É na idolatria do dinheiro que se encontra a origem desse mal, alerta a CNBB. Nenhum ser humano pode ser submetido à exploração ou à escravidão.
Por Dom Canísio Klaus*
Fonte: http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=725369
Nesta quarta-feira (5), em todas as paróquias do Brasil, é lançada a
Campanha da Fraternidade com o tema "Fraternidade e tráfico humano".
Entre os objetivos está o de conscientizar a sociedade sobre a
insensatez do tráfico de pessoas e sobre a sua realidade. Conforme a
CNBB, o problema é difícil de ser enfrentado por causa do preconceito e
do medo das vítimas, fazendo com que poucas pessoas denunciem os fatos
do tráfico.
O período forte da Campanha da Fraternidade é a Quaresma, que inicia na
Quarta-feira de Cinzas e termina na Semana Santa. O convite é a
conversão em vista de uma melhor vivência do evangelho. É o que
expressamos no momento da imposição das cinzas, quando o ministro diz:
"Convertei-vos e crede no Evangelho"!
A problemática do tráfico humano se manifesta na exploração do trabalho
escravo, na prostituição, na adoção ilegal de crianças e na venda de
órgãos para o transplante. O Texto Base da CNBB diz que dentre os meios
usados para o tráfico de pessoas, o mais comum é o aliciamento. "A
pessoa é abordada com uma oferta irrecusável, que lhe promete melhorar
de vida". Os traficantes recrutam pessoas “para atividades como modelos,
talentos para o futebol, babás, enfermeiras, garçonetes, dançarinas ou
para trabalhar como cortador de cana, pedreiro, peão, carvoeiro, etc."
O tráfico humano gera uma grande renda aos traficantes, razão pela qual
consegue se cercar de diversos profissionais que falsificam documentos,
organizam o transporte e a hospedagem das pessoas e subornam as
polícias. Se não fosse um negócio lucrativo, não teria êxito. Por isso, a
CNBB afirma que "é na idolatria do dinheiro que se encontra a origem do
tráfico humano".
Como cristãos, estamos cientes de que, conforme reza o lema da Campanha
da Fraternidade, "é para a liberdade que Cristo nos libertou". Nenhum
ser humano pode ser submetido à exploração ou à escravidão, uma vez que
são atentados contra a dignidade da pessoa humana.
Uma das nossas maiores riquezas é a liberdade, e esta é tirada da pessoa
quando aliciada pelo tráfico. A Igreja quer ajudar a proteger a
liberdade das pessoas e libertar aquelas que foram raptadas ou coagidas
pelas falsas promessas do tráfico humano.
Convido, pois, as comunidades, grupos de família e pessoas de boa
vontade a nos unirmos nesta grande campanha que é promovida pela Igreja
no Brasil. Vamos trabalhar na conscientização das pessoas e ficar
alertas para as situações de tráfico que, eventualmente, possam estar
ocorrendo no nosso entorno. "Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como filhos e filhas de Deus, na liberdade e na paz".
Fonte: http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=725369

CNBB, 28-02-2014.
*Dom Canísio Klaus é bispo de Santa Cruz do Sul (RS).
Nenhum comentário:
Postar um comentário