
Suas mãos começaram a se mexer para saudá-lo:
“Olá nenê, como está? – disse o homem para Daniel.
O casal se olhou, pensando no que fazer?
Daniel continuou rindo e respondeu: “olá amigo, olá”.
Todos do restaurante olharam ora para o casal, ora para o mendigo. Trouxeram a comida e o homem começou a falar com o menino como um bebê, ninguém via no que o homem estava fazendo algo de simpático. Pensavam apenas que obviamente ele estava bêbado. Os pais da criança estavam envergonhados, comendo em silêncio, menos Daniel que estava super inquieto e mostrando todo seu repertório ao desconhecido a quem conquistava com suas criancices.
Finalmente terminaram de comer e se dirigiam à porta, a mãe foi pagar a conta.
O velho se encontrava muito perto da saída – “Deus meu, ajuda-me a sair daqui antes que esse louco fale com Daniel” – pensou o Pai enquanto caminhava em direção ao homem.
Estufou um pouco o peito, tratando de sair sem respirar nem um pouco do ar que ele pudesse estar exalando. Enquanto o pai assim agia, Daniel soltou-se rapidamente e foi correndo na direção daquele velhinho, estendeu seus braços na posição de carregá-lo. Antes que alguém pudesse impedir Daniel se jogou nos braços do homem. Rapidamente o velho e o menino se abraçaram.
Daniel, num ato de total confiança, amor e submissão recostou sua cabeça no ombro do desconhecido. O velhinho fechou os olhos e se viam lágrimas correndo em sua face. Sua velhas e mal tratadas mãos, cheias de cicatrizes de trabalhos duros, suavemente acariciava as costas de Daniel.
Nunca dois seres haviam se amado tão profundamente em tão pouco tempo. O velho homem, com Daniel em seus braços, por um momento abriu seus olhos e olhando diretamente para os olhos do pai e da mãe do garoto, disse com voz forte e segura: “Cuida deste menino”. De alguma maneira, com um imenso nó na garganta, o pai respondeu: “assim o farei”.
Ele afastou Daniel do seu peito, lentamente como se sentisse uma dor e disse: “Deus o abençoe senhor. Me deu um presente maravilhoso”.
O pai e a mãe confidenciaram que haviam presenciado o amor de Cristo através da inocência de um pequeno menino, que não via pecado e que não fazia juízo. O menino que viu a alma e os adultos que viram um montão de roupa suja.
O casal se viu como cristãos cegos, carregando um menino que não era seu! E sentiam que Deus estava perguntando se estavam dispostos a dividir seu filho por um momento?” quando ele compartilhou seu Filho por toda eternidade!
O velho sujo inconscientemente fez ambos recordarem – Aquele que não aceite o Reino de Deus como um menino não entrará nele!
Fonte: Contando Historias de Frei Cícero Araújo da Silva
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