5 de mar. de 2014

Tráfico humano, realidade a ser combatida

É na idolatria do dinheiro que se encontra a origem desse mal, alerta a CNBB. Nenhum ser humano pode ser submetido à exploração ou à escravidão.
Por Dom Canísio Klaus*
Fonte: http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=725369

Nesta quarta-feira (5), em todas as paróquias do Brasil, é lançada a Campanha da Fraternidade com o tema "Fraternidade e tráfico humano". Entre os objetivos está o de conscientizar a sociedade sobre a insensatez do tráfico de pessoas e sobre a sua realidade. Conforme a CNBB, o problema é difícil de ser enfrentado por causa do preconceito e do medo das vítimas, fazendo com que poucas pessoas denunciem os fatos do tráfico. O período forte da Campanha da Fraternidade é a Quaresma, que inicia na Quarta-feira de Cinzas e termina na Semana Santa. O convite é a conversão em vista de uma melhor vivência do evangelho. É o que expressamos no momento da imposição das cinzas, quando o ministro diz: "Convertei-vos e crede no Evangelho"! A problemática do tráfico humano se manifesta na exploração do trabalho escravo, na prostituição, na adoção ilegal de crianças e na venda de órgãos para o transplante. O Texto Base da CNBB diz que dentre os meios usados para o tráfico de pessoas, o mais comum é o aliciamento. "A pessoa é abordada com uma oferta irrecusável, que lhe promete melhorar de vida". Os traficantes recrutam pessoas “para atividades como modelos, talentos para o futebol, babás, enfermeiras, garçonetes, dançarinas ou para trabalhar como cortador de cana, pedreiro, peão, carvoeiro, etc." O tráfico humano gera uma grande renda aos traficantes, razão pela qual consegue se cercar de diversos profissionais que falsificam documentos, organizam o transporte e a hospedagem das pessoas e subornam as polícias. Se não fosse um negócio lucrativo, não teria êxito. Por isso, a CNBB afirma que "é na idolatria do dinheiro que se encontra a origem do tráfico humano". Como cristãos, estamos cientes de que, conforme reza o lema da Campanha da Fraternidade, "é para a liberdade que Cristo nos libertou". Nenhum ser humano pode ser submetido à exploração ou à escravidão, uma vez que são atentados contra a dignidade da pessoa humana. Uma das nossas maiores riquezas é a liberdade, e esta é tirada da pessoa quando aliciada pelo tráfico. A Igreja quer ajudar a proteger a liberdade das pessoas e libertar aquelas que foram raptadas ou coagidas pelas falsas promessas do tráfico humano. Convido, pois, as comunidades, grupos de família e pessoas de boa vontade a nos unirmos nesta grande campanha que é promovida pela Igreja no Brasil. Vamos trabalhar na conscientização das pessoas e ficar alertas para as situações de tráfico que, eventualmente, possam estar ocorrendo no nosso entorno. "Comprometidos na superação deste mal, vivamos como filhos e filhas de Deus, na liberdade e na paz".
CNBB, 28-02-2014.
*Dom Canísio Klaus é bispo de Santa Cruz do Sul (RS).

Nenhum comentário: