No
final da leitura do trecho do Evangelho (Mt, 10, 9) - que nos convida a
ir pelo mundo sem "alforje nem bordão", cobertos apenas pela luz da
"boa nova" -, Francisco, com 26 anos, no outono de 1208, exclama na
igreja da Porciúncula (Assis): "é o que desejo, é o que quero", isto é,
ir pelo mundo não armado como rico, para se defender ou para humilhar,
mas como irmão. É um vento novo que transfigura o movimento de renovação
social geral - é a idade das comunas -, eleva sua índole sem recusar as
formas, radicaliza a perspectiva sem desacelerar a corrida. O olhar sai
do âmbito do eu para a direção do nós, suscitando cenários novos de
acordo com uma convivência inspirada na lógica altruísta, não possessiva
ou elitista, contra a atitude difundida de apropriação, que atenua o
encanto das coisas, fazendo com que estas percam seu sentido em
detrimento da total vantagem do lucro. É este o propósito de Francisco,
empenhado em desatar aquele nó de concupiscência que nos comprime na
profundeza e que nos empurra para formas dissimuladas de violência,
alimentadas de modos diferentes porque justificadas segundo pretextos........leia mais:
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