3 de ago. de 2014

"Cessar fogo permanente, primeiro passo no caminho para uma paz justa"

 Reflexão do Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internationalis, sobre a crise de Gaza

 Fonte: Zenit.org

O caminho da reconciliação é longo, mas começa dentro de nós mesmos. Israel e Hamas, como é que vocês olham para o cisco no olho do teu irmão, e não conseguem perceber a grande coluna que têm no próprio? O que deveriam fazer é depor as armas e pegar um par de binóculos para verificar que a maioria de suas vítimas são pessoas inocentes. Assim, o cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internationales e arcebispo de Tegucigalpa, reflete sobre a situação que se vive na Faixa de Gaza desde o começo de Julho.
Como indicado pelo cardeal no documento que escreveu, desde o início da ofensiva "quase dois milhões de palestinos em Gaza e parte da população israelense encontraram-se envolvidos em uma devastadora guerra”. A população – assegura – não tem um lugar seguro para refugiar-se quando as bombas caem naquela pequena faixa de terra, densamente povoada, que é Gaza. Ali vêem seus assassinados, seus bairros destruídos e as suas esperanças de paz futura despedaçadas. "O campo de batalha são bairros cheios de crianças, mulheres e homens. Hospitais lotados com feridos e mortos, escolas bombardeadas, até mesmo quando viram abrigo”, disse o cardeal.
De Caritas, o Cardeal Maradiaga salienta que "temos pedido o cessar-fogo permanente, mesmo que seja só um primeiro passo no caminho para uma paz justa, que é baseada em negociações, inclusive em toda a região".
Também lembra que esta é a terceira guerra em cinco anos, entre Israel e os ativistas de Gaza. "Os palestinos de Gaza já vivem uma vida em que falta o abastecimento de água, a maioria dos alimentos vem de organizações humanitárias e está fora do alcance dos seus habitantes a dignidade de ter um emprego", indica.
O Cardeal Maradiaga indica que Caritas facilita ajuda material e espiritual para o povo de Gaza, em momentos de necessidade e desespero. E acrescenta: "exortamos para que se levante o bloqueio de Gaza e se permita aos seus habitantes proteger a própria vida e meios de subsistência, a fim de poder viver uma vida digna”.
Como Caritas, o cardeal assegura oração pela paz na Terra Santa. "Oramos pelas famílias palestinas e israelenses que perderam seus filhos, mães e irmãos e pelos que foram mortos. Nossas orações vão para as crianças que vivem no terror, cujas cicatrizes mentais permanecerão profundas, mesmo muito tempo depois de acabar esta guerra".
Por fim, o arcebispo de Tegucigalpa envia o amor e solidariedade da Confederação Caritas aos "funcionários da Caritas que arriscam suas vidas todos os dias trabalhando em Gaza", pessoas “que trabalham humildade e sem trégua a serviço de Jesus, nas condições mais difíceis que se possa imaginar". Também envia suas orações aos companheiros de Caritas Jerusalém e "o apoio vital que eles oferecem constantemente aos colegas que trabalham no campo". 

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