
que eu leve aos filhos teus,
a fé...

Se as pessoas se ofendem,
mostrar-lhes-ei as batidas
do próprio coração,
para que escutem a voz do perdão...

Se estiverem desunidos,
e a discórdia ocorrer em aluvião
que eu saiba como "levar a união"...

Aos que choram ,sofrem
e estão desconsolados,
que eu saiba as palavras exatas,
pois quero "mais
consolar que ser consolado"...

E assim Francisco
se ofereceu
sendo até hoje lembrado...
Muito amou,
mas até hoje,também
é um santo amado,venerado
em imagens de barro,
do barro que ele pisava,
descalço em seus caminhares...

Os santeiros
enchem seus ombros
e colocam-lhe na cabeça,
e cercam-lhe cada pé,
com passarinhos
delicados,
a bicar seus pensamentos,
passarinheiros
e cantadores,
a inspirar sua prece...
É assim que por Deus se enlouquece,
é bom ser louco de Amor,
é belo ser doido por fé...

Amar....


Amar e ser amado
Amar e querer transformar
Transformar ódio em amor
Amor que destrói barreiras entre pessoas
Amor que supera preconceitos
Amor...que é simplesmente Amor
Simplesmente Amor...Sem Amor nada poderei fazer Amor é
O que transforma corações de pedra em corações de carne.
Amar é ver no outro tudo de bom
Mesmo que o outro tenha os maiores defeitos..
Pois, não existe pessoa que não tenha em seu coração a centelha do amor
Porque todos somos criaturas do Amor, que é Deus. DEUS É AMOR.

18 de jul. de 2010

René Descartes, a partir do ideal de obter idéias claras e distintas, inaugurou um métodoepistemológico disjuntivo que, embora tenha conduzido a conquistas tecnológicas e científicas,levou à separação entre ciência e ética, razão e sentimento, corpo e alma. O modeloepistemológico cartesiano não influenciou tão somente as ciências, mas foi ele mesmo ummodelo de educação classificadora e reprodutora de informações. O filósofo Edgar Morindenuncia os limites de tal paradigma e aponta a necessidade de ultrapassá-lo a partir de umanova forma de aceder à realidade, o paradigma da complexidade, este é capaz de contemplaro fenômeno humano, em sua totalidade. Morin anuncia também a necessidade de um novo
modelo de educacional, visto que a educação é a área por excelência em que as mudanças no
interior da sociedade podem ser efetivadas. O presente artigo apresenta a proposta franciscana de educação face aos desafios impostos pela complexidade contemporânea.
O modelo franciscano de educação resgata os valores de Francisco de Assis e da primitiva
fraternidade franciscana: valores como justiça, solidariedade, fraternidade, ecologia e
liberdade, que assumidos na educação são capazes de formar o ser humano em sua
integralidade, tornando-o virtuoso e feliz.

1 de mai. de 2010

A Filosofia Agostiniana e suas contribuições para a educação.

Agostinho inspirou-se no neoplatonismo e considerou a filosofia como a maneira para encontrar parte da solução aos problemas de sua vida - a solução integral viria somente mais tarde através do cristianismo. Sendo assim, nos deixou consubstanciadas em suas obras, verdades resultantes de um conhecimento intuitivo, por isso não há como testar o conhecimento agostiniano por meio de observações e experimentos. A relação entre a filosofia, que já o fascinava, e a religião foi por ele utilizada como instrumento para construir seu pensamento para a prática.

O esforço de conciliar as verdades reveladas pela fé às idéias filosóficas fazia parte da filosofia Patrística (no conceito católico o conjunto dos escritores da antiga literatura católica) e Agostinho buscou sintetizar os componentes da Patrística para manter as relações entre razão e fé em suas obras na tentativa de racionalizar os dogmas cristãos. Além de sistematizar as doutrinas fundamentais do cristianismo, desenvolveu as teses que constituíram a base da filosofia cristã durante muitos séculos. Os principais temas que abordou foram as relações entre a fé e a razão, a natureza do conhecimento, o conceito de Deus e da criação do mundo, a questão do mal e a filosofia da história. Por isso o que podemos chamar de pensamentos agostinianos, une a filosofia e a teologia.

Nessa busca por algo que lhe suprisse tanto a fé quanto o intelecto, Agostinho passou por diversas experiências de contato humano e assim desenvolveu suas capacidades, mostrando-se habilidoso orador, escritor e professor, construindo ao longo de sua vida os pontos centrais de seus pensamentos.

As questões filosóficas que formam a base para a construção da chamada filosofia agostiniana são: o conhecimento, a sabedoria, e a amizade.

Enfatiza-se ainda a importância da linguagem porque Agostinho destaca a palavra como estímulo do homem que, ao descobrir a verdade sobre o que lhe for dito, aprende. E para tanto se tornam importantes o diálogo e a confiança explicitados pelas potencialidades do trabalho em comunidade.

Na educação a visão agostiniana contribui para o reconhecimento de que, paralelamente à conquista do domínio dos conteúdos, o aluno precisa ser orientado a relacionar esse conhecimento a uma realidade maior onde se torna indispensável a formação de valores que prezam a integração e a verdade.

Nesse contexto, o que se espera do professor não são apenas conhecimentos científicos, mas uma dose equilibrada de autoridade e sensatez, competência de quem sabe persuadir sem massificar e de quem sabe se fazer respeitar enquanto ensina. Nas realidades das atuais sociedades que cultuam o consumo, o papel humanizador da cultura deve ser reafirmado.

Na escola agostiniana, a cultura não será consumida, mas assumida através de um processo que inclui a criatividade, o desafio, o progresso e a disciplina. Procura-se informar sim, mas inerente à informação formar cidadãos livres que compreendam o significado da democracia e da autoridade e capazes de estabelecer relações de reciprocidade e respeito.
Denise Accioli Tsonis.