31 de mai. de 2013

O Pão da Partilha e do Amor

                          Júlio Lázaro Torma*
                            " Isto é o meu corpo, que é entregue por vós,
                              fazei isto em memória de mim"
                                                    ( I Cor 11,24)
  Nesta Quinta-feira estamos celebrando a Festa de Corpus Christi, a festa do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, a última grande festa cristológica do nosso calendário litúrgico.
  Ao celebrar a Eucaristia e chegar junto a Mesa da Eucaristia, sempre me vem em mente a seguinte pergunta, " o que é a Eucaristia?", É sacrifício ou é uma festa?, fomos catequizados desde pequenos como se a Eucaristia fosse um sacrifício, um ato de dor e de sofrimento.
  O Apóstolo Paulo nos fala em ação de graças, onde  " recomendo que façam súplicas,orações e ações de graças por todos os homens"( I Tm 2,1) e Santo Irineu de Lyon ( 130-202), exortava, " A maneira como nós cristãos, não sermos estéril é oferecer a Deus a nossa ação de graças".
  Ao participarmos da Eucaristia nós fazemos o " reconhecimento", " memória" e " ação de graças" pela vida de Jesus Cristo e participamos de sua vida desde a sua anunciação ao seu sacrifício no monte Calvário, onde como doce cordeiro foi imolado por cada um de nós e a sua gloriosa ressurreição.
  Pois ao comungarmos o Corpo e o Sangue de Cristo estamos participando de sua vida e aderindo ao seu programa de vida e vivendo os seus idéias.
  Comungarmos o pão e o vinho, o pão é o alimento e o vinho é a festa ( alegria), a Missa é a Festa, momento de nos alegrarmos de dar ação de graças, como canta o salmista, " Que alegria quando me vieram dizer:" Vamos a casa do Senhor"( Sl 121(122),1), que alegres vamos nos aproximar da mesa da Eucaristia, onde o Senhor se doa a nós e nos encontramos como irmãos e irmãs.
  No Evangelho Lucas nos fala da multiplicação dos pães, onde Jesus faz o milagre da multiplicação dos pães.Fato este narrado duas vezes por Mateus, uma vez por Marcos e João; este milagre é o único referido pelos quatro evangelistas.
  Para Lucas Jesus é o novo Elias, que necessário incluí o trabalho de Eliseu que alimentou cem homens com vinte pães de cevada ( II Rs 4,42-44).
  Aqui Jesus manda os discípulos distribuir a multidão ( Lc 9,11) e Eliseu manda seu discípulo repartir e sobrou 12 cestos para a multidão,para as 12 tribos de Israel,para todas as pessoas.
  Lucas nos lembra que Jesus é o " Filho de Deus",pela boca de Pedro ( Lc 9,20), e nos fala do gesto Eucarístico do Ressuscitado,ao " tomar os cinco pães e os dois peixes,levando os olhos aos céus,abençoou-os,partiu e deu aos discípulos que servem o povo"( Lc 9,16),onde ele pensa nos discípulos de Emaús," o dia começa a declinar"( Lc 9,12),onde os discípulos o reconhecem na partilha do pão( Lc 21,31).Onde Lucas pensa na Eucaristia,mas se esquece dos peixes que estão lá, no inicio da celebração ( Raymond Gravel).
  Nós cristãos não lembramos a morte de Jesus, mas ela tem um significado grande da Páscoa da Ressurreição que celebramos na Eucaristia," Assim sempre que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembramos a morte do Senhor, até que venha"( I Cor 11,27).
  O pão é o alimento e o vinho a festa, aqui o sangue derramado ou seja a vida de todos aqueles que são memória.Cristo não morreu, Ele Vive, está Ressuscitado.
  Podemos receber o Cristo nos esquecendo do maior gesto de amor que ele nos deu na Cruz do Calvário, " Ninguém tem maior amor do que doar a vida pelos seus irmãos"( Jo 15,13).
  Para Lucas o discípulo deve fazer aquilo que Jesus fez e viveu, ir ao encontro dos sofredores, ver no outro o outro eu, partilhar o pão e curar as enfermidades, dar saúde aos doentes, como fez Jesus ao comungar faço parte de sua vida.
  Jesus não deve ser escondido o Pão da Eucaristia deve ser repartido o pão do amor.
  Santo Agostinho ( 354-430), nos exorta:" Torne-se o que você tem", temos o Cristo Eucarístico, sejamos como Ele,tenhamos os mesmos sentimentos e gestos que o moveram só assim estaremos vivendo de fato a vida de Jesus até a sua volta e sendo sinal de sua presença no mundo.
      Bom Feriado e boas meditações: Lc 9, 11b-17
Membro da equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/ RS

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