Júlio Lázaro Torma*
Nesta semana as nossas comunidades cristãs do Brasil e do hemisfério
sul, celebramos a Semana de Oração pela Unidade dos cristãos.
Aqui
no hemisfério sul celebramos entre as
Festividades da Ascensão do Senhor e Pentecostes.No hemisfério norte as
comunidades celebram entre as Festas da Cátedra de São Pedro e a
Conversão de São Paulo no mês de janeiro.
Cada ano é proposto um tema
e elaborado pelas comunidades cristãs de um país.Tema deste ano é " Todos seremos transformados pela Vitória de Nosso Senhor Jesus Cristo" ( 1Cor 15,51-58), tirado da Carta do Apóstolo Paulo á comunidade de Corinto.
O Tema foi elaborado pelos cristãos e cristãs da Polônia, país e povo
este que passou por inúmeros longos sofrimentos e privações ao longo de
sua história.
A frase de São Paulo Apóstolo, nos chama a nós
cristãos de diferentes tradições cristãs, a pensar numa renovação que
exige a unidade de nossas comunidades cristãs.
Muitas vezes em
nossas comunidades falamos em rezar e a unidade dos cristãos e das
nossas igrejas,alguns defendem como algo conservador.Podemos afirmar que
com conservadorismo e fechamento não haverá unidade e muito menos
diálogo.
Para haver unidade, deve haver uma abertura e um diálogo
entre as Igrejas,a unidade na
diversidade,onde cada Igreja seja autônoma,mas garantindo uma comunhão
verdadeira na fé e no serviço ao mundo,como escreve o monge e teólogo
Marcelo Barros.
Mesmo que está unidade dos cristãos seja
dificultado pelos conservadorismos das cúpulas das igrejas, que com o
seu medo de abertura ao outro, acabam se isolando e caindo no
conservadorismo e fundamentalismo, que freia este desejo de unidade.
A unidade muitas vezes acaba acontecendo através do diálogo e da cooperação mútua entre os cristãos e cristãs da base.
Eis que como nos fala o Senhor:" Faço nova todas as coisas" e como escreve o Apóstolo," nós seremos transformados".
Precisamos diante dos apelos do mundo,pelo nosso testemunho de palavras
e práticas,estarmos transformados.Se continuarmos com uma mente
conservadora e fechados no nosso eu,jamais estaremos
abertos para uma renovação e transformação,como prega o Apóstolo.
Devemos como discípulos/as ao exemplo do Mestre estar abertos ao diálogo
fraterno com o outro que pensa e professa uma fé diferente da nossa.No
encontro com Cristo, nós estaremos cada vez mais nos renovando e nos
abrindo aos irmãos.
Quando nos abrimos ao outro,nos conhecemos
melhor,abrir-se e saber dialogar e não impor-nos ao outro e acreditar
que só eu e a minha denominação é a melhor e a verdadeira.
Mas
vermos que podemos caminhar juntos e vermos no outro,um irmão que como
eu professa a mesma fé e segue os mesmos passos no seguimento de Jesus
Cristo.
Transformados podemos dar o nosso testemunho na diversidade
de construção de uma nova sociedade,principalmente numa sociedade que
se autodenomina cristã.
Devemos como cristãos superar as divisões que nos dividiram estes anos todos e procurarmos cada vez mais em nossas
comunidades cristãs, costruirmos a unidade na diversidade do sonho de Jesus de que " todos sejamos um".
Diante deste ideal vamos cada vez mais em nossas comunidades e
orações,buscar e pedir a Unidade dos Cristãos.Vamos viver intensamente
este desejo.
* Membro da Equipe da Pastoral Operária da Arquidiocese de Pelotas ( RS)
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