Rico em nutrientes, ele serve de fonte de alimento para diversos animais
Alguns marismas crescem em forma de disco, impedindo que outras espécies invadam o espaço
(Foto: Dimas Gianuca)
(Foto: Dimas Gianuca)
A Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, guarda em suas águas calmas
uma vegetação incomum e muito importante para a região, os marismas,
periodicamente alagados pela água do mar. Formados por arbustos de 2 a 3
metros de altura - diferentemente dos pântanos e mangues, que abrigam
vegetações de grande porte - os marismas são ricos em nutrientes, que
alimentam peixes, aves aquáticas e mesmo botos e leões marinhos. Os mais
bem conservados ficam na Ilha da Pólvora e alguns crescem em forma de
disco, impedindo que outras espécies invadam o espaço. De acordo com
Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico da Universidade Federal
do Rio Grande (FURG), a junção da água doce da lagoa, com a água salgada
do mar contribui para o surgimento dos marismas, um ecossistema frágil e
ameaçado pela ação do homem.
Diversidade de formas de vida é característica da
Lagoa dos Patos (Foto: Dimas Gianuca)
Lagoa dos Patos (Foto: Dimas Gianuca)
“O marisma, típico das áreas com estuários, tem formas vegetais
sofisticadas, mas sofre com as atividades humanas e os conflitos de
interesse. Na verdade, toda a área costeira é alvo de destruição. Querem
que a lagoa receba navios de grande porte e que continue produzindo
camarões, uma coisa contraditória. É imprescindível que os processos
sejam controlados e fiscalizados”, diz o diretor.
Todos os anos, a Lagoa dos Patos recebe centenas de aves migratórias, vindas do Hemisfério Norte, que escolhem a região para passar o verão e se alimentar nos marismas. Logo, qualquer desequilíbrio na lagoa pode ser fatal.
Todos os anos, a Lagoa dos Patos recebe centenas de aves migratórias, vindas do Hemisfério Norte, que escolhem a região para passar o verão e se alimentar nos marismas. Logo, qualquer desequilíbrio na lagoa pode ser fatal.
“Temos agora na lagoa cerca de 600 aves migratórias. Sem os marismas,
esses ‘viajantes’ morreriam de fome. Um dos papéis mais importantes da
universidade é realizar pesquisas e conscientizar as pessoas para que
preservem nossas riquezas naturais. Precisamos de gente que se comova
com a natureza. O que está em jogo é a vida, é o grande milagre que
temos diante de nossos olhos”, ressalta Barcellos, que é ambientalista
há 40 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário