30 de out. de 2014

Família: Psicologia e Teologia articuladas podem ajudar ação da Igreja junto dos casais


           
Fonte: Agência Ecclesia
 

Terapeuta Petter Damgaard Hansen está em Portugal para um ciclo de conferências

Lisboa, 30 out 2014 (Ecclesia) – O terapeuta familiar Peter Damgaard Hansen afirmou hoje que Psicologia e Teologia deveriam “trabalhar mais próximas” para ajudar a pessoa em situação de sofrimento, propondo um sentido para a vida do homem moderno.
“Se a Psicologia puder ajudar a abrir a mente das pessoas, aprofundando as questões psicológicas e tocar o coração, então poderemos entender mais as razões da fé, porque as pessoas vão questionar-se e querer perceber o sentido da sua vida”, afirma à Agência ECCLESIA o especialista, com uma experiência de 40 anos.
O psicólogo dinamarquês, que se encontra em Portugal para um ciclo de conferências, entende que a Igreja “é perita em humanidade”, no entanto “não está a saber transmitir a sua mensagem à mente moderna”.
“Não entendo a Psicologia como uma alternativa à fé - o caminho que a Psicologia secular está a encetar. Não é uma alternativa à religião”, explica o terapeuta que se converteu ao catolicismo já adulto.
A experiência clínica de quatro décadas mostra-lhe que o melhor tratamento para a pessoa humana é “holístico” e, nesse sentido, trabalhando simultaneamente “mente, corpo, espírito” há mais probabilidade de “sucesso”.
Peter Damgaard Hansen garante que os “problemas psicológicos têm uma origem espiritual”, e que advêm do facto de hoje “o estado habitual do homem se encontrar numa maior necessidade de procurar amor do que de capacidade para dar amor”.
Frustração, conflito, raiva são sentimentos comuns quando se inicia uma relação matrimonial “sem ter consciência da necessidade primeira de receber amor e por isso muitos vão tentar encontrar outra pessoa”.
O terapeuta indica que apenas “existe uma solução espiritual para esse dilema”: “Encontrar uma fonte de amor para além do casal, para além do companheiro”.
“Quando olhamos para um casamento percebemos que é um projeto condenado ao insucesso a não ser que possamos encontrar uma fonte de amor que ultrapassa o casal. Quando se olha para o amor de Deus, o coração abre-se e o amor entre as pessoas acaba por fluir. Por isso é normal não amar, mas não podemos não deixar-nos amar”, insistiu.
Esta é a mensagem cristã “em linguagem psicológica”, traduz Peter Damgaard Hansen.
O terapeuta encontra-se em Portugal para um ciclo de conferências promovidas pelo setor da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa.
Esta tarde está no Instituto de Formação Cristã de Lisboa a partir das 17hoo para falar com agentes da pastoral familiar; no sábado dirige-se especialmente a psicólogos, psiquiatras e profissionais da saúde no Auditório Orlando Ribeiro; na segunda-feira fará uma conferência aberta ao público no auditório São João de Deus.
LS

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