29 de dez. de 2012

Jesus no Templo

                                  Júlio Lázaro Torma*
                                    " Maria guardava estas coisas no seu coração"
                                                                                      ( Lc 2,51)
   Neste último final de semana de 2012, no Ciclo do Natal, estamos celebrando a " Sagrada Família de Nazaré".Festividade esta instituída no final do século 19, pelo Papa Leão XIII e  espraiada para a toda Igreja universal pelo Papa Bento XV em 1921, como modelo para toda a família cristã.
  O Evangelho de Lucas, lido,meditado e rezado em nossas comunidades cristãs, nos fala de " Jesus entre os doutores da Lei",faz parte do Evangelho da Infância ( Mt 1-2; Lc 1-2).
  Onde nos narra a Romaria de Jesus a Festa da Páscoa, aos 12 anos de idade.Jesus o novo Moisés após o seu exílio no Egito( Mt 2,13-23), retorna a sua terra como havia anunciado o Profeta Oséias ( 734-723 a.C),durante o reinado de Jeroboão II (  II Rs 14, 23-29), na qual diz: " E do Egito chamei o meu Filho "( Os 11, 1).
  Jesus é apresentado no Templo pela segunda vez.A primeira vez após o seu nascimento ( Lc 2, 22-23), na qual segundo a Lei de Moisés, "Todo o primogênito do sexo masculino  é consagrado ao Senhor "( Êx 13,2) e a segunda vez é apresentado no Templo aos 12 anos ( Bar-mitzvah), onde o adolescente torna filho da Lei de Moisés.
  Assim como Jesus, foi o jovem Samuel apresentado ao Senhor na idade de 12 anos( I Sm 1, 26); ao qual ficou se dedicando ao serviço de Deus ( I Sm 3,1).
  A Festa da Páscoa era uma festa famíliar que cada família celebrava.Até o reinado do Rei Josias ( 640-609 a.C), onde Josias decreta que a Páscoa deverá ser celebrada pelo povo em Jerusalém ( II Rs 23,21-27).
  O povo vai em romaria, a Sagrada Familia participava da religiosidade popular de seu povo.Jesus fala aos discípulos " Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa" ( Lc 22,8).
  Ao olharmos o Evangelho, vemos o Mistério da Páscoa. Jesus o " doce cordeiro", está no Templo entre os teólogos oficiais dialogando com eles.
  O Templo a religião oficial, legalista, onde eram oferecidos animais em sacrifícios, ele o doce cordeiro que será imolado no alto do Calvário, está ali no meio dos mestres.Ele não se isola vai dialogar com os doutores, assim como povo que estava sedento de suas palavras e que ficavam admirados pelas suas pregações.
  Maria e José estão afritos pela fuga de Jesus do meio deles e o encontram três dias depois, assim como foi a sua ressurreição, após três dias ter sido imolado na cruz ( Lc 24,21).
  Jesus ao ouvir Maria e responder: " Não sabeis que devo ocupar das coisas de meu Pai"( Lc 2, 49), assim como fez o Profeta Samuel ( I Sm 3,1).
  Ele não desrespeita e nem despreza a autoridade de seus pais, criando uma ruptura com os seus, como havia declarado Simeão ( Lc 2, 35).Mas declara que deve fazer cumprir a sua missão.
  Se nas orações judaicas o fiel reza " Pai Nosso, que estás nos céus", quem teria a coragem de dizer " meu Pai" a não ser Jesus? Assim como foi a primeira e última palavra de Jesus ( Lc 23, 46;24,49). Assim como foi para os seus foi para os discípulos que não entendiam em " fazer a vontade do PAI"no Terceiro anúncio da Paixão ( Lc 18,34).
  Maria conservava tudo em seu coração( Lc 2, 19.51)., aqui podemos ver toda a síntese do Evangelho.Durante a vida pública de Jesus e os trágicos acontecimentos de sua Paixão, não vemos uma palavra sua. Ela a " doce cordeira", a alma contemplativa se põe a escutar, seguir o seu Filho quando pregava sem parada, esteve do seu lado da concepção até a cruz ( Jo 19,25).
  Maria a humilde camponesa de Nazaré que " nem os seus vizinhos a conheciam" é o modelo do verdadeiro discípulo e missionário.
  Devemos como escreve Santo Agostinho de Hipona, " Todas as nossas vidas, devemos buscar a Deus e quando for encontrado, temos que olhar de novo".
   Vamos a exemplo de José e Maria, buscar a Deus e deixar que a sua Palavra e o seu Amor nos envolva e transforme as nossas vidas e a de nossas famílias, comunidades, como daquela humilde família de Nazaré, onde o próprio Deus por seu amor se fez carne e "habitou entre nós" ( Jo 1, 14).
    Que o Deus de Amor, por interseção de São José e de Nossa Senhora, abençoe todas as nossas famílias e que tenhamos um abençoado e prospero  2013.
             Bom Final de Semana ,Boas Festas, Bom Ano Novo e boas meditações
                       Lc 2, 41-52
   * Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas /RS

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