4 de ago. de 2012

Ecossistema sofisticado, marisma cumpre papel importante na natureza


Rico em nutrientes, ele serve de fonte de alimento para diversos animais

Alguns marismas crescem em forma de disco, impedindo que outras espécies invadam o espaço
(Foto: Dimas Gianuca)
 
Marismas (Foto: Divulgação) A Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, guarda em suas águas calmas uma vegetação incomum e muito importante para a região, os marismas, periodicamente alagados pela água do mar. Formados por arbustos de 2 a 3 metros de altura - diferentemente dos pântanos e mangues, que abrigam vegetações de grande porte - os marismas são ricos em nutrientes, que alimentam peixes, aves aquáticas e mesmo botos e leões marinhos. Os mais bem conservados ficam na Ilha da Pólvora e alguns crescem em forma de disco, impedindo que outras espécies invadam o espaço. De acordo com Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a junção da água doce da lagoa, com a água salgada do mar contribui para o surgimento dos marismas, um ecossistema frágil e ameaçado pela ação do homem.
Diversidade de formas de vida é característica da
Lagoa dos Patos (Foto: Dimas Gianuca)
Lagoa dos Patos diversidade (Foto: divulgação) “O marisma, típico das áreas com estuários, tem formas vegetais sofisticadas, mas sofre com as atividades humanas e os conflitos de interesse. Na verdade, toda a área costeira é alvo de destruição. Querem que a lagoa receba navios de grande porte e que continue produzindo camarões, uma coisa contraditória. É imprescindível que os processos sejam controlados e fiscalizados”, diz o diretor.

Todos os anos, a Lagoa dos Patos recebe centenas de aves migratórias, vindas do Hemisfério Norte, que escolhem a região para passar o verão e se alimentar nos marismas. Logo, qualquer desequilíbrio na lagoa pode ser fatal.
Lagoa dos Patos aves (Foto: divulgação )Lagoa dos Patos recebe aves migratórias do
Hemisfério Norte  (Foto: divulgação )
“Temos agora na lagoa cerca de 600 aves migratórias. Sem os marismas, esses ‘viajantes’ morreriam de fome. Um dos papéis mais importantes da universidade é realizar pesquisas e conscientizar as pessoas para que preservem nossas riquezas naturais. Precisamos de gente que se comova com a natureza. O que está em jogo é a vida, é o grande milagre que temos diante de nossos olhos”, ressalta Barcellos, que é ambientalista há 40 anos.

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