O itinerário que lhe proponho não é novo… Desinteresse?! Não! Pode
parecer contraditório, mas, justamente ao relativizar a novidade,
pretendo provocar sua curiosidade. É que no itinerário que lhe proponho,
o que é antigo é sempre novo, o que é novo é antigo, o que é plural é
também singular e o que é singular, único e pessoal, promove e
possibilita encontro; e, quando assim age, pode ser expressão de amor.
Leia mais: 27 de set. de 2013
Cultura segregacionista
Fonte: http://www.domtotal.com
Frei Betto
é escritor e religioso dominicano. Recebeu vários prêmios por
sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos
populares. Foi assessor especial da Presidência da República entre 2003 e
2004. É autor de "Batismo de Sangue", e "A Mosca Azul", entre outros.
A segregação é
uma cultura e impregna o instinto. A reação ao diferente é impulsiva,
irracional. Como a do ianque que despreza muçulmano por identificar nele
um terrorista em potencial; do judeu sionista em relação a árabes; do
branco racista frente ao negro; do cristão homofóbico diante de um
homossexual.
Essa cultura nefasta impregna também governos e instituições. Chega a ser atávica, inconsciente. A família diz não ser racista, até o dia em que a filha, branca, loura, de olhos claros, apresenta o namorado negro...
Caso recente foi a obstrução do voo de Evo Morales, de Moscou a La Paz, em julho deste ano. Supondo que viajava a bordo o jovem Edward Snowden, que revelou como os serviços secretos estadunidenses espionam o mundo, os EUA convenceram França, Itália, Portugal e Espanha a impedirem escala técnica em seus territórios, obrigando a aeronave a pousar em Viena, onde foi revistada.
A 18 de agosto, David Miranda, companheiro do jornalista Glenn Greenwald, que mora no Rio e divulgou as denúncias de Snowden, ficou 9 horas retido no aeroporto de Londres, onde faria uma escala de duas horas ao viajar de Berlim ao Rio. Confiscaram seus equipamentos eletrônicos, incluindo celular, computador, câmera, cartões de memória, DVDs e jogos.
O objetivo da polícia britânica, monitorada pelos EUA, era obrigar Miranda a revelar senhas e códigos do material que trazia de Berlim, onde havia se encontrado com a documentarista Laura Poitras, para dar prosseguimento ao documentário que Glenn Greenwald está fazendo sobre as informações da NSA, reveladas por Snowden sobre como os EUA espionam o planeta.
Eis a lógica do poder: pune-se quem denuncia o crime e não quem o comete.
O pior é como a grande mídia dá pouca importância a tais atos segregacionistas. Aconselhados por Paulo Freire, façamos o exercício contrário e coloquemos o opressor no lugar do oprimido. Como reagiria a mídia se o avião de Obama fosse interceptado por caças de um país africano? Qual seria o impacto se a filha de George W. Bush fosse detida, ao desembarcar no Brasil, por ter um pai que defende a tortura de supostos terroristas, crime considerado inafiançável por nossas leis?
Nossa cultura segregacionista reduz a pessoa à sua função, origem, cor, condição social. Quem de nós indaga o nome do garçom que lhe serve?
Em julho, a atriz estadunidense Oprah Winfrey entrou em uma loja de Zurique, na Suíça, e pediu para ver uma bolsa que custava o equivalente a R$ 90 mil. A lojista se recusou, supondo que, por ser negra, a consumidora não tinha como pagar aquele preço.
Um amigo que pesquisa o tema fez, há pouco, um teste em um restaurante de luxo de São Paulo. Vestiu duas mulheres e um homem, todos brancos, com jeans esfarrapados, como dita a moda, e enviou-os ao restaurante. Foram acolhidos com derramadas cortesias.
Uma semana depois, um trio de negros chegou ao mesmo restaurante vestindo a mesmas roupas do trio de brancos. O porteiro encarou-os como se fossem mendigos, chamou o maitre, que chamou o gerente, que chamou o dono. O ingresso foi permitido, mas o clima segregacionista perdurou no ambiente.
Essa cultura nefasta impregna também governos e instituições. Chega a ser atávica, inconsciente. A família diz não ser racista, até o dia em que a filha, branca, loura, de olhos claros, apresenta o namorado negro...
Caso recente foi a obstrução do voo de Evo Morales, de Moscou a La Paz, em julho deste ano. Supondo que viajava a bordo o jovem Edward Snowden, que revelou como os serviços secretos estadunidenses espionam o mundo, os EUA convenceram França, Itália, Portugal e Espanha a impedirem escala técnica em seus territórios, obrigando a aeronave a pousar em Viena, onde foi revistada.
A 18 de agosto, David Miranda, companheiro do jornalista Glenn Greenwald, que mora no Rio e divulgou as denúncias de Snowden, ficou 9 horas retido no aeroporto de Londres, onde faria uma escala de duas horas ao viajar de Berlim ao Rio. Confiscaram seus equipamentos eletrônicos, incluindo celular, computador, câmera, cartões de memória, DVDs e jogos.
O objetivo da polícia britânica, monitorada pelos EUA, era obrigar Miranda a revelar senhas e códigos do material que trazia de Berlim, onde havia se encontrado com a documentarista Laura Poitras, para dar prosseguimento ao documentário que Glenn Greenwald está fazendo sobre as informações da NSA, reveladas por Snowden sobre como os EUA espionam o planeta.
Eis a lógica do poder: pune-se quem denuncia o crime e não quem o comete.
O pior é como a grande mídia dá pouca importância a tais atos segregacionistas. Aconselhados por Paulo Freire, façamos o exercício contrário e coloquemos o opressor no lugar do oprimido. Como reagiria a mídia se o avião de Obama fosse interceptado por caças de um país africano? Qual seria o impacto se a filha de George W. Bush fosse detida, ao desembarcar no Brasil, por ter um pai que defende a tortura de supostos terroristas, crime considerado inafiançável por nossas leis?
Nossa cultura segregacionista reduz a pessoa à sua função, origem, cor, condição social. Quem de nós indaga o nome do garçom que lhe serve?
Em julho, a atriz estadunidense Oprah Winfrey entrou em uma loja de Zurique, na Suíça, e pediu para ver uma bolsa que custava o equivalente a R$ 90 mil. A lojista se recusou, supondo que, por ser negra, a consumidora não tinha como pagar aquele preço.
Um amigo que pesquisa o tema fez, há pouco, um teste em um restaurante de luxo de São Paulo. Vestiu duas mulheres e um homem, todos brancos, com jeans esfarrapados, como dita a moda, e enviou-os ao restaurante. Foram acolhidos com derramadas cortesias.
Uma semana depois, um trio de negros chegou ao mesmo restaurante vestindo a mesmas roupas do trio de brancos. O porteiro encarou-os como se fossem mendigos, chamou o maitre, que chamou o gerente, que chamou o dono. O ingresso foi permitido, mas o clima segregacionista perdurou no ambiente.

26 de set. de 2013
NOVOS DESAFIOS PARA UM VELHO TEMA: A FORMAÇÃO FRANCISCANA

Leia mais:
Israel mantém silêncio sobre armas químicas
O Estado judeu não confirma nem nega ter um
programa de armas químicas, contudo, é certo que Israel nunca chegou a
ratificar a Convenção sobre Armas Químicas, que permitiria que
inspetores visitassem as instalações do país, incluindo as nucleares.
Artigo de Pierre Klochendler, IPS.

“Israel também tem armas químicas?”, é a pergunta feita pela revista Foreign Policy
com base na informação revelada por um documento desclassificado da
Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. Redigido em
1983, dez anos depois da guerra do Yom Kipur, que opôs Egito e Síria a
Israel, o documento afirma que o Estado judeu “levou adiante um programa
de preparação para uma beligerância química, tanto na área ofensiva
quanto defensiva”.
Verdade ou não, a informação coincide com a doutrina israelita de
sempre procurar dissuadir os Estados árabes inclinando a balança de
poder bélico a seu favor, pontuou à IPS o professor Shlomo Aronson,
especialista em armas de destruição em massa da Universidade Hebreia de
Jerusalém. “Já que os Estados árabes começaram a fabricar armas
químicas, é bastante natural que Israel tenha feito o mesmo. Eles têm
armas químicas, nós também temos que tê-las”, explicou.
“A Síria desenvolveu o seu arsenal químico para equilibrar a ameaça que
representavam as armas atómicas israelitas”, disse à IPS Ziad Abu
Zayyad, ex-chefe da delegação palestiniana nas conversações de paz do
Oriente Médio sobre Controlo de Armas e Segurança Regional (1991-1996).
“Embora não possamos confirmar que Israel possua agentes químicos
letais, vários indícios levam-nos a crer que tem à sua disposição pelo
menos agentes neurotóxicos persistentes e não persistentes, um agente
mostarda e vários antidistúrbios, acompanhados dos seus correspondentes
sistemas de lançamento”, diz o relatório da CIA.
É sabido, desde o começo da década de 1970, que o hermético Instituto
Israelita para a Pesquisa Biológica, localizado em Ness Ziona, 20
quilómetros ao sul de Tel Aviv, realiza testes químicos. O documento de
inteligência citado pela revista norte-americana identifica “um provável
centro de distribuição de armas químicas com agentes nervosos e uma
instalação de depósito na Área de Armazenamento Sensível de Dimona, no
deserto do Neguev”. Isto significa que estaria perto de uma instalação
de pesquisa nuclear israelita onde se acredita são fabricadas ogivas
atómicas.
Oficialmente o Estado judeu não confirma nem nega ter um programa de
armas químicas, e intencionalmente é ambíguo sobre o seu plano relativo à
destruição em massa. Só deixa vir a público os centros de distribuição
de máscaras antigás e os exercícios que realiza regularmente para se
proteger de um eventual ataque químico. Aronson explica assim a doutrina
israelita: “Não reconhecer a existência das armas de destruição em
massa antes que a paz prevaleça, e não se comprometer publicamente com
nenhuma linha vermelha em matéria de armas não convencionais”.
Israel assinou a Convenção sobre Armas Químicas, de setembro de 1993,
que proíbe a produção, o armazenamento e o uso desse tipo de armamento,
mas nunca a ratificou. Implantado, “o tratado permitirá que inspetores
visitem as instalações de Israel, incluindo as nucleares”, pontuou
Aronson.
Zayyad acredita que, depois da Síria, Israel deveria entregar o seu
armamento químico. “Os dois casos devem ser vinculados. Estamos a tentar
que o Oriente Médio fique livre de armas de destruição em massa”, disse
a IPS. No entanto, Israel resiste a ser pressionado para uma
ratificação da Convenção no contexto da iniciativa de desarmamento da
Síria. “A paz é a única solução para a situação de segurança de Israel”,
ressaltou.
Israel nega-se a falar com os jornalistas estrangeiros sobre o assunto,
e opta por atender somente as mais discretas inquietações da imprensa
local. “Alguns países da região não reconhecem o direito de Israel
existir, e abertamente pedem que seja aniquilado”, declarou um porta-voz
da chancelaria israelita ao jornal liberal Haaretz. “Nesse
contexto, a ameaça de armas químicas contra Israel e sua população civil
não é teórica nem distante”, acrescentou, para explicar o motivo do seu
país não ratificar a Convenção.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, viajou a Jerusalém
para informar ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, os
detalhes do acordo com a Rússia para obrigar ao desarmamento químico da
Síria. “Se conseguirmos isso, teremos fixado uma pauta para guiar o
comportamento com o Irão e a Coreia do Norte”, apontou Kerry. “A
determinação que a comunidade internacional mostra com a Síria terá um
impacto no Irão, o patrão do regime” de Bashar al Assad, disse Netanyahu
a Kerry. “Se a diplomacia tem alguma possibilidade de funcionar, deve
estar acompanhada de uma concreta ameaça militar”.
Netanyahu sabe que os Estados Unidos, após adotarem este enfoque com a
Síria, não podem deixar de apoiar publicamente Israel no seu conflito
com o Irão, ainda que Teerã dê sinais de estar disposto a assumir
compromissos em relação ao seu plano de desenvolvimento nuclear. E, no
momento, as reivindicações para Israel entregar o arsenal de gases
venenosos que supostamente possui estão destinadas a evaporarem.
Fontehttp://www.esquerda.net/artigo
A Igreja não deve ser "privatizada": temos que rezar pela sua unidade
Audiência geral: papa Francisco nos convida a superar as divisões entre as comunidades cristãs
Roma,
Fonte: Zenit.org
Luca Marcolivio
A Igreja Católica é verdadeiramente una. Com base neste
conceito, expresso pelo credo e pelo catecismo, o papa Francisco
articulou a sua catequese na audiência geral desta manhã, na Praça de
São Pedro.
Embora a Igreja seja composta por 3.000 dioceses espalhadas pelo
mundo inteiro e por "muitas línguas" e "muitas culturas", a sua unidade é
uma grande certeza. Referindo-se ao catecismo (nº 161), o Santo Padre
recordou que "a unidade na fé, na esperança, na caridade, a unidade nos
sacramentos, no ministério, é como os pilares que sustentam e mantêm
unido o único grande edifício da Igreja".
Mesmo "na menor paróquia do canto mais distante da Terra, a Igreja é
una", é "uma só para todos". A Igreja é uma família cujos membros “podem
estar dispersos por todo mundo”, mas "fortes laços" os mantêm "firmes,
seja qual for a distância".
Um exemplo desses laços universais foi a Jornada Mundial da
Juventude, no Rio de Janeiro: "Naquela vasta multidão de jovens na praia
de Copacabana, ouviam-se falar muitas línguas, viam-se traços muito
diferentes uns dos outros, encontravam-se culturas diversas, mas havia
uma profunda unidade", recordou o papa.
Diante de uma situação como esta, o católico pode viver plenamente a
unidade ou ser indiferente, fechado em si mesmo ou no seu "pequeno
grupo": é a atitude daqueles que "privatizam" a Igreja para o seu
próprio grupo ou para os "seus amigos".
Mesmo havendo no mundo cristãos que estão sofrendo, ainda há quem
fique indiferente. Deveria ser, porém, "como se alguém da família
estivesse sofrendo". Por isso, é importante orar "pelos outros", "olhar
para fora da própria redoma, sentir-se Igreja, uma família de Deus".
Infelizmente, até mesmo dentro da família eclesial surgem
"incompreensões, conflitos, tensões, divisões que a ferem. A Igreja não
tem, assim, o rosto que gostaríamos, não mostra o amor que Deus quer",
disse o papa.
As "dilacerações" no seio da Igreja são sempre obra do homem, e
envolvem, por exemplo, as divisões entre "católicos, protestantes,
ortodoxos".
Essas incompreensões devem ser superadas, porque "Deus nos dá a
unidade", mesmo que "achemos difícil vivê-la". É essencial viver a
unidade da Igreja na comunhão, "começando pela família, pelas realidades
eclesiais, no diálogo ecumênico", sugeriu o papa.
Francisco citou São Paulo: "um só corpo, o de Cristo, que recebemos
na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo, que anima e recria
continuamente a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; e uma só fé, um
só batismo, um só Deus e Pai de todos" (Ef 4-6).
Todo cristão deve perguntar a si mesmo: "Eu faço crescer a unidade na família, na paróquia, na comunidade? Ou sou motivo de divisão, de desconforto? [...] Eu tenho a humildade de cuidar com paciência, com sacrifício, das feridas na comunhão?".
Todo cristão deve perguntar a si mesmo: "Eu faço crescer a unidade na família, na paróquia, na comunidade? Ou sou motivo de divisão, de desconforto? [...] Eu tenho a humildade de cuidar com paciência, com sacrifício, das feridas na comunhão?".
O verdadeiro "motor" da unidade da Igreja é, no entanto, o Espírito
Santo. "A nossa unidade não é primariamente resultado do nosso
consenso", nem do "nosso esforço para estar de acordo com os outros, mas
vem dele, que faz a unidade na diversidade, porque o Espírito Santo é
harmonia".
Francisco terminou a catequese recomendando aos fiéis ser "homens e
mulheres de comunhão" e de "unidade na oração”. E levantou ao céu a
seguinte oração: "Peçamos ao Senhor que nos conceda ser cada vez mais
unidos, para nunca mais sermos instrumentos de divisão; que nos
esforcemos, como diz a bela oração franciscana, para levar o amor onde
houver ódio, o perdão onde houver ofensa, a união onde houver
discórdia".
24 de set. de 2013
Luís Leiria lança livro de contos em São Paulo

Num emocionado reencontro com velhos amigos da Convergência Socialista
(atual PSTU), Luís Leiria lançou ontem o seu primeiro livro em São
Paulo, Brasil. O inferno de outro mundo foi publicado pela editora Sundermann
e reúne nove contos sobre vários temas. “Sempre tive dúvidas se a minha
primeira coletânea de contos deveria ou não ser temática. Os editores
normalmente preferem que os contos sigam um fio de continuidade. Os
editores deste livro queriam que incluísse contos sobre a Revolução dos
Cravos de Portugal, a mais incrível experiência que vivi quando tinha 17
anos”, contou Luís durante a apresentação do livro.
Luís aceitou a sugestão dos editores e incluiu dois contos que falam de
Portugal no período pré-revolução e no período revolucionário. Além
desses, outros do género fantástico, algumas distopias ou narrativas
relacionadas com o período que viveu em São Paulo. Como não podia
faltar, um conto maior, quase uma novela, a refletir a sua paixão pelo
jazz. “Eu pensava fazer uma recolha só de contos fantásticos e
distópicos. Mas acabei por ceder ao pedido dos editores que tão
generosamente aceitavam correr o risco de publicar um autor iniciante.”

Durante a sua apresentação, Valério, amigo de Luís desde antes da
Revolução dos Cravos, relembrou alguns episódios da vida política comum
em Portugal. “Luís foi um dos primeiros jovens a ter um direcionamento
político que nos aproximou da IV Internacional”, referiu, citando a
passagem do revolucionário peruano Hugo Blanco em Lisboa, em 1974, dois
meses após a queda do regime salazarista. Hugo Blanco queria ver a
revolução e fazer contactos em Portugal, e acabou por encontrar-se com
vários estudantes do secundário, como Valério e Luís, e apresentar-lhes
uma das correntes da IV Internacional.
Apesar do título do livro ser O inferno de outro mundo,
Valério frisou que Luís “sempre acreditou que podemos construir um mundo
que não seja um inferno”. “É um orgulho para nós que esse livro saia no
Brasil”, concluiu. “Dizia Roberto Bolaño [escritor chileno]” -
falou Luís durante a sua intervenção - “que para escrever romances não é
preciso imaginação. Apenas memória. Os contos que estão nesta coletânea
de uma forma ou de outra combinam lembranças. É a vantagem de começar a
escrever depois dos 50 anos. Hoje arrependo-me de tê-lo feito tão
tarde. Mas talvez esse defeito se transforme numa vantagem: tenho mais
recordações para combinar.”
Fonte: http://www.esquerda.net/artigo/lu%C3%ADs-leiria-lan%C3%A7a-livro-de-contos-em-s%C3%A3o-paulo/29382
23 de set. de 2013

'O
papa de toda a Igreja Católica não pode ignorar o fato de que, mesmo em
outros lugares, há grupos humanos afligidos por outras formas de
pobreza'.
Há reformas tão urgentes que deveriam ser discutidas
na comissão dos cardeais. O papa Francisco encontra-se hoje diante de
uma série de decisões difíceis. Até agora, deu provas de grande empatia e
sensibilidade. Essas qualidades lhe permitem tomar decisões necessárias
e determinantes para o futuro.
O papa Francisco está dando provas de coragem civil e não só pela sua
intrépida visita às favelas do Rio. Ele aceitou o convite a um diálogo
aberto com os críticos não crentes, respondendo a um dos mais eminentes
intelectuais italianos, Eugenio Scalfari. Das 12 perguntas do jornalista
Eugenio Scalfari, do jornal La Repubblica, ainda em aberto, a quarta, a
meu ver, sobre o tema de um guia reformador da Igreja, reveste-se de
uma importância particular.
leia mais: http://kairoscotidianoteologia.blogspot.com
Evidências da influência humana no aquecimento global são "esmagadoras"
Um grupo de investigadores destaca que há cada
vez mais dados que comprovam que as emissões de gases do efeito de
estufa resultantes das atividades humanas são uma das causas das
mudanças climáticas.
Investigadores
do Grupo Earth League, que reúne alguns dos mais renomados
climatologistas do planeta, atestam que as mudanças climáticas são
antropogénicas.
A poucos dias de o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC) publicar o seu novo relatório, investigadores do Grupo Earth
League, que reúne alguns dos mais renomados climatologistas do planeta,
atestam que as mudanças climáticas são antropogénicas.
Segundo a declaração
dos estudiosos, as evidências de que o aquecimento global é causado ou
influenciado pelo homem são “esmagadoras”: dos quase 14 mil artigos
climáticos publicados sobre o aquecimento global, apenas 24 negavam o
fenómeno ou que as suas causas eram provenientes da ação humana.

Para o Earth League, mesmo um aquecimento de 2ºC, ou seja, aquele
delimitado internacionalmente como "seguro", pode trazer consequências
mais sérias do que as previstas anteriormente: até 2300, o aumento do
nível do mar poderia chegar a 2,7 metros em relação à altura atual –
entre outras consequências.
O grupo afirma que, se os seres humanos continuarem a não agir, usando
combustíveis fósseis e não limitando as emissões de gases do efeito de
estufa, o mundo pode chegar a um aquecimento de 4ºC até o final do
século ou até antes.
E esse aquecimento médio de 4ºC poderia significar consequências ainda
mais graves para algumas regiões como, por exemplo, os polos, que
costumam concentrar o calor absorvido pelo planeta. De acordo com os
pesquisadores, nessas regiões o aquecimento poderia chegar a 8ºC, tendo
grandes impactos nas massas continentais da América do Norte e Eurásia.
A declaração do grupo continua, afirmando que esse aquecimento de 4ºC
mudaria dramaticamente a Terra, e alguns litorais e ilhas inteiras
submergiriam devido ao aumento do nível do mar, e mais ondas de calor
causariam a diminuição de colheitas e até a perda de vidas.
“Apesar da afirmação errónea de que o aquecimento global já parou,
evidências mostram que uma vez que os conhecidos impactos do El Niño,
aerossóis vulcânicos e variabilidade solar são retirados das
observações, a tendência de aquecimento do sistema oceânico-atmosférico é
ininterrupta; e que isso continuará [potencialmente até 4ºC] a menos
que sérias ações de mitigação sejam tomadas”, diz o grupo.
“Que o aquecimento global continua inabalável na última década é
confirmado pelas medições oceânicas. Noventa por cento do calor
adicional que a Terra absorve é devido ao aumento dos gases do efeito de
estufa armazenados nos oceanos, e os milhares de robôs de mensuração
científica no oceano provam que eles continuam aquecendo a um ritmo
constante. Enquanto isso, satélites mostram que os níveis do mar também
aumentam de forma constante”, continuaram eles.
“As duas últimas décadas foram pontuadas por secas devastadoras (como o
dilúvio do Paquistão em 2010) que pode estar relacionado a uma
reestruturação da circulação atmosférica. Os sinais do clima estão
expressos pelo derretimento acelerado do gelo marinho do Ártico e pela
retração da maioria das geleiras no mundo todo para todos verem. E isso é
apenas o começo. Embora a ciência climática nos diga apenas o que pode
acontecer e não o que fazer sobre isso, sentimos que a inação é uma
perspetiva inaceitável”, acrescentaram os cientistas.
Já outros dados, do Coupled Model Intercomparison Project (CMIP5), são
ainda mais pessimistas: apontam um aumento de 6ºC nas temperaturas
planetárias até 2100 comparadas aos níveis pré-industriais caso não haja
nenhuma ação de mitigação. As consequências, nesse caso, seriam ainda
piores.
Felizmente, os investigadores indicam que pelo menos ações estão a ser tomadas por parte de algumas instituições.
“Em resposta a esses factos e números alarmantes, instituições
políticas cruciais (tais como o Conselho de Segurança da ONU), agências
internacionais (como o FMI) e associações empresariais (como o WBCSD)
concluem que a prosperidade do ser humano está a ser desafiada. O Banco
Mundial tem interesse particular na maioria das consequências evidentes
de que a natureza e a civilização teriam que enfrentar um mundo 4ºC mais
quente. E o Banco quer aprender quanto uma mudança no ambiente
planetário pode colidir com suas estratégias para o desenvolvimento
humano mundial e a redução da pobreza .”
Para isso, os cientistas afirmam que as próprias instituições estão a
pedir por uma estabilização climática agressiva, embora algumas das
consequências já não possam mais ser completamente eliminadas, e eles
acreditam que o tempo é curto para que decisões importantes sejam
tomadas.
“Instituições globais reconhecem que a ciência fala efetivamente com
uma só voz sobre a realidade das mudanças climáticas. Em 2015, a
comunidade global quer selar um acordo climático e também substituir as
Metas de Desenvolvimento do Milénio por Metas do Desenvolvimento
Sustentável. Dois anos é um período muito curto para criar a dinâmica
política necessária. Ainda assim o consenso científico cresceu
fortemente para garantir uma ação”, concluíram.
Artigo de Jéssica Lipinski do Fonte: Instituto CarbonoBrasil.
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