14 de nov. de 2014

Servo Bom e Fiel

                                            Júlio Lázaro Torma*
                                                           " Muito bem empregado bom e fiel".
                                                                               ( Mt 25,23)
 Estamos quase no termino do ano litúrgico de Mateus. Onde estamos no quinto livrinho do Evangelho de Mateus " A Vida Definitiva do Reino" ( 19-25,46) e o Discurso:" A vinda do Filho do Homem" ( 24-25,46).
    Onde somos convidados a esperar a volta de Jesus, mas não esperar ele de forma conformista e no Evangelho da semana que vem Jesus nos dá o critério de como devemos agir ( Mt 25,31-45).
    Jesus nos fala em talentos, talento aqui não se refere a inclinação natural de uma pessoa a realizar determinada atividade.
    Mas a Parábola dos Talentos ( Mt 25,14-30), deve ser olhado e meditado á luz da Ressurreição de Jesus e a pós a sua partida para a casa do Pai.
    A Parábola dos Talentos nos fala de um homem que foi para o estrangeiro e que deu seus bens para os seus empregados,na qual eram três e cada um recebeu conforme a sua capacidade em administra-lo, a um ( cinco talentos), outro ( dois) e o último ( um talento). O talento era uma moeda romana de 36 kg.
    Mas a Parábola se concentra todo no terceiro homem, na qual as comunidades mateanas mostram que no seu meio havia cristãos que haviam aderido a proposta de Jesus e que tinham medo de se expor por causa das perseguições e que ficavam isolados dentro da comunidade.
   O Evangelho faz uma critica ao conservadorismo e ao fundamentalismo religioso dentro das comunidades.Onde preferimos uma pastoral de conservação, do que ser uma Igreja missionária e uma pastoral de fronteira que vai ao encontro do outro, principalmente das periferias geográficas e da existência.
   Muitas vezes por causa da diversidade no mundo, alguns acabam se agarrando ao passado e ao conservadorismo se tornando pessoas estereis,medrosas e conformistas, que não estão dispostas a mudar a realidade e a sair do eu,onde o que importa é a sua salvação individual.
    Isso faz com que tenham uma fé, fria, mesquinha e estéril. Que acaba muitas vezes enfraquecendo a própria Igreja e a própria vivência da pessoa que se afasta da comunidade.
   Jesus critica este conservadorismo, de enterrar o " talento" e que faz com que não sejamos criativos.
     A Igreja deve ir " além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária " ( D. Ap 370), isso faz com que tenhamos a criatividade pastoral de novos métodos missionários que exige;
    " Toda conversão supõe um processo de transformação permanente e integral,o que implica o abandono de um caminho e a escolha do outro. A conversão pastoral sugere renovação missionária das comunidades, para passar de uma pastoral de mera conservação pára uma pastoral decididamente missionária.Isso supõe mudança de estruturas e métodos eclesiais, mas exige nova atitude dos pastores, agentes de pastoral e dos membros das associações de fieis e movimentos eclesiais" ( CNBB; Doc." Comunidade de Comunidades:Uma Nova Paróquia, Doc 100).
     Ser conservador não quer disser que está servindo a Deus e que é fiel a Deus. A verdadeira fidelidade a  Deus não se vive a partir da passividade e da inércia, mas a partir da vitalidade e do risco de quem trata de escutar hoje seus chamados.
                                      Mt 25,14-30
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     * Membro do Colegiado da Pastoral Operária Nacional

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